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Salas de aula lotadas: um entrave para o aprendizado?

 

18/10/2012
 
Coordenador da instituição IPEC – FAPPES fala sobre como é importante um ambiente que aproxime aluno e professor
 
A ascensão econômica brasileira dos últimos anos permitiu que um número cada vez maior de cidadãos pudesse ingressar nas universidades e colégios.  Desta forma o aprimoramento educacional abriu as portas para uma quantidade muito maior de estudantes. Mas infelizmente esse fator ainda representa um pequeno passo para que a nação possa alcançar um excelente nível educacional já que o aumento de estudantes contribui para lotar salas de aulas de muitas instituições que não optam por dividir as turmas.
 
O resultado são espaços mais cheios, com maior barulho e maiores dificuldades de ouvir o professor e esclarecer dúvidas com ele, isso sem contar a qualificação do ensino que ainda está em baixa em grande parte do país. Diante deste cenário é possível analisar que qualidade nem sempre é sinônimo de quantidade e muitas medidas ainda precisam ser tomadas para reverter a situação.
 
“O ambiente agradável entre alunos e professores, além do atendimento personalizado, são essenciais para propiciar aos estudantes melhores oportunidades de sanar deficiências, principalmente pelo auxílio por profissionais competentes e intimamente afinados às exigências do aluno”, afirma Gustavo Oliveira, Docente e Coordenador Geral dos Programas de Pós-Graduação, Extensão e MBA do Grupo Educacional IPEC-FAPPES.
 

Ele ainda complementa com outros aspectos importantes que podem influenciar no ambiente escolar que são o tipo de sala de aula, a disposição das carteiras, o conforto térmico, auditivo e a posição dos alunos. “Uma sala mal iluminada e sem ventilação, em que os alunos permanecem sempre sentados na mesma posição certamente é um ambiente que pode favorecer a submissão, a passividade e a dependência, e não proporciona um trabalho livre e criativo”, afirma.

Para Gustavo um bom aprendizado só ocorre quando o aluno está a vontade e mais integrado ao método de ensino e para que isso ocorra é fundamental que ele esteja confortável e livre de salas abarrotadas as quais, segundo o coordenador, tornam mais difícil o contato com o que é passado em aula.

“O número de alunos deve possibilitar ao professor um atendimento individual, baseado num conhecimento de todos eles. Já passamos da fase de trabalhar com quantidade. Hoje o ensino tem por primazia o conceito da qualidade, da atenção e do reconhecimento do método e da boa prática pedagógica, como importantes diferenciais”, completa. Na FAPPES, onde Gustavo leciona, nos cursos de graduação, por exemplo, o número de alunos não ultrapassa os 50 por turma.

De acordo com Gustavo existem vários projetos de lei e discussões públicas que estudam a fixação quanto à limitação de número de alunos em sala de aula, mas nenhuma até agora efetivamente sancionado, o que vem ocasionando diversas discussões nos vários níveis do ensino. “Os Ministérios Públicos Estaduais e Federais têm apresentado e apurado denúncias, em defesa do cidadão, que via de regra, são pontos de partida para reavaliação das Secretarias de Educação dos casos de superlotação, e no caso das Instituições de Ensino Superior, quando se trata de faculdades, universidades e centros universitários”, conclui o coordenador.

Proporcionando melhor aprendizado

O coordenador oferece algumas dicas importantes para as instituições em geral poderem dividir melhor suas turmas e facilitar a comunicação entre estudantes e professor:
 

1.        Crie um espaço centrado no aluno e adequado ao seu convívio. A sua sala de aula destina-se a ser um espaço de trabalho para seus alunos, prioritariamente.
 

2.       Verificar o volume de material necessário para todas as atividades, e todos os projetos que realiza, buscando reduzir e organizá-los, sendo esta medida essencial para que haja uma sala de aula organizada e eficiente.


3.     Comece a realizar o planejamento de sua sala de aula com a perspectiva de seus alunos e das atividades que eles irão desenvolver, pois devem ter espaço suficiente para trabalhar, mover-se pela sala, acessar seus materiais, e deve haver diferentes opções para eles se sentarem.


4.     Mesmo se por acaso algumas mesas precisarem ser deslocadas, será muito positivo se encontramos uma maneira de criar diferentes arranjos para a aprendizagem. Isto estimula a autonomia e o desenvolvimento.
 

5.     Se houver classes ou salas de aula em que carteiras venham batendo-se umas com as outras e tomando todo o seu espaço, considere se adotar mesas maiores, ou organizar fileiras de carteiras maiores, onde possam sentar-se na quantidade que varia de 6 a 8 alunos, sendo estes modelos mais flexíveis e criam mais oportunidades de relacionamento.
 
 www.fappes.edu.br
Mariana Mascarenhas / lucky@luckyassessoria.com.br
                                 

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