Mundo Mulher

PARTO NATURAL

10/05/2012

                                  Dra. Sandra Regina


    “Quando nasce um bebe também nasce uma mãe”

   O parto é parte do ciclo natural da existência feminina.Parir significa trazer de dentro para fora, dar à luz, trazer para a clareza um ser que foi gestado no intimo, não só físico, mas emocional e mental de cada mulher.Muito mais que um estágio resolutivo de uma gravidez com seus fenômenos mecânicos e fisiológicos, o parto representa o impulso para a continuidade da vida, estabelecendo o elo entre a mãe e a criança, influenciando sua postura em relação à vida.


    Existem vários nomes e tipos de parto: parto à termo, induzido, conduzido, operatório, prematuro, espontâneo, ativo, normal,vaginal e o natural, dentre outras denominações.Essa diversidade de nomenclatura foi sendo adotada de acordo com o desenvolvimento da obstetrícia moderna onde as mulheres foram perdendo, ao longo do tempo, sua capacidade natural de parir, esquecendo-se de como um parto natural, fisiológico, se desenrola.


    Assim, cada vez mais a mulher passou a adotar uma postura completamente passiva em relação ao parto, delegando a decisão sobre qual tipo de parto é o mais adequado para si aos  profissionais envolvidos com o nascimento como médicos,enfermeiros e até familiares e amigos.Muitas mulheres nunca viram um parto, não conhecem seu próprio corpo, como ele funciona, como ele é , o que contribui ainda mais para esta situação de passividade.


     A expressão parto natural, representa o nascimento por via vaginal (que é a natural )sem  intervenções,ou seja, sem anestesia, corte no períneo (a chamada episiotomia) ou uso de medicamentos, respeitando-se o ritmo e o tempo da mulher e do bebe bem como preservando a liberdade da mulher se movimentar e fazer o que seu corpo pede.


    No parto dito normal, que acontece também pela via natural vaginal (por isso parecido com o parto natural) a mulher pode ser submetida a várias intervenções como medicamentos para induzir e conduzir o parto no sentido de acelerar o “passo”, anestesia se as dores forem intensas, alem de outras manobras como romper a “bolsa das águas”, episiotomia para ampliar o espaço para a saída do bebe além de ficar a maior parte do tempo restrita a um leito.Esse tipo de parto na maioria das vezes é realizado em ambiente hospitalar e em posições horizontais e contidas.


    Atualmente a tendência é reunir aspectos do chamado parto natural com o parto normal, o chamado parto humanizado, que prega a liberdade de escolha pela mulher da melhor maneira de parir com um mínimo de interferência dos profissionais que a assistem.


    O parto natural é hoje restrito a locais mais distantes das grandes cidades aonde a instrumentalização ainda não chegou ou como escolha de mulheres e de profissionais conscientes de seus benefícios, ficando o parto normal destinado às cidades e seus hospitais.As estatísticas , contudo, nos revelam o baixo índice de partos normais em nosso país em detrimento à elevada porcentagem de cesarianas realizadas que, diga-se, é uma das mais elevadas do mundo.


    Toda mulher tem direito a uma gestação saudável e a um parto seguro. A realização da mulher durante o acontecimento natural do parto depende de todo um trabalho de uma consciência que é construída ao longo da gestação, consciência essa que nos chama para o resgate dessa naturalidade.


    Existe uma serie de mitos e crenças que interferem de forma negativa na opção pelo parto natural (vaginal) principalmente o de ser doloroso e de provocar alterações no corpo feminino. As mulheres brasileiras que relatam a preferência por esse tipo de parto o fazem pela rápida recuperação pós - parto, esquecendo-se de benefícios outros como emocionais e os relativos também ao físico e emocional da criança que está nascendo.


   Cada mulher traz em si as condições de gestar e parir e ainda a possibilidade da escolha de como parir, observando-se , é claro ,suas condições físicas, emocionais, culturais, ambientais e sociais.
 

   O potencial natural de dar à luz deve ser lembrado por cada mulher para que não seja perdido.Esta é uma missão feminina, cabendo às mulheres em geral transmitir esta sabedoria de geração para geração, retomando assim, a ligação com a herança ancestral natural de dar à luz.
  


Sandra Regina Parisi Akamine consultora em Saúde pelo Instituto KVT Desenvolvimento da Consciência Empresarial estende palestras e cursos de prevenção da saúde nas empresas; temas voltados às mulheres, gestação e prevenção feminina.
Site: www.kvtfeminino.com / E-mail: sandrareginaparisiakamine@gmail.com

Natália - kvtcomunicacao@kvt.org.br

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