Mundo Mulher

Ser mãe é...

13/05/2012

Ficar de olho nas companhias dos filhos

 
“São tantas preocupações hoje em dia, mas são as drogas que mais me afligem. Está muito complicado educar os filhos, os traficantes oferecem drogas descaradamente à luz do dia nas escolas” | Deuseni de Souza Araújo, 48, autônoma, mãe de Nathalia, 20, e Suyanne, 15 (com ela na foto)
Ficar de olho em quem os filhos estão saindo e o que estão fazendo não é apenas uma questão de curiosidade, mas, sim, uma forma de afastar os jovens – principalmente aqueles que têm entre 10 e 15 anos – das ameaças do mundo real. A autônoma Deuseni de Souza Araújo, 48, mãe de Nathalia, 20, e Suyanne, 15, é quem dá o conselho.


Para ela, quanto mais próximo for o diálogo entre pais e filhos, menores serão os problemas. “Aqui em casa o modelo de educação é à moda antiga”, admite. Ficar de olho nas companhias dos filhos é uma maneira de prevenir futuros problemas. Deuseni conta que existem regras claras para as filhas, como a que estabelece a idade mínima para namoro: 18 anos. Dia desses um pretendente de Suyanne andou rondando a casa da família, mas logo foi avisado da regra dos 18.


“Não acho radical, não. Minha mãe quer o melhor para mim. Tenho muita abertura para falar sobre tudo com ela e isso me dá segurança. Meu foco hoje é estudar”, explica Suyanne. Apesar de a sexualidade pesar muito nessa fase da vida, é outro problema que tira o sono de Deuseni: as drogas.


A filha mais nova estuda em uma escola pública. Casos de traficantes infiltrados entre os adolescentes não são raros. “São tantas preocupações hoje em dia, mas são as drogas que mais me afligem. Está muito complicado educar os filhos, os traficantes oferecem drogas descaradamente à luz do dia nas escolas. É preciso uma base muito sólida em casa para não deixar que os filhos caiam em um caminho sem volta”, explica Deuseni.


A família sabe de casos de adolescentes cujos pais só descobrem que estão usando drogas depois de um ou dois anos. Por isso, mais uma vez, a aposta é na proximidade e no diálogo franco entre mãe e filhas.
Renato Queiroz e Rogério Borges

Sebastião Nogueira/Jornal O Popular

 
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HABITAR UM NINHO VAZIO

 
“Foi horrível. Não tenho outra palavra para descrever. Em todos os cantos da casa eu os via” | Eleusa do Nascimento Ferreira, 62 anos, com a neta Maria Fernanda, de 9 anos


Quando os três filhos, enfim, seguiram seu caminho e saíram de casa, um turbilhão de sentimentos tomou conta da aposentada Eleusa do Nascimento Ferreira, de 62 anos. Felicidade, orgulho, sensação de dever cumprido se misturaram a sentimentos não tão positivos como a saudade e o medo da solidão. A saída dos três filhos – Christiane, 37, Leonardo, 34, e Leandro, 31 – era algo esperado, mas quando ele se concretizou foi que a aposentada teve a real dimensão da falta dos filhos.


Primeiro veio o casamento de Christiane, depois o trabalho em São Paulo de Leonardo e, por fim, o casamento do caçula Leandro. Na casa que antes era cheia de vozes, o silêncio. O coração de mãe ficou despedaçado. “Foi horrível. Não tenho outra palavra para descrever. Em todos os cantos da casa eu os via”, conta. Tirando Leonardo, que trabalha em São Paulo, os outros dois filhos de dona Eleusa ainda moram em Goiânia, o que ajuda a aliviar um pouco a saudade. Ela conta que o que mais a ajudou a superar a “síndrome do ninho vazio” foi pensar que não criou seus filhos para ficarem eternamente ao seu lado. “Criei para o mundo.


A chegada da primeira neta, Maria Fernanda, de 9 anos, filha de Leandro, ajudou (e muito) a aplacar a dor. “Estou descobrindo que ser avó é melhor do que ser mãe”, brinca. Para Eleusa, não importa a idade dos filhos ou onde eles estão. Eles sempre vão ser seus meninos. “Não esqueço deles hora nenhuma do dia porque os filhos estão sempre dentro da gente.” No coração.

Renato Conde - O Popular


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ENTRAR DE CABEÇA NA TENSÃO DO VESTIBULAR

 
“Juro que não influenciei na escolha. Quando ela começou a fazer o ensino médio, passamos a mostrar o dia a dia das profissões” | Christiane Kobal, de 46 anos, médica infectologista, mãe de Giovana, 19 anos, estudante de medicina


Uma das mais respeitadas médicas infectologistas do Estado, Christiane Kobal, de 46 anos, quase voltou aos bancos da escola por causa de um vestibular. Valia tudo para apoiar a filha, Giovanna, de 19 anos, que escolheu abraçar a profissão da mãe.


“Juro que não influenciei na escolha. Quando ela começou a fazer o ensino médio, passamos a mostrar o dia a dia das profissões. Muitos jovens escolhem uma carreira sem ter a dimensão exata do que ela é. Demos à Giovanna a oportunidade de ver na prática. Não houve pressão, houve orientação”, diferencia Christiane, que é casada com um advogado.


Curso escolhido, começou um dos períodos mais carregado de incertezas, angústias e pressões: a preparação para o vestibular. Quem tem um vestibulando em casa sabe que esse não é um período de calmaria. Com agenda supercorrida, a médica utilizou a tecnologia a seu favor para incentivar e apoiar a filha. Mensagens de celular com frases otimistas e as redes sociais na internet serviram para dar apoio à filha.


Mas no primeiro resultado, o nome de Giovanna não estava na lista de aprovados. “Fizemos um acordo que ela não tinha obrigação de passar, ainda mais para um curso tão concorrido como medicina. Em casa, não houve nenhum tipo de frustração. Tivemos a certeza que era preciso estudar mais.” Com apoio total da família, a garota deu tudo de si. A receita deu tão certo que, no segundo vestibular, a jovem conquistou a tão almejada vaga. Para orgulho da mamãe.

Foto: Renato Conde / O Popular


PREPARAR-SE PARA SER CHAMADA DE SOGRA

 
“Imagino que vai ser uma experiência muito doce ser avó” | Arilda Ximenes, psicóloga, mãe de Michelle, 30 anos, Maurício, 28, Bárbara, 20, e Rodrigo, 19 (os três últimos com ela na foto)
Toda mãe, por mais doce que seja, é uma futura sogra em potencial. Preparar-se psicologicamente para receber um novo membro na família e – pior – uma pessoa que vai tirar o filhinho do lar é sempre um baque. Mãe de Michelle, 30, Maurício, 28, Bárbara, 20, e Rodrigo, 19, a psicóloga Arilda Ximenes já se prepara para a nova fase.


“O namorado da Michelle já fez o pedido de casamento. Mas vamos viver cada fase por vez. Vamos aguardar o noivado, mas a expectativa é muito positiva. Ele é um rapaz muito bom”, conta. Saber que a formação de novos núcleos familiares faz parte da trajetória natural dos filhos conforta a mãe zelosa. Até os 30, o foco da filha mais velha, que hoje vive em Brasília, foi o lado profissional. “Demos muito suporte, apoiamos cada decisão. Ao final dos estudos, sempre bate nos pais aquela preocupação de como os filhos vão ser recebidos no mercado de trabalho”, relata.


Michelle passou em um concurso. Os demais seguiram os passos do pai, o médico Maurício Ximenes, e estudam medicina. “Nessa fase dos 20 e poucos anos, são muitas as preocupações de uma mãe. É uma época de muitas decisões. O início de uma vida adulta que exige maturidade de todos”, explica.
No caminho tradicional das coisas, ser sogra precede o momento de ser avó. Para o segundo papel, Arilda tem uma definição que resume bem sua expectativa: “Imagino que vai ser uma experiência muito doce ser avó.”

Sebastião Nogueira / O Popular

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