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TV X Criança

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Ela está dentro de casa, em todos os quartos. A televisão faz parte do dia-a-dia das pessoas das mais variadas idades e não há dúvida de que proporciona entretenimento, diversão e muita informação. Mas, como estabelecer limites sobre o que as crianças devem ou não assistir? Mesmo se tratando de informações em programas jornalísticos, separar o joio do trigo torna-se tarefa complicada para os pais. Até que ponto, por exemplo, essas informações ou mesmo os fatos ocorridos em uma novela podem afetar as crianças e alterar seu comportamento? Quando o fato se dá com uma criança, é mais fácil ocorrer uma identificação entre elas e surgir algum tipo de distúrbio.

"Antes de tudo, cada casa é um caso e cada criança uma pessoa diferente. A quantidade de informações que as crianças recebem via TV é muito grande. Para elas, na maioria das vezes, torna-se muito difícil separar o real da ficção , principalmente por não terem a personalidade completamente formada, o que pode trazer problemas", afirma Graziela Zlotnik Chehaibar, psicóloga e mediadora familiar.

Segundo a especialista, os pais devem dialogar com os filhos sobre as informações ou cenas que possam vir a confundi-los. "Eles devem ter acesso à informação. Porém, é preciso selecionar quais são os programas que consideram de qualidade para os filhos assistirem. Falar desse processo seletivo é importante para as crianças entenderem o que os pais priorizam, além de perceber que existe critério para acessar à tv", comenta Graziela.

"Um exemplo concreto é o sofrimento da personagem Salete com a perda da mãe na novela Mulheres Apaixonadas. A criança pode identificar-se com a personagem e a partir daí pode despertar muitos sentimentos, como a insegurança. Muitas crianças ainda não desenvolveram a capacidade de processar o que é novela e o que é vida real", diz Graziela.

Segundo a psicóloga, quando a criança assiste à novela e ainda não tem claro o que é real, ela transporta toda essa vivência carregada de emoção para suas relações, podendo construir histórias que atrapalham seu desenvolvimento. "Quando a criança acredita que sua mãe pode morrer, para protegê-la não desgrudará da mesma, não conseguindo se envolver com outras pessoas. Em sua cabeça, desta forma, estará protegendo sua mãe para que não acontece igual à novela", comenta Graziela.

A especialista alerta que os pais ou responsáveis devem antes analisar os programas que os filhos assistem, verificando se são ou não adequados a sua idade. "Simplesmente proibir os filhos de assistir a determinadas cenas na TV não é a solução, já que muitas situações podem mesmo ser vivenciadas. O fundamental é estabelecer um diálogo franco e aberto, explicando o que é real e o que é fictício. Agindo assim, é mais fácil eliminar a possibilidade de identificação entre o personagem e a criança", afirma a psicóloga.

"O cuidado deve ser redobrado no caso de crianças menores de seis anos, que não sabem separar a realidade do imaginário criado pela TV", conclui Graziela.

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