Como Preservar os Filhos na Separação
Como Preservar os Filhos na Separação
Mais
de 100 mil separações judiciais em primeira instância
e 135 mil divórcios foram consumados no Brasil em 2003, segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O número é três vezes maiores do que a média
anual da década de 70. Esse aumento na freqüência
de separações faz com que um número cada vez maior
de filhos ( crianças, na maioria) vivenciem o fim do casamento
dos pais. Estima-se que eles somem, em média, 200 mil anualmente.
A experiência, que já não é fácil,
pode torna-se devastadora quando os filhos acabam no meio de um cabo-de
-guerra entre pai e mães, o que não é tão
incomum. Conforme o IBGE, 21% das separações foram litigiosas.
É pior ainda quando os pais não conseguem preservar as
crianças do conflito. Texto publicado pela Children Rigth Council,
ONG americana de defesa da criança, e das mais respeitadas no
mundo, diz que as brigas entre o casal comprometem a saúde emocional
e afetam a auto-estima das crianças, podendo deixar seqüelas
para o resto da vida.
Há cinco anos acreditava-se que a separação, sozinha,
seria um fator determinante para a desestabilização emocional,
baixo rendimento escolar e baixa auto-estima dos filhos. Pesquisa que
durou 19 anos e estudou famílias americanas de classe média,
publicada pela psicóloga Judith Wallerstein, apontava que os
filhos de pais divorciados eram mais problemáticos que os de
casais estáveis. Estudos posteriores mostráveis. Estudos
posteriores mostram que não é bem assim.
Psicólogos concordam que a separação pode até
fazer bem para as crianças, dependendo da realidade da família
antes do rompimento e da forma como o processo é conduzido pelo
casal. "Se os pais estão juntos, mas a criança convite
com brigas e agressões, a separação é melhor",
avaliada o psicodramatista Silvamir Alves, presidente da Sociedade Goiana
de Psicodrama." Se os pais evitam as brigas e ajudam os filhos
a elaborar a experiência, elas podem emergir mais amadurecidas.
Aproveitado de forma positiva, o estresse estimula o crescimento",
comenta Silvamar Alves.
Auto-Estima
O conflito entre o casal é um baque na auto-estima dos filhos
porque estes se sentem parte dos pais. Assim, freqüentemente interpretam
a raiva entre eles como sendo também contra si. Muitas crianças
reagem "desligando'' seus sentimentos ,reprimindo suas emoções,
se isolando. Conforme Silvamar Alves, o rendimento escolar é
um bom termômetro do estado emocional da criança .Se ela
está mal normalmente o rendimento escolar é um bom termômetro
do estado emocional da criança. Se ela está mal normalmente
o rendimento cai. "Outros sinais de alerta são tristeza,
apatia, agressividade e aparecimento de distúrbio de fala e do
hábito de roer as unhas".
A também psicodramatista e terapeuta de casais e família
Inês Pena explica que as brigas deixam as crianças confusas."
Elas gostam tanto do pai quando da mãe, então se sentem
divididas." Quando são envolvidas no conflito, manipuladas
para tomar partido, o resultado pode ser ainda mais catastrófico.
"Uma mãe que destrói a imagem do pai para a filha,
por, exemplo está preparando essa filha para não confiar
em homem nenhum. Essa menina poderá vir ter sérios problemas
de relacionamento no futuro".
Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise, autor de vários
livros, Noé Marchevsky reforça que para ter um desenvolvimento
saudável as crianças precisam de pais a quem possam admirar
e amar. Se os pais se agridem e denigrem a imagem um do outro, a criança
perde esses modelos positivos." Como resultado ela poderá
enfrentar sérios problemas na formação de seu caráter,
porque ficará sem referências, não terá quem
copiar", acrescenta Silvamar Alves.
- Compartilhe
- Imprimir
- Compartilhar
- Enviar para amigo