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Manipulação da Criança Pode Causar Síndrome

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MANIPULAÇÃO DA CRIANÇA PODE CAUSAR SÍNDROME

Em alguns casos, a manipulação das crianças pelo pai ou a mãe pode adquirir contornos doentios. A criança é programada por um para odiar o outro, tornando - se- vítima da Síndrome da Alienação Parental ( SAP) . A síndrome é descrita pelo professor de Psiquiatria Infantil da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, Richard Gardner, como uma perturbação que surge principalmente no âmbito das crianças.

Sua primeira manifestação é uma campanha de difamação injustificada contra um dos pais por parte do filho. Crianças com a síndrome têm o vínculo com o genitor afastado, se essa ausência já dura alguns anos, irremediavelmente destruído. Nessa situação, o modelo principal passa a ser o do alienado( o pai ou a mãe que difama o ex- companheiro), cujo comportamento é patológico e mal- adaptado. Se tem predisposição, a criança pode desenvolver sérios distúrbios psiquiátricos. Gardner classifica a indução da síndrome como uma forma de abuso." Em cosa de abusos sexuais ou físicos, os traumas sofridos chegam a ser superados um dia.

Mas o abuso emocional rapidamente repercutirá em conseqüência psicológicas", escreve. Segundo Gardner, os efeitos da SAP na criança podem variar de depressão, isolamento e incapacidade de adaptação, a comportamento hostil e dupla personalidade. Pessoas com a síndrome têm inclinação ás drogas. Também podem torna-se mentirosas e manipuladoras, como os genitores de que foram vítimas. Isso porque, desde muito cedo são treinadas para falar apenas uma parte da verdade. Quando tornam-se adultas e constatam que foram cúmplices inconscientes de uma injustiça contra o pai ou mãe normalmente se voltam contra o alienador e tentam retornar o relacionamento com o genitor afastado.

Algumas das vítimas são tomadas por um sentimento incontrolável de culpa cuja conseqüência mais drásticas é o suicídio. "SE OS PAIS AJUDAM OS FILHOS A ELABORAR A EXPERIÊNCIA, ELES PODEM EMERGIR MAIS AMADURECIDOS DA SEPARAÇÃO"

VÍTIMAS DO CONFLITO " NO BRASIL No ano de 2003- Foram consumadas 100.985 separações em primeira instância. - 21,6% ou 21.819 foram litigiosas - 71.133 casais tinham filhos menores de idade - Eram 121.796 crianças - Só 3,6% puderam, depois da separação, ficar sob a guarda compartilhada dos pais. " EM GOIÁS No casais com filhos menores consumaram separações em primeira instância - Menores de 3% dos casais optaram pela guarda compartilhada - 343 entraram com o processo em varas de Goiânia. Não houve caso de guarda compartilhada na capital.

REJEIÇÃO AO PAI E MEDO DE RELACIONAMENTOS

A psicóloga Rosângela Parreira Lopes Amorim- que trabalhou em Goiânia e atualmente atua em Ceres, a 183 quilômetros da capital- atende duas pacientes vítimas da Síndrome da Alienação Parental (SAP). Uma chegou ao seu consultório com 2 anos, encaminhada pela justiça. O pai solicitou o acompanhamento via judicial porque morava distante e, nas pouquíssimas vezes em que podia viajar para ver a filha, a mãe não permitia a aproximação entre os dois. Inclusive desobedecia decisões judiciais que assegurava, ao pai o direto de visita. Apesar da pouca idade e da dificuldade natural de expressão, a menina já mostrava enorme rejeição aos contatos com o pai.

Chorava para não falar com ele, mesmo ao telefone, e demonstrava medo desmedido e sem justificativa. Com o acompanhamento psicológico e atividades expressivas- em que era trabalhada a composição familiar -, a rejeição acabou." Ela não só o aceitou, como passou a dar demonstrações da carinho e finalmente aprendeu a chamá-lo de pai." A outra paciente, já adulta, precisou de acompanhamento psicológico porque, tendo sido vítima da SAP na infância, não conseguia se relacionar com o sexo oposto. "Ela tinha medo de que seus relacionamentos seguissem o mesmo curso da relação entre a mãe o pai." Rosângela Amorim alerta que os casais costumam ficar tão envolvidos com o confronto entre si, que se esquecem de que os filhos precisa ser preservados, não pode ser usado como arma.

SEM TRAUMAS SE O CASAL NÃO CONDEGUE ENTRAR NUM ACORDO, AS CRIANÇAS DEVEM SER PRESERVADAS DO CONFLITO:

" Brigar na frente dos filhos faz com que eles fiquem divididos ( pensem que é preciso tomar partido) e se sintam culpados. O melhor é manter a calma. " Falar mal do outro para a criança ou na frente dela é extremamente prejudicial. Os filhos precisam de referências positivas dos pais. Uma filha exposta a uma campanha difamatória contra o pai, por exemplo, deixa de confiar nos homens para o resto da vida e pode ter problemas relacionados no futuro.

" Uma criança manipulada para se transformar numa arma contra o pai ou a mãe pode vir a se tornar mentirosa e manipuladora também. Os filhos tendem repetir o comportamento dos pais. " Omitir a situação faz com que a criança se sinta insegura. Ela deve ser informada da separação dos pais por ambos. Mesmo que sejam pequenos, devem ouvir uma explicação que possam compreender. " Demostrar respeito a amizade pelo outro faz com que a criança se sinta respeitada e motivada a respeito os pais na sua decisão e a ser solidária. " Reprimir manifestações pode dificultar que eles elaborem essa experiência. Os pais devem permitir que as crianças se manifestações e explicar o que aconteceu quantas vezes for necessário. Filhos que reagem com muita tranqüilidade podem estar escondendo seus sentimentos.

" A família deve apoiar o casal na tarefa de adaptar as crianças á nova realidade.

" Pais separados não devem usar a criança como mensageira de recados e nem discutir questões financeiras ou a freqüência das visitas na frente dela.

" Caso não consiga evitar o conflito nem manter os filhos fora dele, o casal deve procurar a ajuda de um mediador. O melhor é um terapeuta de família.

ESTRESSE DO CONFLITO CONJUGAL

A psicodramatista e terapeuta de casais Inês Pena, que trabalha em Goiânia, observa que- apesar da divulgação cada vez maior sobre os prejuízos do conflito conjugal para os filhos - é freqüente o aparecimento de vítimas do problema nos consultórios." Esse é um' mal' que não faz distinção de classe ou de escolaridade . "Sua origem, conforme a psicóloga, esta ligada a um conjunto de fatores, entre os quais podem ser relacionas a falta de maturidade do casal, baixo- estima dos cônjuges, depressão e ansiedade. "A historia família também conta muito. Adultos que passaram por esse tipo de situação quando crianças tendem a repetir o comportamento dos pais", comenta.

" Se a separação é inevitável, para evitar problemas imediatos e futuros o melhor é procurar a mediação de um psicólogo", orienta o também psicodramatista Silvamir Alves." Estudos apontam que os conflitos conjugais aparecem em segundo lugar no ranking das experiências mais estressantes na vida de uma pessoa. Só perdem para a morte. Nem uma doença inesperada causa tanta angústia." Separadas desde junho, V., 35 anos, não se arrepende de, logo nos primeiros dias, ter procurado um psicoterapeuta. Ela encontrou o marido com outra e mandou-o embora de casa. "Com a terapia, consegui canalizar as minhas energias para mim mesma e deixei de lado o relacionamento extra- conjugal de meu ex- marido." Fortalecida, V. conseguiu controlar melhor a raiva e a decepção. Isso foi positivo para os filhos do casal. O ex- marido os visita todos os dias, mesmo quando V. está em casa, e o relacionamento entre os dois é respeitoso. "Não quero que pai e filhos se distanciem." Apesar do cuidado, V. diz que o filho mais velho, de 9 anos, começou a apresentar problemas na escola logo depois de separação. " Conversei com a coordenadora pedagógica e, felizmente, tudo se resolveu.

DILEMA NA DISPUTA PELA GUARDA

Decretada a separação judicial ou o divórcio sem que haja um acordo entre o casal sobre quem ficará com a guarda dos filhos, o juiz deve atribuí-la a quem revelar melhores condições par exercê-la. É o movo Código Civil não privilegia mais a mãe e iguala os direitos dos cônjuges. O que conta é o bem estar da criança e o Juiz é que decide, muitas vezes necessitando de um auxílio e de laudo de um psicólogo.

Fonte : Jornal O Popular

 


   
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