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Adolescentes assumem momentos de conflitos

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Adolescentes assumem momentos de conflitos

Volta e meia, eles têm de ouvir dos pais ou dos irmãos mais velhos que são uns "aborrecentes". Alguns se incomodam com a denominação pouco lisonjeira. Outros vestem, em parte, a carapuça. Mas o que alguns adolescentes ouvidos pelo POPULAR concordam é que essa fase da vida é mesmo, muitas vezes, "uma barra", para usar uma expressão deles. Chegam as transformações no corpo, um demorado processo de amadurecimento e, em muitos casos, conflitos com família e conhecidos. Tudo o que, em tese, acaba dando motivo para serem chamados de aborrecentes.

Depois que a paixão pelos brinquedos acaba e a infância se vai, conhecimentos e noções da vida novos chegam. Mas junto vem a impressão que todos discordam e estão contra eles. "Dizem que às vezes falo demais", desabafa a estudante Isabela Cristina Xavier, de 15 anos, que tem duas irmãs mais velhas, uma de 21 e outra de 25 anos. "Ela me olham, com caras de bravas, e dizem: sua aborrecente!" Isabela admite que às vezes é chata mesmo. "Em termos não deixa de ser verdade", reconhece. "Mas nem por isso acho que as pessoas têm direito de dizer isso para todos os adolescentes, a toda hora."

A revolução no corpo e no modo de pensar é o que, segundo ela, mais a marca neste período de transição. Muitas vezes ela acha que tudo está acontecendo tão rápido que não dá para raciocinar direito. "A gente passa por uma verdadeira revolução. Tem vezes que as pessoas não me compreendem. Elas têm de me entender também." O que mais caracteriza a situação são os conflitos de geração. Isabela garante que faz força para agradar, mas diz que é incompreendida. "Meus pais dizem que tenho que estudar mais, que sou preguiçosa. Mas me esforço. Juro." Namoro é ponto de discordância em casa. "Tento convencer meu pai de que posso namorar, mas é tabu.

Minha mãe estava sendo maleável, até uma colega engravidar. Aí engrossou o discurso." Resultado: como quase sempre acontece em casa onde tem adolescente, se instalaram embates entre pais e filha. Irmãos Na casa de Vinícius Henrique Brandão, 15, ele é o mais velho. Com a mãe até que não tem muitas discordâncias, mas o relacionamento com a irmã de 12 anos é "um pouco mais complicado". "Ela sempre quer usar o computador na hora em que eu estou usando", reclama.

Como os amigos de sua idade, a principal diversão dele são os sites de jogos em rede, nos quais a turma se reúne, cada um em sua casa, para torneios de disputas de longas horas. Para isso precisa de muito tempo diante da telinha. "Minha irmã também está virando adolescente e acho que por isso a gente deve aumentar as brigas", já antevê o jovem. O que, porém, para ele, não seria motivo para ninguém chamá-los de "aborrecentes". "É meio maldoso", opina.

O estudante Alexandre Oliveira, 17, é outro que não gosta nenhum pouco de ser chamado assim. "Cada um tem seu jeito de pensar e todos devem respeitar as diferenças", defende-se. Apesar da contrariedade, o estudante deixa escapar que, quando era um pouco mais novo, passou por uma fase em que nem ele se agüentava. "Meu irmão de 12 anos hoje é muito cobrado pelos meus pais, porque é difícil como fui. Tem vezes que ele não quer fazer nada. Passei pelo mesmo", lembra.

Hoje, trabalhando há quase seis meses como auxiliar de escritório para ganhar o próprio dinheiro, Alexandre recorda-se que teve muitas desavenças com a mãe e outras pessoas na sua fase "cabeça dura". "Mas era porque eu acreditava que estava certo. Não queria fazer nada. Agora, depois que a má convivência passou, decidi que era hora de crescer e batalhar este emprego", afirma ele, dando sinais de que sua vida adulta já está chegando.
Fonte: O Popular Rodrigo Alves

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