04/10/2009

Com a proximidade do Dia das Crianças comemorado na segunda-feira (12), a procura por brinquedos já movimenta o comércio de São Paulo. Para ajudar os pais na escolha do presente adequado para os filhos, o G1 pediu auxílio a uma pedagoga especializada em brincadeiras e jogos infantis. 

A professora Maria Ângela Barbato Carneiro, pedagoga e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, alerta que é importante que os pais estejam atentos principalmente à idade das crianças e ao tipo de produto selecionado. “A escolha da faixa etária errada pode prejudicar a criança com uma lesão física. Além do que, esse tipo de brinquedos não ajuda no desenvolvimento”, diz.

Para as crianças menores, o alerta vai além da observação da faixa etária. Maria Ângela recomenda que os pais estejam atentos à toda composição do brinquedo. “Você tem que ver a adequação, o tipo de material de que é feito, se é resistente, se não tem arestas, se não apresenta pontas, se não é feito de material tóxico”, alerta.

Segundo a pedagoga, os pais devem lembrar que cada brinquedo desenvolve um tipo de habilidade específica. “Quando a criança usa brinquedo para brincar de faz de conta, ela desenvolve formas de comunicação e linguagem e, ao mesmo tempo, ela desenvolve a afetividade. Já os jogos de regra ajudam na aprendizagem da competição e da colaboração. Os brinquedos que permitem movimento ajudam no desenvolvimento de habilidades motoras.”

Para Maria Ângela, os pais devem levar isso consideração, mas sem exageros, pois todo brinquedo tem uma função educativa. “Se você usa algum material que leva à contagem de números, que leva à aprendizagem de letras, ele tem uma finalidade de ensinar alguns conteúdos específicos. Mas em toda brincadeira a criança vai sendo desafiada e vai aprendendo com o ensaio do erro.”

Uma boa alternativa, segundo a professora são os brinquedos educativos. Ela recomenda produtos para todas as idades, com valores que variam entre R$ 20 e R$ 90. Para as meninas, a dica são as bonecas, mas a pedagoga lembra que é preciso observar o material do qual são feitas. “Para as crianças menores, bonecas de pano são melhores por uma questão de segurança.”

Para os mais velhos, Maria Ângela recomenda jogos para ajudar a desenvolver a sociabilidade. “Hoje a gente pede até que os pais comprem jogos que as crianças possam utilizar em conjunto, com os colegas.” Para a professora, conhecer e discutir regras de um jogo ajuda as crianças a desenvolverem a noção de respeito. “Isso [as regras dos jogos] ajuda a criança depois a observar outros tipos de limite.”

Até quando? 
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolesceste (ECA), a infância vai até os 12 anos de idade, quando se inicia a adolescência. Entretanto, Maria Ângela adverte que esta transição tem sido antecipada. “Em geral, [a infância] tem ido até uns dez anos”, diz.

Ela ressalta ainda que o processo não acontece da mesma forma para todas as crianças, por isso não há um limite de idade para presentear os filhos no Dia das Crianças e nem para parar de brincar. “Desde que seja um desafio e alguma coisa que esteja de acordo com a idade, não há problemas”, diz usando como exemplo videogames, taco, peteca e outras brincadeiras feitas por alguns adultos. “Eu já vi muito pai em loja de brinquedo tendo convencer o filho a compra um determinado brinquedo que não era para a criança, era para ele, pai”, conta rindo.

Goiasnet.com/G1