Mundo Mulher

Crianças e jovens especiais ultrapassam barreiras através dos estudos

14/08/2010

 

Superação de limites

 

Assim como qualquer outro cidadão, os portadores de necessidades especiais têm o direito à igualdade social, saúde, transporte e uma educação de alta qualidade. A alfabetização e o desenvolvimento dos estudos, ao contrário do que muitos pensam, é primordial e jamais deve ser negligenciado, pois o estímulo os ajuda a manter uma relação melhor e mais aberta com todos a sua volta. Mas por que será que mesmo assim ainda existem tantas dificuldades nas práticas e métodos educativos para essas pessoas?

 

Indo contra todas às adversidades, Fabrício Cardoso Lima, 39 anos, é a prova de que qualquer pessoa, com força de vontade e determinação pode ir longe. Tetraplégico desde os seus 22 anos, após um mergulho em uma represa com amigos, Fabrício entrou em depressão e se revoltou com as pessoas e sua vida. Já não saía de casa e seu contato com os demais era raro. Até que em visita a um massoterapeuta, o jovem recebeu um conselho que mudou sua vida: “Exercite o seu cérebro”.

 

Alguns dias depois da consulta, no período em que ele procurava alguma atividade, a orientadora do Método Kumon, Yumi Matsuura, surge em seu caminho. Através de um grupo de amigos da igreja local, Yumi convidou Fabrício para começar o curso de Matemática no Kumon. Ele de início ficou receoso devido às suas limitações físicas. Então, Yumi propôs que fizessem as atividades na própria casa do jovem, que como não podia mover os braços, tinha em sua orientadora suas próprias mãos.

 

 

 

Como o Método Kumon trabalha com o estudo no “ponto ideal”, isto é, desenvolve e respeita a individualidade de cada pessoa, não foi difícil para Fabrício se aprimorar física e mentalmente. Sua orientadora, que escrevia as respostas que ele ditava nas duas visitas semanais em sua casa, enxergou em Fabrício um grande potencial. Após o curso de Matemática, o jovem ingressou também no curso de Português e hoje, após muita dedicação e perseverança, passou no vestibular e cursa o 4º semestre de Direito.

 

 

 

“A orientadora Yumi me fez ver que eu era capaz de aprender tudo que eu quisesse. Não importava o tempo, pois cada um tem o seu momento para aprender, mas eu posso ser o que eu quiser, desde que me esforce”, finaliza Fabrício.

 

Apresentando outro tipo de necessidade, Lauro Zimmermann Ferreira, 13 anos, tem uma história similar à de Fabrício. Portador da Síndrome de Down, ele frequenta a APAE desde os primeiros meses de vida e esteve no ensino regular, como aluno de inclusão, até os 12 anos.

 

 

Os pais, preocupados com seu desenvolvimento, resolveram então matriculá-lo também no Kumon, pois já conheciam o Método e ouviram falar muito bem sobre as atividades que potencializam as capacidades de cada pessoa. A orientadora Cecília de Paula afirma que levou um certo tempo para driblar a dificuldade de atenção na hora das tarefas, mas foi depois de contar estórias que Lauro passou a se dedicar aos estudos e seu desenvolvimento.

 

 

Hoje, além do curso de Português, Lauro também estuda Matemática, e sua melhora é perceptível. “Após conseguir o passo primordial - a concentração, ele passou a entender a importância da disciplina para adquirir conhecimento. Esta que, paulatinamente, lhe proporcionou independência, primeiramente para a execução das lições, depois para todas as tarefas cotidianas, principalmente aquelas que exigem leitura. E, como em todo processo de aprendizado, a independência trouxe a autoconfiança - talvez a conquista mais importante das aquisições nesse processo”, afirma seu padrasto Gustavo.

 

Devemos entender que quando se oferecem estímulos a crianças com deficiência, como canções, números, estórias e tarefas, elas apresentam um efetivo avanço intelectual. Além do desenvolvimento mental, o estudo e seu progresso também contribui na firmeza da fisionomia e a melhora nos movimentos, já que os nervos a eles relacionados são constantemente estimulados.

 

Portanto, depois dessas histórias, é importante não esquecer da lição mais importante de todas: O desejo de se desenvolver é comum a todo tipo de pessoa e tem que ser levado a sério.

Fotos:

1- Fabrício e a orientadora

2- Lauro

 

www.kumon.com.br

 

Natália Prieto - lucky@luckyassessoria.com.br

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