Mundo Mulher

As várias fases do desenvolvimento de uma mulher

25/04/2012

Ramy Arany


Na natureza tudo se manifesta através de ciclos para que aja a continuidade. Podemos observar isto através das estações climáticas, que são cíclicas; do ciclo do dia e da noite; dos ciclos da seca; dos ciclos das águas; dos ciclos lunares dentre outros.


Assim, como a natureza, toda vida de uma mulher se apresenta através de várias fases que são seus ciclos naturais. Sendo assim, a mulher é profundamente cíclica e podemos observar isto de forma bem natural através da menstruação, que tem um tempo para se iniciar e depois se manifesta a cada 28 dias; da gestação física que são nove meses, ou melhor, nove luas e depois o ciclo da menopausa.
Quando a mulher nasce ela já traz consigo toda esta força cíclica funcionando em seu pequeno corpo físico e que vai se manifestando de acordo com o tempo natural de cada ciclo. O que comanda esta ciclicidade orgânica feminina são os hormônios que vão transformando seu corpo de menina para jovem, de jovem para mulher de mulher para anciã.


Existem três grandes ciclos de existência na vida do ser humano que são os mais conhecidos: a infância, a maturidade e a velhice, porém existem também as passagens de um ciclo para outro. Na vida de uma mulher o início de cada ciclo é bem intenso e as passagens também, marcando profundamente a manifestação de cada um através do comportamento feminino.
O elossistema hormonal feminino é muito complexo e em cada ciclo vai também influenciando a personalidade e identidade de cada ser mulher, que vai respondendo a estes estímulos invisíveis de acordo com sua individualidade e tendência comportamental. Tudo isto interage com a cultura e a educação que envolve as mulheres, pois os valores de referências também interferem positiva ou negativamente em cada ciclo de existência da mulher, bem como em suas passagens.


A passagem de menina para mulher, fisicamente é marcada pela presença da menstruação; porém, a mulher ainda é uma menina, principalmente se a menstruação se manifestar precocemente. Fisicamente ela já é considerada “madura” para a reprodução, porém, emocionalmente e mentalmente ainda necessita de um tempo para amadurecer e acompanhar seu físico. É o ciclo da adolescência que é uma passagem entre a infância e a maturidade, onde a menina-mulher necessita ser protegida, principalmente através da informação e da orientação para que ela saiba muito sobre sua natureza íntima.


Infelizmente, as mulheres por conta de sua própria natureza amadurecem muito cedo se comparada aos homens. Hoje uma “moça” de doze anos é quase uma mulher, enquanto o homem é ainda um menino. A cada dia a mulher-menina tem se tornado moça mais rapidamente, ou seja, está entrando no segundo ciclo de forma precoce, perdendo muito do sabor delicioso da infância. Tudo para a mulher começa primeiro se comparado ao homem, por isto, a tendência de uma jovem buscar um jovem mais velho que ela para poderem se entender em relação à maturidade. 


Com isto, o ciclo da maturidade é bem longo para a mulher, que biologicamente passa para o ciclo da velhice a partir da menopausa. Porém, isto não significa que a mulher menopausada seja velha, significa que seu corpo está num ciclo de retorno, onde não há mais condições para a reprodução, embora a mulher continue no ciclo da maturidade até adentrar no ciclo ancião e não do velho ou da velha.  Devemos considerar a diferença entre o ancião e o velho, pois ancião é aquele que já viveu muito e se encontra muito sábio dentro de sua individualidade


A mulher passa por grandes transformações no ciclo de passagem, ou seja, quando inicia a menopausa, pois os hormônios se encontram se reunindo. É um período muito delicado para a mulher que infelizmente não é orientada para atravessar este período com calma, saúde e preparo físico e mental. A menopausa ainda é um tabu para nós mulheres por conta de nossa cultura e do preconceito contra nós, pois a mulher que entra na menopausa tem uma conotação de já ser velha; infelizmente volto a dizer que isto é uma ignorância e tem a ver com os conteúdos de referências culturais e valores impostos às mulheres por uma sociedade baseada em valores não essenciais, que somente valoriza a juventude e a maturidade até um limite, desconsiderando a sabedoria do ancião (ã).
Muitas mulheres entram em conflito por se sentirem velhas e inúteis por conta disto, quando na realidade deveriam se sentir orgulhosas de si mesmas e respeitarem mais os ciclos naturais do feminino. Cabe a nós mulheres educarmos nossa sociedade para que esta nos reconheça e nos respeite em nossos ciclos naturais.


Ramy Arany – co-fundadora do Instituto KVT e do Instituto KVT Desenvolvimento da Consciência Empresarial é Assistente social, Escritora dos livros Eternamente Ísis – O retorno do feminino ao Sagrado e Visão Gestadora – A visão em teia. Terapeuta comportamental, na linha da consciência. Especialista na Liderança feminina e na consciência feminina, relacionamentos e maternidade. É também palestrante nestas áreas.


Site: www.kvtfeminino.com / E-mail: ramyarany@kvt.org.br012

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