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As Novas Aplicações da Terapia Fotodinâmica

Associado ao ALA, evita cirurgias de alguns tipos de câncer de pele, rejuvenesce, acaba com a acne e muito mais

Após mais de um século de estudo e aprimoramento, o conceito de terapia fotodinâmica ou fototerapia dinâmica (PDT) ressurge renovado.Apresentadas em fevereiro deste ano no Encontro Anual da Academia Americana de Dermatologia (New Orleans-EUA), as modernas aplicações da PDT estão relacionadas ao avanço tecnológico do arsenal de equipamentos de luz criados para a medicina e, segundo os especialistas, uma série de novos tratamentos ainda está por vir.

Sofrer por causa das indesejáveis marcas de acne ou com uma pele envelhecida e com manchas é coisa do passado. A medicina está evoluindo cada vez mais, e uma novidade na área que vem dos EUA é a associação do Acido 5-aminolevulinico (ALA) com alguns tipos de PDT (fotossensibilizantes mais conhecidos como laseres). O mais utilizado era o Clear Light, e no último Encontro Anual da Academia Americana de Dermatologia, realizado em New Orleans (EUA), o Quantum foi apresentado como a melhor opção. Apesar do nome esquisito, o ativo é um poderoso aliado da pele.

"Por ser fotossensilibizante, o ALA intensifica a absorção dos laseres, remove manchas, suaviza rugas finas, remove vasos e estimula a formação de novo colágeno, tudo de modo mais intenso do que o laser sozinho", afirma a dermatologista. "O laser faz o ALA penetrar e destruir células lesadas ou atípicas dos cânceres de pele, ou ainda agir no funcionamento das glândulas sebáceas", explica a Dra. Aurea Lopes, mestre em dermatologia pela USP e especialista em medicina estética.

ALA para Câncer de pele

Segundo ela, com apenas uma sessão há uma visível melhora na qualidade da pele como um todo, com redução dos "pés de galinha", melhora na textura, na pigmentação, nos vasos, vermelhidão, acne inflamatória e até oleosidade. "Nos casos de queratoses actinicas (lesões consideradas pré-cancerosas) observamos uma melhora de 75%, e o tratamento pode evitar alguns tipos de cirurgias que seriam mutilantes em certos casos de câncer de pele", completa.

ALA para Acne

O diferencial do tratamento está na sua eficiência. "Os peelings para acne ativa (inflamatória), por exemplo, são superficiais, amenizam o quadro à longo prazo e com efeito pouco duradouro. Já o ALA, sempre associado ao fotossensibilizante, age de forma mais incisiva na glândula sebácea, local onde se origina a acne - e na primeira sessão os resultados já são visíveis", explica a Dra. Aurea.

Outras indicações

Mas seus benefícios não param por ai. Além de dar adeus à acne, rejuvenescer, amenizar cicatrizes, ele ainda é eficaz na micose de unha, rosácea, psoríase etc.

ALA x Botox

O ativo na verdade tem uma história um pouco parecida com a do Botox, que foi desenvolvido para uso médico e virou uma febre como tratamento estético. "No caso do ALA, sua indicação inicial era para casos de câncer de pele, e depois de algum tempo os médicos começaram a perceber que os pacientes tratados rejuvenesceram", conta a Dra Aurea. "E agora, vi no Congresso de Medicina Estética realizado em New Orleans (EUA) que o ativo é muito eficiente quando utilizado com o Quantum", completa a médica.


Eficiência e ação

Para se ter idéia da eficiência do ativo, sem o ALA normalmente são necessárias 8 sessões do Clear Light para tratamento de acne, enquanto com a associação, 1 ou 2 são suficientes.

O tratamento é simples. Após a pele ser limpa, aplica-se uma fina camada de ALA a 20% em toda a área a ser tratada. Depois de agir por cerca de 1 hora, o laser é aplicado. Há uma pequena sensação é de "pinicação" e ardor durante a aplicação, e após alguns dias, a pele descama. "A nova pele já 'nasce' literalmente renovada" , garante a médica.

O número de sessões depende do tipo de tratamento e do objetivo a ser alcançado. "Para a acne, de 1 a 2 sessões; para rejuvenescimento, 3 sessões e para câncer de pele de 1 a 2 sessões", destaca a Dra Áurea.

Simples cuidados pós-tratamento

Os principais cuidados depois da aplicação são: usar sabonete neutro, aplicar creme à base de hidrocortisona e adotar protetor solar. A terapia não exige pré-requisitos específicos e as principais contra-indicações são gravidez e exposição solar até 72 horas. "Entre os principais pontos positivos do ALA aliado ao PDT está o fato do procedimento ser menos invasivo que uma cirurgia de câncer de pele, por exemplo. Outras características marcantes são não produzir efeitos colaterais, conclui Dra Aurea Lopes.

Dra Aurea Lopes é graduada em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora-MG, especialista em Dermatologia pelo Hospital Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Mestre em Dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Juliana Reis / Artulio Reis
Lara Krawczenko/ Raquel Serafim

E-mail: imprensa@centraldefontes.com.br

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