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Boa mastigação é essencial para emagrecer

Boa mastigação é essencial para emagrecer

05/12/2011

 
Mastigar bem os alimentos aumenta a saciedade, melhora a digestão e ajuda a reduzir a vontade de comer compulsivamente.
 
Passar horas na academia, fazer cirurgias plásticas, dietas loucas e até tomar remédio para perder peso. No vale-tudo pela beleza – e por um corpo perfeito ditado por estereótipos quase impossíveis de serem atingidos pela maioria das pessoas -, princípios simples e fundamentais para comer menos e melhorar a digestão são esquecidos. Não basta se preocupar com o que deve ser consumido, mas a forma como os alimentos são ingeridos também deve ser levada em conta.
Segundo Gerson Köhler, ortodontista e ortopedista-facial da Köhler Ortofacial, a mastigação é o início de todo o processo digestivo, em especial das fontes de amido. A saliva gerada pela mastigação possui várias enzimas digestivas, entre elas a ptialina, que tem ação sobre os cereais e as massas em geral, como pães e biscoitos. “A atuação da saliva junto aos alimentos facilita a digestão, já que eles chegam pré-digeridos ao estômago. O bom funcionamento intestinal é um dos pilares do emagrecimento saudável”, ressalta.
O ortodontista explica que o processo digestivo também influencia na absorção dos nutrientes dos alimentos. Quanto melhor a digestão for, maior será a assimilação dos carboidratos, vitaminas, proteínas, fibras e sais minerais. “Por sua vez, quanto mais o organismo assimilar estes nutrientes, maior será a saciedade, reduzindo a vontade de comer compulsivamente, auxiliando no emagrecimento e contribuindo para a saúde”, esclarece.
Köhler destaca que a mastigação adequada e prolongada também auxilia a estimular a produção de enzimas e movimentos mais intensos no tubo digestivo. “O ideal é que os alimentos sejam mastigados por no mínimo 30 vezes, dependendo se são sólidos, pastosos ou líquidos. Quanto mais ineficiente o processo de mastigação for, ou seja, quanto menor for o número de mastigações, mais preguiçoso o intestino será, sem força para trabalhar e produzir a quantidade necessária de estímulos gástricos essenciais para a digestão”, observa.
 
Momento de prazer
A refeição não deve ser feita de forma mecânica, ela deve se tornar um momento de prazer, no qual os alimentos são saboreados lentamente e é possível sentir a textura e o sabor do que está sendo consumido.  “Comer tem que ser uma atividade consciente. O cérebro leva de 15 a 20 minutos para ativar o mecanismo de saciedade, que sinaliza o momento certo de parar de comer. Assim o indivíduo não come além do necessário, evitando problemas como o excesso de peso”, evidencia o especialista.
A mastigação é uma aliada da saúde. Além de auxiliar no controle do peso, ela evita transtornos digestivos como azia e má digestão. “Boa parte dos problemas digestivos podem ter origem na mastigação incorreta, já que os pedaços grandes e mal triturados exigem mais esforço do estômago. E a produção insuficiente ou excessiva de enzimas digestivas também pode ser agravada pela mastigação errada. Por isso é tão importante dar atenção a um movimento simples do organismo, que influi diretamente em vários aspectos da saúde”, acrescenta.
O especialista comenta ainda que muitos estudos comprovam os reais benefícios de mastigar corretamente e que o conceito de que a mastigação influi a saciedade foi utilizado para a criação de um aparelho bucal que reduz a quantidade de alimento ingerida. “São dispositivos intra-orais, criados para melhorar a qualidade da mastigação dos alimentos e reduzir a quantidade de comida consumida em cada refeição. Eles devem ser prescritos por um profissional habilitado e não devem ser usados indiscriminadamente, já que fazem parte de todo um tratamento que auxilia no emagrecimento”, finaliza.
 
Gerson Köhler
 Ortodontista e ortopedista facial, pós-graduado pela UFPR – Universidade Federal do Paraná – e mestre em ciências na área biomédica. Presidiu por duas gestões a Associação Paranaense de Ortodontia e Ortopedia Facial (APO) e participou da fundação da ABOR – Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ligada à WFO - World Federation of Orthodontists - EUA), onde foi secretário-geral por duas gestões. É professor convidado da pós-graduação da UFPR desde 1988.
 
Verônica Pacheco - veronica@todacomunicacao.com.br


 

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