Mundo Mulher

Educação Infantil- Alimentação

Dra. Márcia Mendes

Pais que desejam oferecer uma boa educação alimentar a seus filhos devem ter uma dose extra de dedicação (que na prática significa disponibilidade de tempo e paciência) no momento de alimentá-los, sobretudo enquanto eles têm entre um e três anos de idade. A explicação é da nutricionista Márcia Sabadin Mendes de Souza, da "Bozelli Medicina e Odontologia" de Sorocaba (SP).

De acordo com Márcia Mendes, após os seis meses de idade, a criança precisa receber alimentação complementar, principalmente as ricas em ferro e proteínas, para que reúnam condições de desenvolverem-se física e mentalmente. A partir dessa fase, começarão os problemas que os pais terão de enfrentar. "É relativamente comum a criança não tolerar o sabor dos novos alimentos, já que o sabor do leite materno era único e os que passará a ingerir parecerão ou muito salgados ou muito doces", explica.

Por mais que a criança relute em aceitar esse novo cardápio - chore, recuse ou vomite parte do que ingeriu -, habituar-se é uma questão de tempo. Afinal, não se tem notícia de algum adulto que continue a alimentar-se com leite materno. "É preciso paciência, principalmente da mãe ou da pessoa que alimenta a criança, como avós, ou babás, nesse primeiro contato da criança com os alimentos comuns. Será nessa fase que se criará o gosto pela refeição", diz Márcia.

Depois de um ano de vida, normalmente a criança começa a andar. Dessa fase em diante, mantê-la sentada nas famosas cadeirinhas será quase impossível. "Elas estarão querendo explorar o mundo e não querem parar para comer", conta a nutricionista. Quem a alimenta nunca deve ficar andando atrás dela com a colher. "Deixe que o bebê venha até você, pois só assim aprenderá a procurar o alimento saudável, servido durante as refeições", orienta.

Durante essas fases (até os três anos), cada refeição infantil irá durar cerca (provavelmente mais) de uma hora. Mais do que nunca, a dedicação dos pais é fundamental. Para a criança procurar , ela tem que sentir fome e então não oferecer alimentos com intervalos menores que duas horas e meia ou três horas.

 
NUTRIÇÃO
Alimentação balanceada deve incluir sossego, harmonia e alegria à mesa.

Os antigos dizem que a hora de alimentar-se é sagrada. Poucas famílias cultuam o hábito de fazer uma prece antes de iniciarem a refeição, fato que - independente da doutrina religiosa - reforça entre os comensais a importância do momento. Porém, a maioria das famílias contemporâneas transformou as refeições em família num momento muitas vezes temido, onde "tudo pode rolar". Brigas, discussões infundadas e assuntos inapropriados têm levado muitas pessoas - crianças, jovens e adultos - a sentir aversão de sentar-se à mesa. A situação é constatada freqüentemente pela nutricionista Márcia Sabadin Mendes de Souza, da "Bozelli Medicina e Odontologia" de Sorocaba (SP).

"Não podemos esquecer que toda alimentação tem de ser, antes de tudo, prazerosa", orienta a profissional. Isto vale tanto para quem estabelece uma dieta alimentar (não adianta nada obrigar alguém a comer determinados alimentos que não suporta) quanto para quem vai à mesa sem qualquer cuidado com a dieta. "Muitas vezes, noto durante as consultas que a dieta alimentar da família está bem balanceada, exceto pela ausência de sossego", revela.

Mas não são apenas as brigas ou as conversas difíceis travadas durante as refeições que atrapalham. A mania de assistir à televisão enquanto se come, o celular usado para contatos profissionais ligado, ruídos que enervam são itens que prejudicam. "Infelizmente, a maioria das pessoas ainda não se convenceu da importância de se ter horários e condições apropriadas para se alimentar. Quando isso ocorrer, certamente, elas serão mais saudáveis e mais felizes", completa Márcia Mendes.

Dra. Márcia Mendes

fabio@bozelli.com.br

Mundo Mulher
Mundo Mulher
Mundo Mulher
box_veja