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Diets e Lights

Diets e Lights

Não tem jeito de passarem despercebidos, mesmo que não façam parte de nossas compras. Vamos a um supermercado e lá estão os diversificados alimentos diets e lights. Os estabelecimentos mais sofisticados criaram até uma seção todinha para eles. Os mercadinhos não ficaram de fora e já estão vendendo os produtos que parecem ser menos calóricos e mais saudáveis. Antes de cair na tentação de incluí-los em suas compras, veja se realmente você precisa e pode usar esse tipo de alimento.

Um produto diet tem na sua composição original a alteração de algum nutriente (ingredientes como açúcar, sal ou glúten podem ter sido retirados ou acrescentados ao alimento), explica a nutricionista Sandra Rodrigues de Melo Nascimento. É por isso que nem sempre o produto dietético ajuda a perder ou manter o peso.

"A alteração nem sempre é no açúcar. No sal dietético, indicado para pacientes hipertenso, é retirado o sódio. No caso das farinhas, como a Sustagen, são enriquecidas com nutrientes. Muitas vezes, a pessoa paga mais por algo diet, sem necessidade", ensina.

Os produtos lights têm uma redução, que varia em média de 25% a 50%, de todos os nutrientes que fornecem calorias. "Esse sim é indicado para quem precisa perder peso ou quer manter a forma", afirma a nutricionista.

As indústrias do emagrecimento investiram tanto que já existem, inclusive, pães e torradas lights (sem açúcar). Contudo, não há uma grande necessidade de fazer a mudança, mesmo para quem pretende emagrecer, pois a quantidade de açúcar presentes nos pães e torradas tradicionais é muito pequena.

Chocolate dietético engorda

A confusão mais comum acontece, contudo, com relação ao chocolate diet, que possui -- mesmo que muitos insistam em não acreditar -- mais calorias que o chocolate tradicional.

Indicado apenas para diabéticos, esse alimento para se tornar dietético tem o açúcar retirado de sua composição, o que o deixa com um gosto ruim. Para deixar o seu sabor agradável, é acrescentado uma maior quantidade de cacau (muito gorduroso), o que torna o chocolate diet mais calórico.

Para a nutricionista Sandra, alimentos dietéticos acabam influenciando o aumento da ingestão de calorias: "As pessoas acham que podem tomar à vontade adoçantes, refrigerantes ligths e não é verdade. Talvez por isso 50% da população dos Estados Unidos esteja obesa, justamente no lugar onde é grande o consumo de alimentos diets e lights".

Ela também não recomenda os refrescos diets (principalmente os em pó), pois são artificiais. "Têm aditivos como corantes, conservantes, nada saudáveis. A prioridade deve ser o suco da própria fruta", opina.

Desnatados combatem colesterol alto

Os adeptos de dieta costumam ter outro hábito polêmico: consumir tudo desnatado. Para eles, leite e iogurte não vão à mesa se forem integrais.

Conforme a nutricionista Sandra, o desnatado não tem o aproveitamento das vitaminas consideradas lipossolúveis (A, D, E e K), que precisam da presença de gordura para serem absorvidas. São diferentes das vitaminas hidrossolúveis (Complexo B e Vitamina C), que precisam da presença de água.

"Desta forma, os desnatados só são indicados quando o paciente tem colesterol elevado. Caso contrário, a pessoa não deve usá-los, mesmo que esteja fazendo dieta para perder peso", adverte.

Já os cream cheese, requeijão e queijo branco light possuem menos gordura e têm, inclusive, maior concentração de cálcio. O creme de leite também é menos calórico, o que não significa que ele deve ser usado todos os dias.

Os polêmicos adoçantes

A nutricionista Sandra Rodrigues de Melo Nascimento conta que não tem como rotina recomendar adoçantes para crianças, adolescentes e mulheres grávidas. "Não há nada cientificamente provado, mas pesquisas têm mostrado que o uso do aspartame (componente do adoçante) causa  irritabilidade e convulsão em crianças", justifica.

Apesar do grande consumo por parte, muitas vezes, de famílias inteiras, o adoçante precisa ser usado, sob recomendação nutricional, por quem quer perder uns quilinhos ou é diabético. O conselho da nutricionista é para que as demais pessoas usem menos açúcar ao invés de fazer a troca pelo adoçante.

Outra questão que precisa ser avaliada é a quantidade usada. Existe um número de gotas por dia que pode ser usado por cada pessoa, dependendo de seu peso. "Há o risco da toxidade, com o uso exagerado do adoçante", avisa.
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