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Nutrição: Menos Calorias e Mais Qualidade

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Nutrição: Menos Calorias e Mais Qualidade
Por Nara De Los Angeles

 

 

Crianças são abertas ao aprendizado e, com freqüência, tornam-se agentes de determinados temas. Dois bons exemplos são o transito e a ecologia. Convictas da veracidade e importância do que defendem quase sempre exercem seu papel começando de casa, com argumentos para convencer os familiares sobre o que é certo. Pensando nesse poder infantil, as nutricionistas Cenize Cristina Zago Cassiano e Flavia Augusta de Castro Azevedo Coutinho Nascimento criaram o programa alimentação com Qualidade para crianças e adolescentes. Com um conteúdo atraente, a idéia é que meninos e meninas entendam e acreditem na importância de alimentar-se bem, a ponto de contagiar a família sobre essa verdade.

Flavia e Cenise perceberam que, para transformar crianças em agentes e, por meio delas, conseguir promover uma real mudança na alimentação familiar, não bastavam explicações sobre os alimentos, dizer quais são saudáveis e não-saudáveis e receitar dietas no consultório. Era preciso trazer o assunto para a realidade de cada uma e garantir a participação em casa, de pais e irmãos. Esse compromisso torna-se ainda mais necessário quando a menina ou o menino, mesmo estando no peso normal, tem hábitos alimentares ruins que não atendem suas necessidades nutricionais, ou quando esta com excesso de peso. "A obesidade afeta cada vez mais crianças e adolescentes e está relacionada ao estilo de vida, em que o sedentarismo se alia à oferta de guloseimas", preocupam-se.

De acordo com Flavia e Cenise, um levantamento feito em escolas do País mostra que cerca de 35% das crianças apresentam sobrepeso. Em Goiânia, as nutricionistas fizeram avaliação antropometrica (de peso e altura) nos alunos de uma escola particular, com idade entre 6 e 13 anos, na qual 30% das crianças apresentaram Índice de Massa Corporal (IMC) 35% sobrepeso e 35% obesidade. No programa de alimentação que criaram, também há alunos com sobrepeso, o que prioriza a necessidade de intervenção para promover mudanças alimentares. "- Mas nem todos têm hábitos ruins em casa. O que existe é uma oferta em excesso de guloseimas e fast food", observam.

Flávia e Cenise reconhecem que a má alimentação das crianças nem sempre é culpa dos pais, que, muitas vezes, não sabem ao certo que hábitos adotar para uma alimentação saudável, mas da modernidade e seu ritmo alucinante, que aumenta quanto mais cresce a cidade em que se vive - o programa foi fundamentado após uma ano de estudos e visitas a centro de referencia de tratamento infantil em grandes cidade como São Paulo (Hospital das Clinicas), Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.
Para adquirir e manter bons costumes alimentares no dia-a-dia, a orientação aos pais é de não apenas oferecer bons alimentos à criança, como também estar dispostos a dar o exemplo e a impor regrar e limites.

Para diminuir índices de obesidade infantil deve-se ainda "estimular pelo menos meia hora diária de atividades físicas não-programadas". Cenise diz que a simples decisão de trocar o videogame por uma brincadeira como pular corda, o elevador pelas escadas, preferir não usar o controle remoto e resistir aos petiscos - principalmente em frente a TV -, entre outras iniciativas colaboram para uma vida mais saudável, ajudam a evitar a instalação do excesso de peso e que este se transforme em obesidade. Uma vez instalado, explicam, o problema leva a fatores de risco, como doenças crônico-degenerativas, com conseqüente desencadeamento precoce do diabetes tipo 2, hipertensão arterial, anormalidades lipídicas (alteração de colesterol e triglicérides), além de grande impacto no equilíbrio emocional.

 

SUGESTÕES NUTRITIVAS

Algumas dicas de como formar bons hábitos alimentares nas crianças:

§ O café da manhã e o almoço são as duas refeições mais importantes do dia. Estudos feitos com grupos de crianças, um que tomou café da manhã e outro em jejum, demonstram que a margem de erro nos testes aplicados é grande para que saiu de casa sem comer. Portanto, ajuste a rotina para levantar mais cedo e permitir que a criança faça esta refeição diariamente. Caso ela diga que não gosta de comer pela manhã, não ceda. Ensine-a a formar este habito.

§ As refeições diárias devem ser equilibradas, o que significa atender as necessidades de macronutrientes, que são os carboidratos (pão, arroz, macarrão, cereais), proteínas (leite, carne, ovos e derivados) e gorduras (óleos vegetais) e micronutrientes, que são as vitaminas e minerais (frutas e legumes). Cada refeição deve pelo menos conter um alimento de cada grupo.

§ Valorize os alimentos saudáveis de que a criança já gosta e tenha os sempre em casa. Tente introduzir novos alimentos na dieta dela, oferecendo-os mais de uma vez. Explique por que o alimento é importante, mude a forma de preparo e a apresentação, até conseguir que ela coma. Mas lembre-se de que ninguém é obrigado a gostar de tudo.

§ Nesse trabalho de convencimento da criança, de que determinado alimento é importante para ela, você pode acrescentar a explicação o exemplo de ídolos que mantém o corpo saudável.

§ Evite ter sempre em casa alimentos muito calóricos, como bolachas recheadas, doces, salgadinhos, chocolate e refrigerante. Você pode comprá-los esporadicamente, porém estabelecendo limites de consumo.

§ A forma de preparo dos alimentos influencia no seu valor calórico. Prefira os cozidos aos fritos, porque, além de diminuir o valor calórico, contribui para o bom perfil lipídico (taxas de colesterol, triglicérides) da criança.

§ Use com moderação o sal no preparo das refeições. Hoje, a prevalência de hipertensão infantil é alta.

§ Há quem prefira fazer um lanche a almoçar, mas compare: um sanduíche de fast food tem aproximadamente 600 calorias; uma boa refeição com frutas de sobremesa, tem o mesmo valor calórico ou menos, com a vantagem de atender as necessidades de nutrientes e principalmente de fibras, que ajudam o intestino a funcionar. Crianças que não comem fibras e não tem atividade física estão fadadas a ter problemas intestinais.

§ Algumas escolas já oferecem lanche definido por nutricionista. Nas que ainda servem salgadinhos e outras guloseimas, cobre da direção essa mudança ou mande o lanche (cooke integral, barra de cereais, fruta desidratada, pão de queijo, bolo sem cobertura e nem recheio, bolacha sem recheio, suco de frutos em embalagem longa vida, em vez de refrigerante).

RECEITAS PARA O LANCHE

§ Salada de frutas com alimento funcional (linhaça ou aveia) - Um mamão picado, uma caixa de morangos picados, meia dúzia de bananas e meia dúzia de maças picadas, duas colheres de linhaça batida no liquidificador ou de aveia. Misture todas as frutas e acrescente a linhaça ou a aveia. Uma porção de 200 ml (um copo) corresponde aproximadamente 60 calorias.

§ Minipizzas - Duas bolachas de sal, uma salsicha de peru ralada, meio copo de iogurte desnatado, duas rodelas de tomate, orégano e agosto. Misture tudo e faça um patê de salsicha com o iogurte desnatado. Coloque pro cima das bolachas, fazendo duas minipizzas. Acrescente a rodela de tomate e o orégano. Cada minipizzas tem cerca de 50 calorias.

§ Calzone - um pão sírio pequeno, uma fatia pequena de ricota amassada, uma colher de sobremesa de requeijão ligth. Misture a ricota com o requeijão cremoso e receio o pão sírio. Embrulhe no papel alumínio e leve ao forno em temperatura média por 15 minutos. Tem aproximadamente 50 calorias.

Fonte: Cenize Cristina Zago Cassiano e Flavia Augusta de Castro Azevedo Coutinho Nascimento

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