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Chocolate

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Chocolate

Criado pelos astecas que acreditavam ser seu fruto um presente do deus Quetzalcoalt, o chocolate é sem dúvida alguma o alimento dos deuses. Seu sabor é tão marcante que já foi valioso como moeda e sua bebida proibida por ser tida como afrodisíaca. Além do sabor delicioso, o chocolate é uma excelente fonte de energia, graças a grande quantidade de gordura e açúcar que possui. Rico também em sais minerais, potássio, fósforo, magnésio e uma pequena quantidade de vitamina do complexo B.

Embora possua várias fontes nutricionais, o seu excesso é pouco recomendado pelos especialistas. "Cada 100 gramas de chocolate ao leite tem em média 541 calorias", afirma a chefe de nutrição do Hospital e Maternidade São Camilo, Silvia Regina Rebello Toscano.

De acordo com a nutricionista, os efeitos estimulantes do chocolate em alguns indivíduos derivam da presença de substâncias chamadas metilxantinas, como teobromina e a cafeína. "Outras substâncias encontradas no chocolate exercem efeitos no cérebro aumentando a sensação de prazer, euforia, excitação", informa a nutricionista.

Chocólatra - Mas será que a presença destas substâncias são capazes de explicar porque algumas pessoas têm verdadeira adoração pelo chocolate? E o que a caracterizam como um chocólatra? A psicóloga clínica do Recanto Maria Tereza (clínica para dependentes químicos dos hospitais Camilianos de São Paulo), Márcia Martins de Moraes, responde a estas perguntas apontando alguns sinais para determinar um chocólatra:

1. Vontade irresistível de comer o doce

2. Comer vorazmente sem ao menos mastigar ou sentir o gosto do que está comendo

3. Comer escondido para não mostrar o abuso ou ainda para não dividir com outra pessoa

4. Abandonar qualquer atividade para ir em busca do chocolate

5. Acordar no meio da noite para comprá-lo, chegando a chorar de vontade

6. Ingerir rapidamente uma quantidade abusiva de chocolate, como caixas inteiras de bombons.

Segundo a psicóloga, uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) mostrou que 22% dos entrevistados relacionam o ato de comer chocolate ao prazer sexual e 63% percebem-se dependentes e comparam o chocolate a uma droga. "Para o chocólatra comer com moderação é uma dificuldade, já que a
falta de controle é a característica fundamental do seu transtorno, e a Páscoa é apenas mais uma justificativa para se entupir de chocolate", afirma Márcia.

Embora o chocolate seja um alimento com nutrientes, a presença de uma substância chamada triptofano, que induz a serotonina, pode fazer com que a pessoa se sinta calma e satisfeita ao consumir o doce."Porém este estado de prazer é momentâneo, pois seu consumo exagerado pode causar aumento de peso, insônia e irritabilidade", diz Márcia de Moraes.

De acordo com a especialista, apesar de os mecanismos que estudam o comportamento compulsivo ainda serem pouco conhecidos, é importante que o chocólatra procure tratamento especializado, o que envolve reeducação
alimentar, acompanhamento psicoterápicos e grupos de mútua-ajuda.

Páscoa - A nutricionista do Hospital São Camilo concorda com a psicóloga e alerta os pais sobre o excesso, principalmente na Páscoa. "Normalmente a criança ganha um ovo de cada integrante da família o que favorece o excesso de consumo". "Impor limites nem sempre é uma tarefa fácil, mas é possível e fundamental na função de educar", completa Márcia.

 

Para Silvia, o ideal é dar apenas um ou estimular a criança a dividir os ovos com outras crianças carentes. De acordo com a nutricionista, a quantidade recomendável de chocolate por dia é de 50 gramas "esporadicamente".
Márcia reitera dizendo que, se consumido sem excesso, o chocolate pode estimular o sistema nervoso central, melhora a atenção e concentração e, ainda, evita os danos dos radicais livres.

História do chocolate - O chocolate foi inventado pelos astecas que o chamavam de Xocolatl (água amarga). Seus ingredientes são extraídos do cacaueiro, árvore originária da região tropical da América. A fruta (cacau)
é colhida na época de maturação e dela são retiradas somente as amêndoas. Estas são transformadas numa pasta e origina-se a manteiga de cacau e o chocolate em pó. Para a fabricação do chocolate é adicionado a esta pasta ingredientes como açúcar, leite e, dependendo do tipo, amêndoas e nozes.

A industrialização do chocolate se deu em 1778 quando o francês Doret desenvolveu máquinas para moer, misturar e aglomerar a massa de cacau. A primeira fábrica foi construída na Suíça.

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