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Labirintite

Labirintite

20/11/2011

Alimentação inadequada e sedentarismo prejudica o equilíbrio corporal

 

Doença que afeta o labirinto pode surgir a partir de hábitos de vida inadequados e exageros alimentares.

 

O sedentarismo é um fator de risco para diversas doenças, como a obesidade e os problemas cardiovasculares. Não praticar exercícios pode afetar ainda o equilíbrio do organismo, aumentando os riscos do surgimento da doença labiríntica, conhecida popularmente como labirintite. “O labirinto é um órgão que participa do equilíbrio do corpo tanto parado quanto em movimento e para tal precisa ser estimulado constantemente”, explica Rita de Cássia Cassou Guimarães, otorrinolaringologista, otoneurologista e mestre em clínica cirúrgica pela UFPR.

A especialista esclarece que o labirinto ou orelha interna, é o nome dado a porção anatômica da orelha que está dividida em duas partes, uma anterior relacionada à audição e outra posterior relacionada ao equilíbrio do corpo, tanto estático quanto em movimento. “A imobilidade predispõe a disfunção labiríntica ou agrava a doença labiríntica pré-existente. Todo paciente labiríntico é encorajado precocemente a realizar movimentos orientados através de um programa de reabilitação de acordo com o diagnóstico de cada um”, esclarece.

A disfunção da orelha interna além de afetar o equilíbrio corporal, também compromete a função auditiva. Os principais sintomas são a tontura rotatória ou vertigem - desencadeada ou agravada pelos movimentos da cabeça - desvios do corpo, náusea, vômitos, suor frio, palpitação, perda auditiva e zumbido no ouvido. “Não há dados estatísticos que apontem o número de pessoas que sofrem com a doença labiríntica no Brasil. O que se sabe é que a tontura é a segunda maior queixa de busca por ajuda médica em consultórios de clínica geral, perdendo apenas para queixa de dor”, observa a médica.

Alterações vasculares e metabólicas, enxaquecas, disfunções hormonais da tireóide e ovários, vertigem postural, traumatismos cranianos, alterações bruscas da pressão atmosférica como mergulhos e viagens de avião, intoxicação por alguns tipos de medicamentos, alimentação, infecções, estresse, ansiedade e depressão são apenas alguns fatores que estão associados ao surgimento da labirintite. “A alimentação tem um papel fundamental na manutenção do equilíbrio, pois os nutrientes absorvidos e presentes no sangue nutrem as células labirínticas”, destaca.

Segundo Rita, o labirinto possui uma irrigação sanguínea peculiar e delicada, proveniente de um único ramo arterial. Situações que provoquem a diminuição do calibre da artéria labiríntica ou a qualidade inadequada dos elementos do sangue que nutrirão as células da região facilitam o aparecimento da doença labiríntica. “O excesso no consumo de cafeína, bebidas alcoólicas, chocolate, gorduras, açúcar, sal e a exposição a produtos tóxicos como inseticidas e pesticidas prejudicam o labirinto”, aponta.

O glicogênio é o combustível das células sensoriais, neurônios da audição e do equilíbrio corporal, por isso é imprescindível que exista uma boa regulação do metabolismo dos carboidratos para manter esta reserva energética e em consequência uma boa oxigenação dos neurônios labirínticos. “Neste aspecto encontramos os problemas relacionados com o metabolismo dos carboidratos e das gorduras, ingestão abusiva de substâncias estimulantes, períodos de jejum prolongado, hábitos e vícios alimentares”, acrescenta.

Rita enfatiza que o acompanhamento nutricional é essencial para o tratamento dos pacientes com labirintopatia. É preciso respeitar os horários das refeições, evitar períodos de jejum prolongado e praticar atividades físicas. “Dar preferência a frutas, verduras e legumes, sucos naturais, alimentos ricos em fibras e ingerir pelo menos dois litros de água por dia ajudam a nutrir as células. O consumo de alimentos gordurosos, de sal e açúcar deve ser controlado”, finaliza a otorrinolaringologista.

 Rita de Cássia Cassou Guimarães/Otorrinolaringologia/ Otoneurologia
     Centro de Zumbido Curitiba
http://canaldoouvido.blogspot.com/


Verônica Pacheco - veronica@todacomunicacao.com.br

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