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Começa a surgir na Europa, um novo procedimento que pode beneficiar o tratamento de diversos tipos de câncer. Trata-se da aplicação de radioterapia logo após a retirada do tumor, enquanto o paciente ainda se encontra na mesa de cirurgia. A técnica é denominada radioterapia intra-operatória e pode ajudar, principalmente, pacientes que residem em regiões remotas e países em desenvolvimento. A nova terapia - ainda inédita no Brasil - foi apresentada pelo Instituto Europeu de Oncologia durante o último Congresso Latino-americano de Mastologia, realizado na Bahia entre os dias 17 e 20 de setembro.

Testes iniciais da nova técnica mostraram resultados promissores. Porém, novos estudos serão realizados para que se chegue a um consenso. "Um dos objetivos da técnica é potencializar o efeito da radioterapia, evitando com isso os grandes efeitos colaterais", revela o médico Alexandre Vicente de Andrade, professor da disciplina de Ginecologia da PUC-SP. "Outra vantagem é o fato do paciente não precisar se deslocar diariamente e durante semanas para se submeter às sessões de radioterapia", completa. Pode parecer um benefício pequeno, mas não é. "Muitos pacientes abandonam a radioterapia pela dificuldade de se deslocar até o local onde seriam feitas as irradiações", cita o médico. "O resultado é uma perda expressiva na qualidade do tratamento como um todo", resume.

Além da economia de tempo e dinheiro, a nova técnica pode ajudar a salvar mamas. Quando existe dificuldade na aderência ao protocolo de radioterapia - que normalmente envolve seis semanas de tratamento -, a opção é uma cirurgia menos conservadora. Isso pode significar uma mastectomia total (retirada completa da mama). Esse problema ocorre com maior freqüência em países mais pobres, onde o acompanhamento ambulatorial adequado é mais difícil. Se confirmada a eficiência, a radioterapia intra-operatória eliminará a necessidade do paciente de se submeter às sessões radioterápicas pós-operatórias.

Um dos problemas potenciais da técnica é o risco de recorrência da doença em outro local da mama. O motivo é que a radiação não é direcionada a todo o tecido, mas apenas à área peritumoral (que contorna o nódulo). "A técnica ainda é experimental e seus resultados ainda não estão definidos" finaliza o dr. Alexandre..

Fonte: Dr. Alexandre Vicente de Andrade - Professor da disciplina de Ginecologia da PUC-SP - Para, SZS Comunicação

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