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Constipação Intestinal

Constipação Intestinal


Em 1996, um congresso realizado em Roma (Itália) reunindo especialistas em coloproctologia (tratamento clínico e cirúrgico das principais doenças - benignas e malignas - dos intestinos, reto e ânus) definiu técnicas e, cientificamente, diversos conceitos sobre os quais a Medicina era, até então, difusa. Entre essas definições estava a constipação intestinal, mal que atinge 20% dos brasileiros.
O "Consenso de Roma 2", como ficou conhecido o texto final do encontro, encaixa nesse problema todas as pessoas que só conseguem evacuar até três vezes por semana e/ou que precisam fazer um esforço extra durante cerca de 25% do tempo de evacuação. "É muito comum as pessoas dizerem que sofrem de prisão de ventre quando, na verdade, o que têm são problemas de constipação intestinal", explica Gisele Regina Azevedo, enfermeira estomaterapeuta, docente da Faculdade de Enfermagem da PUC-SP e integrante da diretoria da Sociedade Brasileira de Estomaterapia.

A pesquisa realizada entre estudantes universitários de cursos noturnos em São Paulo, apontou que 24,4% dos entrevistados sofrem desse problema revela, também, outra particularidade: as mulheres estão mais suscetíveis à constipação intestinal que os homens; sendo que diversos estudos corroboram os dados de pesquisadores de que cerca de 20% da população ocidental sofre de constipação intestinal, com número maior de mulheres acometidas. "Um dos motivos, senão o principal, é o fato das mulheres terem mais preconceito em usarem os sanitários fora de suas residências, aliado ao hábito de ingerir pouca fibra", explica Gisele. "A fisiologia humana está condicionada para acionar o mecanismo intestinal após as três principais refeições, cerca de trinta minutos após ingeri-las, que é o chamado reflexo gastrocólico", diz.

Além do doutrinamento incorreto das funções naturais, a alimentação é determinante para o surgimento das constipações intestinais. "A alimentação está cada vez mais purificada", afirma Gisele. "A maioria dos produtos que continha fibras, hoje é comercializada em formas refinadas, como as farinhas, por exemplo", explica. Quando há carência de fibras, o processo de motilidade gastro-intestinal (movimento do intestino para processar e expelir os restos alimentares) se torna deficiente. "No início do processo, os resíduos que serão expelidos ficam armazenados num trecho do intestino denominado sigmóide", diz. "Prestes a serem eliminadas, as fezes descem para a ampola retal, onde receptores enviam mensagens ao cérebro que decifra o que está armazenado nesse espaço: se são elementos sólidos, líquidos ou gasosos", detalha Gisele.

O problema de quem fica muitas horas - ou dias - sem evacuar é o acúmulo que se forma na ampola retal. "Quanto mais tempo os detritos orgânicos ficarem nesse órgão, mais irão se ressecar e mais gases irão formar", explica a estomaterapeuta.  Mesmo sendo os adultos - e em especial as mulheres - as maiores vítimas, o problema  pode ocorrer em qualquer idade, inclusive em bebês. "É fundamental uma alimentação adequada", reforça Gisele. "O leite materno já contém nutrientes que estimulam o funcionamento dos intestinos do recém-nascido. Mas em bebês que iniciam uma dieta mais variada é importantíssima a ingestão de frutas e cereais que estimulem o funcionamento adequado dos intestinos".

Laranja, mexerica, mamão, pêra e ameixa preta são ótimos para regularizar as funções intestinais. "Quem tem problema de constipação intestinal também pode experimentar ingerir uma vez ao dia, duas colheres de sopa de farelo de trigo, que podem ser diluídas no leite ou em sucos", orienta Gisele. Segundo a estomaterapeuta, os resultados começam a surgir após dois ou três meses pois, além da mudança dos hábitos alimentares, o intestino também precisa ser reeducado. "A pessoa deve se permitir ter um tempo, sempre no mesmo horário, em que possa ir ao banheiro", aconselha.

Informações À Imprensa:
Gisele Regina De Azevedo
R. Antônio Cândido Pereira, 21 - Jardim Faculdade - (15) 231.3514
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