O que é TDA - Dra. Cleide Heloisa Partel
O indivíduo que tem TDAH (DDA), é inteligente, criativo e intuitivo mas não consegue realizar todo seu potencial em função do transtorno que tem 3 características principais: desatenção, impulsividade e hiperatividade (ou energia nervosa).
Tem dificuldade em assistir uma palestra, ler um livro, sem que sua cabeça “voe” para bem longe perdida num turbilhão de pensamentos. Comete erros por falta de atenção a detalhes, faz várias coisas simultaneamente, ficando com vários projetos, tarefas por terminar e a cabeça remoendo todos os "tenho que". Quando motivado e/ou desafiado, tem uma hiperconcentração.
É desorganizado tanto internamente (mil pensamentos e idéias ao mesmo tempo), como externamente: mesa, gavetas, papéis, prazos, horários...
A impulsividade domina seu comportamento. Pode falar, comer, comprar, trabalhar, ficar em salas de bate papo da Internet, beber, jogar... compulsivamente. Fala e/ou faz o que lhe vem na cabeça sem pensar se é adequado ou não, podendo causar muitos estragos. Costuma ser impaciente, irritadiço, "pavio curto" e com alterações de humor.
Muda com facilidade de metas, planos... é comum ter mais de um casamento ou relacionamento estável.
O TDAH (DDA) é um transtorno neurobiológico crônico, na sua grande maioria de origem genética.
Apesar do TDAH (DDA) atingir até 6% da população, é até hoje muito desconhecido, inclusive por muitos profissionais da saúde, que tratam apenas das suas conseqüências.
A falta do diagnóstico e tratamento correto geram grandes prejuízos na vida profissional, social, pessoal e afetiva do indivíduo sem que ele saiba o porquê. Sem tratamento, outros distúrbios vão se associando (comorbidades), a auto-estima fica cada vez mais comprometida, e a pessoa vai se isolando do mundo, sentindo-se muitas vezes um "estranho fora do ninho".
Nos portadores de Transtorno de Défict de Atenção / Hiperatividade (TDAH) ou Distúrbio de Défict de Atenção (DDA) os neuro-transmissores, dopamina e noradrenalina (substâncias químicas do cérebro que transmitem informações entre as células nervosas) encontram-se diminuídos, fazendo com que a atividade do córtex pré-frontal seja menor. É uma disfunção neurobiológica.
Essa região é a parte mais evoluída do cérebro e supervisiona as funções executivas: observa, guia, direciona e/ou inibe o comportamento, organiza,
planeja, e faz a manutenção da atenção e do auto-controle.
Essa disfunção é crônica, herdada na grande maioria das vezes, daí sua presença desde a infância.
Em menor grau há fatores do meio ambiente que podem estar relacionados ao TDAH (DDA):
A nicotina de cigarros fumados pela mãe gestante bem como bebidas alcoólicas consumidas, podem ser causas significativas de anormalidades no desenvolvimento da região frontal do cérebro da criança em gestação.
Crianças expostas ao chumbo entre 12 e 36 meses de idade pode ser outro fator.
Traumatismos neonatais como hipoxia (privação de oxigênio), traumas obstétricos, rubéola intra-uterino, encefalite, meningite pós-natal, subnutrição e traumatismo craniano são fatores que também podem contribuir para o surgimento do distúrbio.
O TDAH (DDA) é um transtorno real, um obstáculo real, apesar de não haver nenhum sinal exterior de que algo está errado com o Sistema Nervoso Central.
Antigamente era conhecida como “Disfunção Cerebral Mínima”. Mais tarde passou a chamar-se “Síndrome Infantil da Hiperatividade”. Nos anos 70, o conceito foi ampliado com o reconhecimento do déficit na atenção e do controle dos impulsos. Em 1987 o nome passou a ter a atual denominação: “Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade”.
Ao contrário do que se pensava antigamente, o TDAH (DDA) não é superado na adolescência: cerca de 65% das crianças diagnosticadas como portadoras de TDAH continua com os sintomas quando atinge a idade adulta.
Os principais sintomas são: falta de atenção, impulsividade e hiperatividade ou uma “energia nervosa”.
A impulsividade tem um aspecto positivo, podendo nos levar muitas vezes à ação. O problema é quando ela se torna patológica como no caso do TDAH (DDA), onde há uma falta de planejamento em função da busca intensa e constante da gratificação imediata, das novidades, correndo-se maiores riscos.
Provocar confusão, discutir, viver em conflito consigo e/ou com o(s) outro(s) é uma forma inconsciente de estimulação do córtex pré-frontal, que anseia por mais atividade. A pessoa não percebe esse processo, não o faz de propósito, mas pode ficar viciada em confusão.
Hipofuncionamento do córtex pré-frontal
Características que podem estar presentes em pessoas com hipofuncionamento do córtex pré-frontal, isto é, com TDAH (DDA):
Dificuldade de concentração
Distração
Dificuldade em ouvir
Falta de controle dos impulsos
Desorganização
Tendência ao adiamento de tarefas
Sonhar acordado
Falta de perseverança
Tendência a executar várias tarefas ao mesmo tempo, deixando muitas inacabadas
Falha na organização de tempo e espaço - dificuldade de planejamento
Problemas de memória a curto prazo
Dificuldade para lidar com regras sociais
Falhas de julgamento, interpretações errôneas
Dificuldade em expressar sentimentos
Ansiedade crônica
Tédio, apatia, falta de motivação
Hiperatividade
Dificuldade em aprender com a experiência
Hiperfuncionamento do sistema límbico
Através do sistema límbico interpretam-se emocionalmente os eventos do dia-a-dia de uma maneira neutra ou positiva (funcionamento adequado) ou de uma maneira negativa, depressiva (funcionamento hiperativado).
O córtex pré-frontal estabelece uma relação com o sistema límbico: quando este fica hiperativo, as emoções tendem a tomar “posse” da pessoa. Isso acontece quando o córtex pré-frontal está em hipofuncionamento como no caso do TDAH (DDA).
O sistema límbico readquire equilíbrio quando o córtex pré-frontal é ativado e restabelece seu funcionamento normal.
Características que podem estar presentes em pessoas com hiperfuncionamento do sistema límbico:
Percepção negativa dos eventos e aumento de pensamentos negativos
Mau humor, irritabilidade, depressão
Apatia, diminuição de motivação, baixa energia
Interesse pelos outros diminuído
Tédio, insatisfação
Sentimentos de tristeza
Sentimentos de impotência ou falta de poder
Falta de esperança no futuro
Baixa auto-estima
Sentimentos suicidas
Problemas de apetite e sono
Diminuição do interesse sexual
Esquecimento
Isolamento social
Prevalência de tdah (dda)
1/3 pode ser curado até o final da adolescência
1/3 deixa de ser hiperativo e continua desatento
1/3 continua desatento, hiperativo e impulsivo
Crianças – 3 a 9% - (3 meninos/1 menina)
Muitas vezes a menina não é diagnosticada quando criança em função de ser do tipo Desatento, e não do tipo Hiperativo.
Adultos – 2 a 6% (1 homem/1 mulher)
Em cada 5 adultos em tratamento de outros distúrbios psiquiátricos,
1 apresenta TDAH (DDA).
Dra. Cleide Heloísa Partel - Universo TDA
* Dra. Cleide Heloísa Partel: quem e´:
e-mail: cleide@universotdah.com.br
Cleide Heloisa Partel é arquiteta, profissão na qual trabalhou por 10 anos. Ao descobrir sua verdadeira vocação cursou psicologia, graduando-se em Terapia Cognitiva Comportamental, Familiar Sistêmica e Adolescente. Fez diversas especializações dentre as quais Neurolingüistica, Análise Transacional e Transpessoal.
Trabalhando com psicóloga clínica, descobriu-se portadora de TDAH no final dos anos 90, e sentiu o mesmo que Edward Hallowell (especialista em TDAH, autor de Tendência à Distração):
"- Então é isso que eu tenho!"
Após grande alívio por entender porque "funcionava de forma diferente", mergulhou a fundo nos estudos do transtorno, tornando-se especialista em TDAH e suas comorbidades, tais como:
Depressão, Estresse, Ansiedade Generalizada, Fobia, Pânico, Transtorno Bipolar (PMD), Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), etc... tendo sempre como objetivo o resgate do equilíbrio, da auto-estima.
Atende em seu consultório adultos, adolescentes e crianças.
Dá palestras sobre TDAH Adultos em empresas, e TDAH Crianças em escolas.
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