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Tontura. Preciso utilizar medicamentos?

Tontura. Preciso utilizar medicamentos?

06/03/2012

 
 
A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é considerada a doença mais frequentemente diagnosticada em ambulatórios especializados no tratamento dos distúrbios do equilíbrio corporal, podendo corresponder até 40% dos pacientes consultados. Sua importância clínica se deve ao fato de acometer principalmente a população idosa e estar relacionada a um aumento do risco de quedas e suas consequências, com grande prejuízo na qualidade de vida.


Caracteristicamente o paciente com VPPB relata crises de tontura intensas, diárias e de curta duração, desencadeadas por movimentos da cabeça, como levantar, deitar ou virar na cama, estender o pescoço para olhar para o alto e fletir o pescoço para olhar para baixo. Por conta da insegurança física e psíquica provocada pela tontura, o paciente restringe suas atividades diárias, com impacto negativo em suas atividades profissionais, sociais e domésticas.


Seu diagnóstico deve ser realizado por um médico, geralmente no consultório, quase sempre sem a necessidade de exames desconfortáveis. O paciente é solicitado a deitar em uma maca enquanto o especialista observa a intensidade da tontura e os movimentos dos olhos, a procura de sinais clínicos que confirmam a presença da doença.


A boa notícia é que seus sintomas são atribuídos a um problema mecânico do labirinto, onde cristais de cálcio se deslocam erroneamente em seu interior. Portanto, o médico pode utilizar uma sequência de posições específicas da cabeça e do corpo que devolvem os cristais para o seu local correto, com ajuda da gravidade, eliminando os sintomas em aproximadamente 96,5% dos pacientes.

Atualmente estes exercícios, denominados manobras de reposicionamento, ganham grande popularidade e aceitação devido a sua simplicidade técnica, seu caráter não invasivo, boa tolerabilidade pelo paciente e por serem geralmente, livres de complicações.


Portanto, para a doença labiríntica mais frequente em nosso meio, a VPPB, os medicamentos não são considerados como tratamento de primeira escolha.
 
Ricardo Schaffeln Dorigueto, otorrinolaringologista do Hospital Paulista
 
Soraya Simón
Email: andreapires@acpcomunicacao.com.br
ssimon@acpcomunicacao.com.br

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