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Ayurveda - Medicina indiana

Ayurveda - Medicina indiana

28/07/2009

Bem-estar e saúde combinados na busca pela longevidade

  A terapeuta ayurvédica Sandra Vidal: tratamento tem como objetivo buscar o equilíbrio do corpo

Não são só as roupas, acessórios e danças indianas que estão em alta. A moda que consiste em imitar os costumes da Índia, que começou com a novela Caminho das Índias, da Rede Globo, também tem levado muitas pessoas a procurar os tratamentos baseados na medicina indiana, conhecida como ayurveda.

A palavra significa ciência da vida, em sânscrito, e trata-se de um sistema medicinal alternativo que une bem-estar e saúde. A ayurveda surgiu na Índia há mais de 6 mil anos e prega que para viver bem é preciso manter o equilíbrio do corpo. Para isso é preciso recorrer a algumas práticas como ioga, massagens, alimentação ayurvédica e tratamentos com plantas.

No Brasil, a ayurveda tem sido praticada há mais de dez anos. A prática ganhou credibilidade no meio científico devido a sua capacidade de prevenir doenças. Goiânia foi a primeira cidade a divulgar esse tipo de tratamento no cenário nacional pelo Hospital de Medicina Alternativa (HMA), que antigamente se chamava Hospital de Terapia Ayurvédica.

Filosofia
A médica homeopata Débora Mendes de Melo trabalha com a ayurveda desde o começo do HMA. Ela conta que aprendeu sobre a filosofia de vida da Índias com indianos que vieram para Goiânia na época. Além dos tratamentos da ayurveda, o hospital também oferece serviços de fitoterapia (tratamento com plantas), acupuntura e outros tipos de terapias alternativas.

De acordo com Débora, a ayurveda tem o intuito de melhorar os hábitos de vida das pessoas, na busca pela longevidade. “É um conhecimento milenar que trata cada um individualmente. Se uma pessoa tem um problema de estômago, como gastrite, por exemplo, ela será tratada de acordo com sua constituição e analisada como um todo. Por isso o médico não indicará a ela o mesmo tratamento sugerido a uma outra pessoa que também tem gastrite. O objetivo é manter em equilíbrio corpo, mente, alma e meio ambiente para evitar o surgimento das doenças”, afirma.

A médica explica que a medicina indiana se baseia em três elementos. “De acordo com a ayurveda, ar, fogo e terra se combinam formando três tipos de constituições que regem as pessoas, que são chamados de doshas”, destaca. Espaço mais ar caracteriza o dosha Vata, que representa movimento, agilidade. Fogo e água combinados resultam no dosha Pitta, que representa metabolismo, irritabilidade. Já água e terra constituem a dosha Kapha, que representa estrutura, estabilidade.

A terapeuta ayurvédica Sandra Vidal explica que todas as pessoas recebem influências de Vata, Pitta e Kapha, mas em proporções diferentes. É mais comum a pessoa ter um dosha dominante e outro em proporção elevada. Nesse caso é classificada como Vata-Pitta, Kapha-Vata, etc. Para detectar a combinação de doshas de cada um, o profissional observa fenômenos naturais e os elementos da natureza e os relaciona com as características do biotipo do paciente, que deve responder a um questionário.

Cura
Sandra destaca que, depois de detectado o dosha predominante, o profissional vai indicar a alimentação, o tipo de massagem e os hábitos de vida ideais para o paciente seguir e os medicamentos que deve tomar, feitos com plantas, caso haja alguma enfermidade. A advogada Marcli Milhomem, de 41 anos, é adepta das terapias ayurvédicas há cinco anos. Além de se submeter a massagens, ela pratica ioga e se alimenta de acordo com as influências dos seus doshas.

Ao passar por um processo depressivo e sofrendo com enxaquecas com grande frequência, Marcli resolveu procurar um tratamento alternativo. Depois de assistir a uma reportagem no Fantástico sobre a ayurveda, ela se interessou pela filosofia de vida indiana e resolveu procurar um local onde pudesse saber mais sobre o assunto.

“Descobri com a minha terapeuta que sou tridosha, isto é, tenho a predominância dos três doshas, o que é mais raro. Com a ayurveda, aprendi a equilibrar corpo e alma por meio da alimentação, das massagens e da ioga. Hoje sou outra pessoa, acabei me tornando vegetariana e estou muito feliz”, declara.

Sandra esclarece que nem todas as pessoas que seguem o sistema alternativo se tornam vegetarianas. “Marcli tirou a carne da sua vida porque não fazia bem a ela, inclusive para sua enxaqueca. Mas a alimentação ayurvédica é feita para cada pessoa de acordo com os doshas de cada uma”, ressalta

Goiasnet.com/Camila Blumenschein - O Popular

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