O pterígio, chamado vulgarmente de “carne nos olhos”, é causado pelo crescimento de um tecido fibrovascular com origem na conjuntiva e se estendendo para a córnea. Acredita-se que seja causado por irritação crônica (poeira, vento) e exposição ao sol.

Dependendo do tamanho da lesão o paciente pode não ter sintomas ou referir ardor, vermelhidão, sensação de corpo estranho. Casos mais avançados podem causar astigmatismo e, se atingir o eixo visual, o paciente pode ter importante baixa da visão.

O tratamento deve ser feito somente com medidas gerais, visando evitar a progressão do pterígio. Isto pode ser feito através do uso de óculos de sol com proteção ultravioleta. Nos casos de irritação ocular leve usa-se lágrimas artificiais 4 a 8 vezes ao dia ou vasoconstritor brando para diminuir a hiperemia (vermelhidão) ocular. Sintomas moderados podem necessitar do uso de corticosteróides, mas nestes casos, acompanhamento médico é fundamental devido aos riscos do uso desta medicação.

O tratamento cirúrgico deve ser considerado se o paciente é usuário de lentes de contato e o pterígio atrapalha a boa adaptação desta, se há irritação intensa que não melhora com o tratamento clínico e se o pterígio já invadiu boa parte da córnea ou eixo visual. É comum a recidiva da lesão após a cirurgia, a exérese com transplante de conjuntiva parece ser o método cirúrgico que oferece menor risco de recidiva.

Dra. Juliane de Freitas
Graduada em Medicina, pela Universidade Federal de Goiás (1996).
Especializada em Oftalmologia.
Residência: Instituto de Olhos de Goiânia

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