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Cai Espera por Córnea no Interior de São Paulo

 

Cai Espera Por Córnea no Interior de São Paulo

Interior do estado tem 1035 pessoas que aguardam por transplante. A região de Campinas/Sorocaba concentra cerca de 60% da fila de espera. A fila de espera por córnea está praticamente zerada na capital, Grande São Paulo e litoral paulista.

Estas regiões hoje têm 3 pacientes ativos à espera de transplante e 338 semi-ativos que por algum motivo clínico não podem passar pela cirurgia. Segundo o Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) que realizou 72% das 4919 captações feitas este ano em São Paulo, de janeiro até início de setembro a fila de espera no estado reduziu cerca de 52%, passando de 2599 para 1378 inscritos. O interior do estado hoje tem 1035 pessoas aguardando por transplante. Dessas, a maior parte esta concentrada na região de Campinas/Sorocaba que totaliza 620 pacientes na fila, ou seja, cerca de 60% dos inscritos.

De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier e diretor médico do Banco de Olhos de Campinas, Leôncio Queiroz Neto, apesar da fila apresentar uma redução de 40% de janeiro a setembro na região, diariamente recebe novos cadastros. Por conta disso, o especialista afirma que a espera pelo transplante é de 6 meses, mas este tempo deve diminuir. Isso porque, explica, a queda na demanda por transplante na capital, Grande São Paulo e litoral vai gerar a redistribuição de córneas no estado. Na opinião do médico, o aumento das captações registrado em 2008 está relacionado ao maior número de pessoas favoráveis à doação que comunicam o desejo à família. No início de 2008, comenta, uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiros e Geografia e Estatística) mostrou que só 43% dos doadores comunicavam o desejo à família.

Por isso, afirma, neste ano foi realizada uma campanha maciça para reverter esta situação já que sem o consentimento da família não é possível fazer a captação. Para ele, a fila poderia zerar em um mês se os agentes funerários da SETC (Serviços Técnicos Gerais) Campinas fizessem a captação. Queiroz Neto ressalta que ao contrário do que muitos familiares ainda imaginam a doação não desfigura e não há risco da retirada ser feita com a pessoa viva já que a captação pode ser feita até 6 horas após a morte.

JOVENS PREDOMINAM NA FILA POR TRANSPLANTE DE CÓRNEA

O especialista diz que a maior causa do transplante de córnea é o ceratocone que responde por 7 em cada 10 casos da cirurgia. A doença que geralmente surge na adolescência, afina a parte central da córnea e, muitas vezes, dificulta a vida profissional dos portadores. Por isso, o aumento da captação significa qualidade de vida e mais oportunidades de trabalho para muitos jovens, afirma.

Outras causas comuns são acidentes de trabalho, uso e manutenção incorretos de lentes de contato, úlceras, inflama infecção, herpes, doenças congênitas, algumas doenças sistêmicas, ceratite bolhosa e edemas.

As principais recomendações de Queiroz Neto para prevenir complicações na córnea são: procurar por seu oftalmologista sempre que sentir algum desconforto, principalmente se usar lente de contato, não usar colírio sem prescrição médica, evitar levar as mãos aos olhos e usar equipamentos de proteção ocular sempre que o trabalho exigir.

Imprensa: Eutrópia Turazzi - LDC Comunicação eutropia@uol.com.br

 
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