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Proteínas Ameaçam Olhos e Lentes de Contato

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Proteínas Ameaçam Olhos e Lentes de Contato

Dr. Leôncio Queiroz Neto

Nessa época do ano, calor e radiação ultravioleta aumentam depósitos de proteína nas lentes de contato e facilitam a contaminação da córnea. Usuários têm dificuldade de encontrar soluções enzimáticas que eliminam esta impregnação. O número de brasileiros que usa lentes de contato teve um crescimento de quase 50% nos últimos dois anos. Saltou de 1,7 milhão para 2,5 milhões com predominância de mulheres, segundo levantamento da SOBLEC (Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria).

De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o maior benéfico da lente de contato é não limitar o campo visual, mas ele afirma que nas duas últimas semanas dobrou o número de usuários que chegou ao consultório com irritação ocular. A análise química das lentes mostrou que todas continham depósitos de proteína apesar dos pacientes fazerem limpeza com soluções multiuso. O especialista diz que estão sumindo das farmácias as soluções enzimáticas indicadas para remoção de proteínas que complementa a higienização.

Na falta desses removedores recomenda fazer a desimpregnação com um oftalmologista a cada 15 dias para assegura a saúde ocular e a integridade das lentes. Isso porque, a insistência em usar lentes impregnadas pode causar desde diminuição da acuidade visual, até alergia e contaminação da córnea por bactérias, fungos ou vírus que dependendo da agressividade do agente leva à perda da visão. Já nas lentes provoca desidratação, alterações na textura, coloração e transparência que reduzem a vida útil.

O problema, comenta, afasta das atividades diárias os portadores de ceratocone, alteração que afina a parte central da córnea. Isso porque, nas fases mais avançadas a doença requer correção visual com lentes de contato rígidas que não podem ser substituídas por óculos, como é o caso de vícios de refração menos severos. Na tentativa de melhorar o conforto, comenta, muitas pessoas que têm ceratocone exageram na fricção e acabam perdendo as lentes que têm alto custo.

Os principais sintomas dos depósitos de proteína são:

intolerância às lentes, olhos vermelhos, sensação de corpo estranho e visão embaçada. Todos são sinais de alerta para interromper o uso e procurar um oftalmologista de confiança imediatamente.

FATORES QUE PROVOCAM DEPÓSITOS

Queiroz Neto explica que nesta época do ano os depósitos protéicos são mais freqüentes porque os aumentos da temperatura e da radiação ultravioleta emitida pelo sol transformam três componentes da lágrima: cálcio, lisozima (enzima responsável pela defesa imunológica dos olhos) e mucina (proteína que responde pela viscosidade lacrimal).

Outros fatores que podem desencadear o problema são:

· Ressecamento da camada aquosa da lágrima.

· Contato com poluentes.

· Pele oleosa.

· Inflamação das pálpebras.

· Penetração de maquiagem ou cremes nos olhos através do suor.

Erros bastante comuns que contaminam os olhos, comenta, são umectar lentes rígidas com saliva ou mesmo enxaguar com soro fisiológico, produto que depois de aberto se transforma em meio de cultura de bactérias por não ter conservantes.

Um estudo recente conduzido por Queiroz Neto aponta que 2 em cada 10 usuários não fazem a manutenção e armazenamento corretamente. Para evitar a contaminação ocular, o médico recomenda:

Lavar cuidadosamente as mãos antes de manipular as lentes.

Utilizar soluções multiuso tanto na limpeza quanto no enxágüe das lentes e estojo.

Evitar o uso de colírios sobre as lentes

Friccionar as lentes suavemente para eliminar os depósitos

Na falta de removedores protéicos fazer a desimpregnação com o oftalmologista quinzenalmente.

Não usar soro fisiológico ou água na higienização

Retirar as lentes antes de remover a maquiagem e quando usar spray no cabelo

Colocar as lentes sempre antes da maquiagem

Guardar o estojo em ambiente seco e limpo

Trocar o estojo a cada quatro meses

Respeitar o prazo de validade das lentes

Jamais dormir com lentes, mesmo as liberadas para uso noturno.

Interromper o uso a qualquer desconforto ocular e procurar o oftalmologista Retirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas Não entrar no mar ou piscina usando lentes.

Imprensa: Eutrópia Turazzi - eutropia@uol.com.br

     
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