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Moda dos grandes magazines

Moda dos grandes magazines

01/12/2009 

As coleções dos grandes estilistas em Nova York e Paris, a moda das ruas de Tóquio e o material coletado em viagens para pesquisa em redes europeias e norte-americanas se juntam aos figurinos dos personagens da novela das oito e às roupas usadas grandes artistas pop para compor o mix de produtos dos grandes magazines brasileiros.

Veja making of de ensaio de fotos para o G1

A moda das grandes lojas de departamentos é feita como commodity, em grande quantidade. Na Riachuelo, que fechará o ano com 107 unidades em todo o país, a cada estação saem 5 mil peças novas. O ritmo das pranchetas de criação é frenético. É muita gente trabalhando e pesquisando referências que precisam chegar rapidamente aos pontos de venda.

Sem contar as peças importadas, são mais de 20 mil pessoas envolvidas na produção das peças da Riachuelo, um dos negócios do grupo de confecções Guararapes. Duas fábricas no Rio Grande do Norte e no Ceará – a primeira com 12 mil colaboradores e a segunda, com 8 mil – trabalham exclusivamente para garantir que as criações dos 50 designers da rede cheguem às lojas com rapidez e atendam a necessidades imediatas do consumidor.

Um exemplo dessa "necessidade imediata" para a Riachuelo ocorreu em junho. Após a morte de Michael Jackson, identificou-se que era preciso vender jaquetas com o mesmo estilo das usadas pelo cantor em seu shows. De acordo Fernanda Mossmann, gerente de estilo da Riachuelo, foi preciso trabalhar rápido para garantir que uma peça com a marca de Jackson chegasse à rede em questão de semanas. "Era [uma tendência] super forte", explica.

Novela

Outra referência obrigatória para os grandes magazines, que graças ao cartão de crédito e ao parcelamento “a perder de vista” têm boa parte de sua clientela concentrada na “classe C”, definida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) como o grupo que concentra os “consumidores emergentes”, são as novelas. “É uma referência forte e relevante para essa classe social. São tendências que ajudam nas vendas”, diz Karla Seabra, gerente da área de estilo da Lojas Marisa.

Na Hering, a camisaria com referências orientais foi reforçada pela novela “Caminho das Índias”, segundo a gerente de produtos da empresa, Fernanda Amaral. Para atender a esse tipo de “demanda imediata”, Fernanda explica que a Hering faz seis coleções por ano, desenvolvendo linhas extras conforme a necessidade. “Com ‘Caminhos das Índias’, não tínhamos essa tendência, mas colocamos [nas lojas]. É o que se chama de ‘fast fashion’.”

A gerente de estilo da Riachuelo diz que a novela é referência obrigatória para quem faz moda popular no Brasil. Ela explica que, se as roupas de um determinado personagem não foram detectadas no radar do setor de estilo anteriormente, é necessário trabalhar rápido para fazer o produto chegar ao consumidor. "Sempre tiramos vantagem do nosso tempo de resposta. Temos as fábricas à nossa disposição. Isso nos dá agilidade", diz a executiva da Riachuelo.

 

  Foto: Daigo Oliva/G1 (Foto: Daigo Oliva/G1)Importados

Com o dólar baixo, aumenta também a presença de produtos importados nos grandes magazines nacionais, especialmente têxteis da China e da Índia. Na Marisa, o percentual de produtos importados, que era de 8% em 2008, subiu para 12% em 2009 e deve chegar a 15% no ano que vem. Segundo a gerente de relações com investidores da rede, Renata Isis Kater, importar sai mais barato do que produzir no país. “Mesmo com o dólar a R$ 2,40 seria vantajoso”, explica.

A Hering também vem aumentando a quantidade de produtos importados. Fora a malharia, que é 100% produzida nas fábricas da empresa, os itens em tecido – calças e camisas, por exemplo – são majoritariamente importados. “É competitivo. Melhorou o preço [dos produtos] e trouxe mais detalhes de moda [à coleção]. A gente desenvolve o produto aqui e manda produzir lá [em países como China, Índia, Bangladesh e Peru]”, informa Fernanda Amaral.

Fator mulher

Embora as lojas tenham linhas masculinas e infantis, o “carro-chefe” é sempre a seção feminina. Para atrair a cliente para a loja, Renata Isis Kater, da Marisa, diz que, além de um mix de produtos interessante, é necessário oferecer outra ferramenta muito prática: crédito. No caso da Marisa, a seção feminina responde por 90% das vendas nas mais de 220 lojas da rede no país. “Oitenta por cento das vendas são no cartão Marisa. A nossa cliente depende do crédito”, ressalta.

No caso da Marisa, explica a gerente de relações com investidores, a recente inclusão das linhas masculina e infantil no mix de produtos reflete a intenção de impedir que a cliente perca tempo indo a outras lojas para comprar roupas para o marido e para os filhos. “É mais um serviço, faz parte do conceito de ‘one-stop shop’ [ou seja, a compra de todos os produtos necessários em um só lugar]”, diz Renata. “O nome da loja é Marisa, o slogan é ‘de mulher para mulher’. O feminino sempre vai prevalecer.”

Na Riachuelo e na Hering, a participação das linhas masculina e infantil é maior, mas as peças para mulheres predominam. Na Hering, pelo menos 45% das lojas são dedicadas à seção feminina. Na Riachuelo, segundo Fernanda Mossmann,o masculino tem força por conta de marcas exclusivas da Guararapes, como a Pool, mas o “feminino é o carro-chefe”. “[A Riachuelo] é uma empresa bem equilibrada. Procuramos muita novidade [no feminino]”, diz ela.

Goiasnet.com/G1

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