Mundo Mulher

Criações lúdicas

Rita Andrade

Professora do bacharelado em Design de Moda e do mestrado em Cultura Visual da Faculdade de Artes Visuais da UFG.

  

A geração de designers brasileiros que despontou na moda já no final da década de 1990 e início deste milênio destacou-se especialmente pelo desenvolvimento de produtos para o segmento feminino. Depois de alcançar um lugar de relativa estabilidade na comercialização de suas coleções, parte desses designers lançou-se em novas empreitadas: assinar coleções de outras marcas e em outros segmentos como calçados, moda praia e lingerie, cama-mesa-e-banho e até mesmo associando seus nomes a produtos menos tradicionais neste setor como celulares, computadores, geladeiras, etc.

 

Nenhum outro segmento de atuação, no entanto, ganhou tanta evidência na imprensa especializada quanto o infantil que lucrou com o interesse dos designers renomados que passaram a criar linhas especiais para bebês e crianças quase sempre inspirados por seus próprios filhos. Assim, Ronaldo Fraga criou o seu Para Filhotes e Cris Barros a linha infantil que leva seu nome. Outras marcas fizeram o mesmo e hoje o segmento infantil é percebido como um dos que mais crescem em termos de produção e design.

 

O lúdico é um dos aspectos-chave das roupas feitas para criança e deve permear as coleções atuais. Existem variadas formas de alcançar o efeito da graça e da leveza para as vitrines e ruas, mas não há dúvida de que há um perfume retro no ar.

As décadas de 1950 e 1960 devem ser especialmente vistas em suas muitas versões de formas, texturas e cores. A estamparia deve voltar-se para personagens e programas característicos daquele período e a nostalgia poderá ser transformada em desenhos literais dos brinquedos, das flores e de objetos que fizeram parte da infância das gerações que viram o homem chegar à lua. Por isto mesmo há uma tendência a repertórios locais e também internacionais como a aplicação das imagens ligadas a viagens espaciais, tipicamente sessentinha.

 

Ainda que o confeccionista decida apontar para outros horizontes, a grande vantagem de trabalhar num segmento como este é a liberdade de poder criar e alargar a imaginação, brincar com as cores sem comprometer o conforto e a funcionalidade dos produtos.

 

Fonte: O Popular –  Expo Vestir

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