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Folk de Herchcovitch, jogos na Maria Bonita e Fórum

Folk de Herchcovitch, jogos na Maria Bonita e Fórum

21/01/2010 

Foi um dia de fortes emoções na passarela da São Paulo Fashion Week, com Alexandre Herchcovitch ovacionado pela coleção inspirada no cineasta Sergei Paradjanov, Maria Bonita lembrando a arquiteta Lina Bo Bardi no Sesc Pompéia e Reinaldo Lourenço fazendo a plateia passear pelos anos 40 num desfile que oscilou entre a luz e a guerra, com direito a citações em aramaico em algumas peças. A Forum não ficou atrás e brincou de fetiche sem clichê usando e abusando do couro, num apresentação que teve o dedo da stylist americana Patty Wilson e a presença sexy da holandesa Lara Stone.

Veja fotos do segundo dia de desfiles

Herchcovitch vai à Georgia na União Soviética

Tricô, militar, esporte e arquitetura moldaram um inverno que espanta a crise com as pedrarias e o tricô em fios de cristal mostrados por Herchcovitch em sua viagem à Geórgia, na antiga União Soviética. Inspirado nos filmes de Sergei Paradjanov, o estilista deu um show de textura e alfaiataria. "Foram os figurinos ricos e bizarros que me atraíram em Paradjanov, um dos diretores mais importantes do século XX", contou Herchcovitch, que usou âmbar, cristais e madeira para decorar os modelos, baseados na roupa folclórica da Geórgia.

O estilista abre em fevereiro uma loja no Fashion Mall no Rio de Janeiro. Ele contou também que o Japão, onde tem loja, foi um dos países que mais sofreu com a crise. “Eles enxugaram tudo inclusive a minha loja que mudou de endereço e está menor, mas continuam clientes fiéis”, explicou.

Emendas visíveis no inverno da Maria Bonita

A arquitetura de Lina Bo Bardi inspirou a Maria Bonita, que desfilou no Sesc Pompéia, antiga fábrica de tambores recriada pela arquiteta. Vestidos no joelho de mangas assimétricas esculpidos como se fossem peças únicas, paletós e calças numa silhueta mais ampla, emendas visíveis e fendas deram leveza ao inverno desenvolvido por Danielle Jensen. Uma coleção superelegante em lã, tule, e tecidos naturais e tecnológicos, em tons de cinza misturados aos azuis, vermelhos e verde. Acessórios destaque: as jóias criadas pelo designer Antonio Bernardo, entre elas, o Broche-mandacaru, uma réplica exata dos desenhos de Lina Bo Bardi.

Com a primeira coleção inteiramente coordenada por Eduardo Pombal, a Forum pisou sem medo na temática do fetiche. Para fugir do clichê, o estilista contou que usou o couro Box, mais encorpado, para criar a modelagem geométrica e estruturada que vimos na passarela. Couro aliás é o que não falta nessa estação. Em Reinaldo Lourenço, ele apareceu em tom militar de verde num look austero de uniforme. Silhueta que bem poderia ter saído de um filme de guerra nos anos 40, a coleção de Reinaldo encerrou com vestido longos, tipo coluna, com ondas de veludo aplicadas a mão sobre tule.

Excesso decorativo em Samuel Cirnansk

Na Maria Garcia, a banda californiana Cake deu o tom da coleção para garotas independentes que vestem parkas, maxipulls e modelos ágeis para correr o mundo. Ouro, prata, preto, fúcsia e vermelho animaram as roupas sobre sandálias metalizadas. Um toque grunge para meninas. Na Cori, saias ovais e casacos evasês desfilaram um inverno elegante e correto, sem muitas novidades.

Falando nisso, elas apareceram em profusão na exposição de móveis de Samuel Cirnansk, que fez abajures, sofás e almofadas desfilarem numa coleção marcada pelo excesso que sempre agrada a seu público cativo. Observação de uma atenta jornalista na primeira fila: pelo menos os abajures do final poderiam ter sido brancos para combinar com o look noiva.

Goiasnet.com/G1

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