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Pelos corredores da Couromoda

Pelos corredores da Couromoda

24/01/2010 

Um trabalho de "formiguinha" da indústria calçadista está permitindo que o sapato brasileiro ganhe espaço entre grandes redes varejistas da Europa. Nesta semana, 30 compradores estrangeiros circularam pelos corredores da Couromoda, a maior feira de sapatos da América Latina, a convite da organização do evento, para conhecer mais sobre o produto nacional e também para fechar negócios.

Os 30 convidados, que se juntaram a outros cem empresários internacionais que vieram à feira por conta própria, tiveram tratamento "vip". Além de ganhar passagem e hospedagem, eles tiveram carro à disposição e intérpretes para as reuniões com empresários nacionais.

O objetivo de tanta cerimônia, segundo o presidente da Couromoda, Francisco Santos, é mostrar que, quando se pensa em calçados, o Brasil não produz apenas commodities. "O que fizemos foi um esforço muito grande para mostrar que o Brasil é diferente da China. Somos uma cultura um pouco mais próxima da europeia, desse consumidor exigente", diz ele.

Karine D'Aste, da Galeries Lafayette: referência na França (Foto: Divulgação)  Ao lado de Gucci

A lista de convidados da Couromoda incluiu Tetyana Zavgorodnya, diretora de vendas da Helen Marlen, principal rede de varejo no mercado de artigos de luxo da Ucrânia, que se mostrou animada com o produto nacional.

“Já fizemos encomendas e compramos cerca de 2 mil pares para vender na Ucrânia”, disse. Do outro lado do mundo, o produto nacional dividirá a vitrine das 18 lojas da rede com marcas como Tom Ford e Gucci.

"Nem havíamos pensado em vir ao Brasil e agora nos surpreendemos. Há três marcas que eu gostei muito e com as quais devemos manter negócios no futuro. Provavelmente voltaremos em julho para novas compras", ressalta a executiva.

Segundo Mylene Borrel, gerente de compras da Magazine Printemps, que vende cerca de 1 milhão de calçados por ano na França, o Brasil geralmente não vem à mente do varejista europeu quando o assunto é sapato de qualidade. "Seria muito mais difícil se tivéssemos vindo por conta própria. Provavelmente nem estaríamos aqui, já que habitualmente vamos a feiras de calçados na Itália."

Entre as marcas brasileiras, a rede já vende Alexandre Birman, Melissa e Havaianas e espera ampliar os negócios. "A qualidade e a beleza dos calçados brasileiros são perfeitas, ótimas para o nível de qualidade exigido pelo mercado francês. O único problema talvez seja o preço, com o real tão valorizado, mas só precisamos trabalhar um pouco nisso", afirma Mylene.

Fator preço

Uma das grandes redes de calçados da Europa, com 60 magazines em vários pontos da França, além de em Berlim e em Dubai, a Galeries Lafayette também pretende incluir sapatos brasileiros em suas prateleiras para serem vendidos com a marca do grupo.

"Conhecemos duas ou três marcas que impressionaram porque são muito atraentes, principalmente as femininas", conta a gerente de compras da rede, Karine D'Aste. Ela diz, porém, que ainda é preciso negociar o fator preço:  "Pode ser bom aqui no Brasil, mas fica mais caro  pelo custo do transporte. Temos que voltar para a França e pesquisar mais antes de tomar a decisão."

Para a ucraniana Tetyana Zavgorodnya, entretanto, foram justamente os preços um dos principais atrativos dos fabricantes brasileiros. "Nossas vendas estavam diminuindo e comprar no Brasil é uma estratégia para conseguir manter a qualidade a bons preços."

Goiasnet.com/G1

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