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Mais sobre Escova Progressiva

Mais sobre Escova Progressiva

Mulheres enfrentam riscos para alisar os cabelos

As mulheres nunca mediram esforços para ficar mais bonitas. Há séculos, elas se apertavam em espartilhos para manter a cintura fina. Na China e no Japão, chegaram a enfaixar os pés para que parecessem menores. Agora, as loucuras ultrapassam as dores da depilação. Muitas mulheres estão colocando a saúde (e até a vida) em risco para manter os cabelos lisos e sem volume. A morte de uma dona-de-casa de 33 anos em Goiás, nesta semana, levantou a polêmica sobre as novas técnicas de alisamento. Maria Ení da Silva, de 33 anos, morreu depois de se submeter a uma escova progressiva.

Segundo a família, ela aplicou uma mistura de cremes e formol em um salão de cabeleireiros no sábado (17) e foi orientada a não lavar os cabelos por três dias. Nesse período, ela reclamou de dores de cabeça, falta de ar e coceira. Na terça-feira (20), passou mal, foi levada a dois hospitais e morreu. A polícia investiga as hipóteses de intoxicação ou reação alérgica. O procedimento Não é difícil encontrar um salão onde é possível fazer a escova progressiva, também conhecida como gradativa. A promessa é que, em uma ou duas horas, a mulher saia com as madeixas lisas.

O preço médio varia de R$ 150 a R$ 800. "Eu acho que vale a pena. Já fiz duas vezes e não me arrependo", afirma a fisioterapeuta Regiane Salles Vieira. "Na primeira vez, estranhei o cheiro forte e fiquei com os olhos ardendo no dia. Mas, depois de lavar, não tive mais problemas e adorei ter cabelos lisos", comenta ela, que originalmente tem cabelos ondulados. O processo é semelhante em diversos estabelecimentos: a cabeleireira lava a cabeça da cliente com xampu de limpeza profunda e, depois, aplica o creme para alisar os cabelos (é nessa mistura que o formol pode ter sido utilizado). Em seguida, é feita uma escova normal e a modelação com uma chapinha. Algumas mulheres são orientadas a não lavar a cabeça por três dias. Em outros casos, a lavagem pode ser feita após 24 horas. "Isso depende dos produtos usados", explica a dermatologista Denise Steiner, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

E é exatamente o produto que deve ser o alvo da atenção de quem quer ter os cabelos lisos. Em primeiro lugar, as clientes devem checar o creme que será usado no procedimento e verificar se ele é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Quem costuma ter alergias pode fazer um teste do creme no próprio braço. "É só colocar um pouco de creme e esperar para ver se aparece alguma reação.

Se houver vermelhidão ou coceira, é melhor desistir desse produto", afirma Denise. Produto proibido Depois de checar se os cremes estão em conformidade com a Anvisa, é necessário conferir se o profissional usa formol na mistura aplicada nos cabelos. Apesar de negarem a prática, muitos cabeleireiros usam essa substância para garantir a manutenção do resultado. De acordo com a Anvisa, "o formol é uma solução de formaldeído, matéria-prima com uso permitido em cosméticos nas funções de conservante (limite máximo de uso permitido 0,2% - Resolução 162/01) e como agente endurecedor de unhas (limite máximo de uso permitido 5% - Resolução 79/00 Anexo V)".

Acima desses percentuais, o formol é proibido. A assessoria da agência informa que o formol causa queimaduras nas vias respiratórias, irritação nos olhos e é cancerígeno. Se perceber que o cabeleireiro vai usar formol, os médicos recomendam que a pessoa desista do alisamento, procure a Vigilância Sanitária da cidade e denuncie. Alguns salões fazem propaganda de escovas progressivas realizadas à base de cremes com chocolate, morango, baunilha e outros produtos. A dermatologista Denise Steiner diz que a maioria desses produtos usa a mesma fórmula, mas apenas com essências diferentes.

"O chocolate tem algumas substâncias que ajudam na hidratação. Mas, nos outros casos, a diferença é mesmo o aroma e não a fórmula." A dermatologista Ana Paula Meski, da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que é importante procurar um profissional capacitado para realizar a escova progressiva. "Não é indicado o uso de alisantes por pessoas não-qualificadas. Portanto, o procedimento não deve ser feito em casa, mesmo quando os produtos usados no alisamento são regulamentados pela Anvisa", afirma. Sem risco O dermatologista Valcinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cabelo, comenta que produtos com tioglicolato, guanidina e amônia podem ser usados nos salões livremente e dão bons resultados. A duração do alisamento varia de acordo com o cabelo e com o número de lavagens.

"Em alguns casos, a escova progressiva dura seis meses. Mas os fios de cabelos novos nascem naturais e ficam armados, sem o efeito do produto", explica a dermatologista Denise Steiner.

Fonte: Goiasnet.com


   

 

 

 

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