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Entrevista - Lula Rodrigues

Entrevista - Lula Rodrigues

ENTREVISTA Lula Rodrigues

Marcela Sobral

O homem brasileiro está se cuidando mais

 O jornalista Lula Rodrigues comanda bate-papo hoje em Goiânia durante o lançamento de uma linha masculina de cosméticos. Em entrevista ao POPULAR, ele adiantou como será seu encontro com jornalistas e franqueados da marca para a qual tem viajado por todo o Brasil como consultor e do blog com orientações sobre moda e comportamento para os homens.

Com uma carreira de anos de cobertura das principais semana de moda do Brasil, o crítico de moda falou também sobre O Almanaque de Moda Masculina, que vai lançar no início de 2008 pela Editora Senac Rio. A obra é resultado de mais de 20 anos de estudos na área e reúne história da moda, curiosidades, tendências e análises sobre moda, comportamento e consumo masculino nos dias atuais. Formado em comunicação social pela UERJ, Lula mora no Rio. Ele escreve sobre moda masculina no site Homempontocom e no link barba, bigode e cabelo, do site de O Boticário.

Confira trechos da entrevista. Como é a relação do homem com moda, consumo e beleza?

A resistência ainda existe, mas, de um modo em geral, o avanço foi muito bom nos últimos anos. Os homens já se cuidam, conseguem comprar uma roupa sozinhos – eles precisaram de um empurrão de uma figura feminina – e vão para a cozinha sem medo de rótulos. Lógico que ainda não consomem como as mulheres. Além do básico - hidratante e creme pós-barba com filtro solar -, ele está mais seguro para usar até produto anti-envelhecimento sem ficar com medo de ter sua masculinidade questionada. O homem contemporâneo voltou a ter interesse pelo vestir bem e a valorizar um visual elegante para trabalho ou lazer. Ele quer saber o que está na moda e só não compra mais muitas vezes por razões financeiras. O homem brasileiro está cada vez mais exigente e busca marcas que oferecem qualidade e propostas de estilo que combinem com o seu jeito de ser. Com a avalanche de informações, como o homem brasileiro recebe tendências e lançamentos? De 2005 para cá, verificamos uma preocupação tanto de quem busca a informação ou produto como de quem oferece essa resposta em áreas como comportamento, moda e design. A partir dos anos 90, o homem passou a morar sozinho e a encontrar produtos feitos especialmente para suas necessidades, coisas que vão muito além de carro e relógio. Um exemplo é o abridor de garrafas em aço escovado, que não necessariamente reina em versões mais delicadas para agradar as mulheres. Uma realidade hoje de muitos casais, que recebe amigos para jantar, é deixar o preparo dos pratos para os maridos enquanto as mulheres jogam conversa fora.

Qual o salto principal da moda masculina recente? No meu livro vou fazer um passeio pela evolução da moda masculina no mundo. Enfoco desde o primeiro ao último pavão (risos). O primeiro foi Luís XIV, rei francês que no século 17 usava peruca, diamante e salto alto. O último é David Beckman, que chamou a atenção do mundo pelos seus brincos, penteados e atitudes como o de vestir calcinha da mulher. O jogador inglês fez explodir no mundo a expressão metrossexual, que já caiu em desuso. Acho que o principal avanço da moda foi o retorno à alfaiataria clássica, realidade verificada a partir dos anos 2000. Isso ocorreu depois que a revolução cultural da juventude fez explodir o streetwear e o jeanswear, quando os homens abriram mão da alfaiataria. Com o retorno, a roupa masculina ficou mais elaborada e até o jeans recebeu tal influência, como o prêmium, última moda agora. O termo metrossexual caiu em desuso mesmo? Sim. Sua origem era de metro (metrópole) e hetero (sexo). Não era muito comum o homem passar creme e ele tinha até medo de ser chamado de metrossexual numa alusão aos gays. Estes, por sua vez, deram grande contribuição à evolução masculina, pois foram quem começaram a usar o creme da mãe, amiga ou irmã, a cozinhar para os amigos. Em 1994, Marck Simpson, um jornalista inglês, inaugurou o termo ao referir-se a Beckman como metrossexual por seus hábitos e atitudes, ao criticar a quantidade de produtos na mídia destinados ao público masculino. As coisas foram acontecendo de forma muito rápido. Depois vieram os termos retrossexual (homem que não se interessa por perfume ou creme, homens mais bofes, com roupa mais básica e comportada), uber (contra tudo aquilo que pode comprometer sua característica de macho). O último termo em voga é o betassexual, geralmente profissionais autônomos, que passam muito tempo em casa, podem cuidar dos filhos, da casa ou ganhar menos que a mulher sem necessidade de terapia ou problemas por essa condição. Marcela Sobral - Jornal O Popular

Exposição: Releituras / Educação do Olhar

– Coletiva de artes plásticas Autores: Alunos do Educandário Goiás

Período: 04, 05 e 06 de dezembro

Local: Fundação Jaime Câmara – Avenida T-2, n 487, Fone: 3285.6767 – S. Bueno

Horário – 8 às 12 horas e 14 às 18 horas

Professoras responsáveis pela mostra: Larissa Félix e Alexandra Bezerra.

Educandário Goiás – Avenida T-30, n 2338 – Fone – 3285.3103 – S. Bueno Artes Plásticas

Crianças fazem releituras de clássicos da pintura universal Nos dias 04, 05 e 06 de dezembro, a Fundação Jaime Câmara abriga a mostra de artes plásticas Releituras / Educação do Olhar. São 33 obras que passeiam por diferentes movimentos artísticos e recorrem a diversas técnicas.

Os trabalhos da mostra Releituras / Educação do Olhar são assinados pelos alunos do Educandário Goiás (estudantes com idade de 02 a 14 anos) e são releituras de telas consagradas de mestres da pintura como Tarsila do Amaral, Porntinari, Monet, Henri Matisse, Van Gogh, Antonio Poteiro, Picasso, Salvador Dali, Juan Miro, Paul Klee e Romero Britto. Larissa Félix, diretora administrativa do Educandário Goiás, assinala que a exposição faz parte de um projeto maior, lançado em setembro.

"A exposição é o produto final de uma campanha lançada entre os estudantes com intuito de despertar o interesse pela pintura, literatura, teatro, musica, enfim, pelas artes", contextualiza. Desde setembro, todos os professores da escola, sobretudo os 10 mestres responsáveis pela matéria de artes, se preocuparam em abordar o tema processo da criação artística com mais profundidade. Para tanto, foram ministradas aulas evidenciando diferentes fases da pintura, assim como ressaltando os mais expressivos pintores de cada movimento. "Com isso, toda a escola se envolveu com o mundo das artes plásticas", explica Larissa.

Desse envolvimento e a partir do momento em que os estudantes tiveram noção da criação artística, foi sugerido a cada grupo de alunos, de diferentes séries, que produzisse uma obra de arte apoiada em outra tela estudada em sala de aula. Além das telas, a exposição Releituras / Educação do Olhar apresenta objetos e livros elaborados pelos estudantes – livremente inspirados na obra de Ruth Rocha, Pedro Bandeira, Augusta Faro, Rubem Alves, Ziraldo e Carlos Drummond de Andrade.

Fotos: Foto 1 – Ponto de partida: Operários, tela de Tarsila do Amaral. A releitura foi feita por 32 alunos do Jardim II. Idade: 5 anos. Foto 2 – Ponto de partida: Meninos Brincando, de Cândido Portinari. A releitura foi feita por 16 alunos do Segundo Ano Matutino. Idade: 7 anos. Foto 3 Ponto de partida: La Regata at Argenteuil, de Claude Monet Releitura: A Regata do Educandário Goiás. 15 alunos do Terceiro Ano Matutino. Idade: 8 anos. Foto 4 Ponto de partida: Bichos do Mar, de Henri Matisse. Releitura: Bichos de Estimação. 17 alunos do Quarto Ano Matutino. Idade: 8 anos.

Fotos: Raphael Rocha

Assessoria de imprensa Educandário Goiás – Sebastião Vilela de Abreu – sebastiao.vilela@gmail.com – 9909.2333

   
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