Mundo Mulher

Mulheres fazem fila e gastam até R$ 430 para cortar o cabelo

10/09/2009

Com R$ 430 dá para comprar uma bicicleta, um aspirador de pó, um aparelho de DVD ou ainda uma cesta básica e ficar com R$ 200 de troco. Com esse mesmo dinheiro também dá para se sentar em uma das cadeiras mais estreladas de São Paulo: a do cabeleireiro Marco Antonio de Biaggi e ter o cabelo cortado pelo queridinho de muitas celebridades cabeludas Brasil afora, como a atriz Maria Fernanda Cândido e as apresentadoras Adriane Galisteu e Fernanda Motta.

Esse é o preço só para cortar. Se o desejo é também lavar e escovar, a conta é outra. Mesmo assim, conta Biaggi, a mulherada faz fila para se sentar na cadeira dele, que chega a fazer 25 cortes em um único dia. Muitas clientes que não marcam hora com antecedência são atendidas por ordem de chegada, e não tem jeito: precisa entrar na fila. “O meu trabalho é uma conquista. Hoje eu sou uma marca graças a anos de investimento”, diz Biaggi, que já escreveu livro e faz capas de revista há 20 anos.

Já o cabeleireiro Didi Marques, do Tez Esthétique et Coiffeur, cobra R$ 250 para dar atenção total à cliente enquanto ela estiver sob os seus cuidados. Batizado de Personalité, o corte vem acompanhado de uma avaliação física e da rotina da cliente.

“Hoje em dia, as clientes querem mais atenção, então, a gente reserva um tempo só para ela., além de criar um corte diferenciado para cada cliente”, detalha Didi, que conta viajar duas vezes por ano para a Europa para se especializar ou buscar tendências.

Caro x barato

Viagens, tempo de profissão, especializações e cursos no exterior são alguns dos critérios usados pelos cabeleireiros entrevistados pelo G1 na hora de definir um preço. O resultado, afirmam os profissionais, também é diferenciado.

“Uma cliente que paga esse preço por um corte quer o diferencial, porque o básico ela consegue por R$ 70, R$ 80 ou até menos. O que a cliente tem na minha cadeira é uma avaliação completa. Só cortar, qualquer um corta”, diz Júlio Crepaldi, do Salão Galeria. O corte com Crepaldi sai por R$ 225, e vem acompanhado de 25 anos de profissão, alguns deles se aperfeiçoando em Londres. 

“Eu penso que esse cabelo é um outdoor para mim”, diz Crepaldi, que conhece as mulheres. Ele sabe que, se a amiga da cliente conferir o resultado e gostar do corte, ela vai juntar dinheiro para sentar na cadeira do cabeleireiro escolhido, custe ele R$ 20 ou R$ 200.

E mesmo que o corte custe um aparelho de DVD, por exemplo, a mulherada ainda faz de tudo para se manter fiel ao profissional. O cabeleireiro Tony Gandra, do Planet Hair, atribui a técnica do visagismo, os 40 anos de profissão e vários cursos na Europa a fidelidade das clientes, mesmo que elas tenham de pagar R$ 150 por um corte.

Se a ideia é fazer matemática, o cabeleireiro Edu Levy, do salão Saluvyte, faz as contas: especialização em Londres por R$ 10 mil por semana, workshop com profissional renomado por R$ 2 mil, curso de quatro dias por R$ 3 mil e até tesoura alemã especial que custa R$ 900.

No final, a cliente que se sentar na cadeira de Levy paga R$ 100 pelo corte, que é feito em salão da Zona Sul de São Paulo.

Por sorte, nem todos os cabeleireiros de São Paulo têm contas tão caras a pagar. Por isso, um corte por cerca de R$ 20 pode ser encontrado facilmente pela cidade. O cabeleireiro pode nunca ter pisado no exterior, mas nada lhe impede de deixar a cliente feliz.

Goiasnet.com/G1

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