Mundo Mulher

Cozinhas em U

20/10/2010

 

Em sintonia com os novos  tempos, as cozinhas em U transformam-se em locais de convívio de toda a família

 

O prazer do convívio social domina cada vez mais o território das cozinhas.

 

Um ambiente que ganha status de estrela com produções dinâmicas nas versões contemporâneas no formato em U. Abertas para a sala com balcões que servem de mesa de apoio, estes espaços assumem a função de braço poderoso na integração entre ambientes. Os projetos cativam ainda pela ilusão ótica de amplitude, incorporadas como uma extensão quase natural da sala de estar.

 

Na hora das refeições ou quando se recebe em casa um grupo de amigos, predomina uma sensação de distribuição inteligente das medidas do lugar.

 

 

Por aparecerem tanto no cenário social de uma residência, as cozinhas em U, no entanto, exigem uma moldura bem caprichada na finalização dos acabamentos: revestimentos (pisos, paredes), marcenaria (armários), iluminação, coifa e bancada. Tudo deve ser bem dosado nos mínimos detalhes para que eletrodomésticos e acessórios se harmonizem com as características do ambiente, sem perder o requinte e muito menos a praticidade no cotidiano.

 

 

Seguindo os princípios da cozinha em ilha, numa releitura moderna a cozinha em U valoriza o espírito de reuniões. Trata-se de um estilo de decoração que veio vai para ficar. É o que atestam os projetos dos arquitetos Bruno Veras, Juliano Costa, Keila Pinho e o designer de interiores José Marcos Gomes, consultados pela reportagem do POPULAR.

 

 

A opção de uso de pedras - granitos, mármores, marmograss e outras versões sintéticas (corian, silestone) - é um trunfo para dar um toque de leveza aos balcões secos e pias. Além de facilitar a manutenção diária, destaca o arquiteto Juliano Costa. Nada impede, entretanto, que se escolham madeiras e outros revestimentos, caso seja este o desejo.

 

 

Um bom desenho é primordial para demarcar o território propício a experimentações gastronômicas ou até para fazer uma refeição rápida e solitária. A circulação deve ser bem pensada, mesmo em áreas de medidas enxutas.

 

Ponto de encontro

 

- Tons mais sóbrios ou mais vibrantes? Tanto faz. Uma decisão que depende do perfil do morador, uma vez que ambas são bem-vindas. O arquiteto Bruno Veras sugere que se fuja do branco total, "que deixa o ambiente frio, com um ar mais impessoal". O recurso de estampar cores nas paredes é um bom aliado na composição da cozinha em U, reservando-se os revestimentos mais duros (azulejos, pastilhas, porcelanatos, pedras) para as paredes que abrigam as áreas de preparo dos alimentos: pias, fogões e bancadas de serviço.

 

- Entre as novidades, destaca-se o uso de uma marcenaria mais limpa, chique, que mescla matérias-primas nobres como o alumínio e vidro colorido, ditando uma atmosfera futurista ou com pitadas de um tempero retrô. Também há uma menor utilização do número de módulos de armários a demarcar o ambiente que obrigatoriamente acomoda itens essenciais, expõe o designer de interiores José Marcos.

 

- Os armários superiores vem em menor altura, jamais chegam até o teto. Há sempre aberturas, nichos descobertos. Banquetas médias de design arrojado em polipropileno, alumínio, plástico e até em madeira permitem uma boa acomodação junto aos balcões.

 

Bruno Veras e Juliano Costa recomendam a aplicação de pisos contínuos entre a sala e a cozinha em U. Uma solução simples, que confere unidade visual e evita desníveis e tropeços no vaivém de um espaço a outro.

 

- As coifas têm presença marcante no cenário: surgem no formato de abas, curva, cilíndrica, pirâmide, retangulares, quase esculturas de teto. Elas evitam que os aromas se propaguem para os cômodos mais privados da residência e conseguem imprimir uma cara mais industrial à estética do ambiente.

 

 

 DICAS:

 

- O tamanho padrão do balcão de apoio é 90 cm do piso, com largura variável de 45m a 90cm. Pode-se ainda dispor de um segundo balcão seco para abrir massas e preparar outros pratos.

 

-  As banquetas devem ter uma altura regulável. Fixas ou soltas, dependendo do estilo da decoração do ambiente.

 

 - Os armários adotam uma estética mais limpa, em múltiplas versões. Um efeito bacana é usar debaixo deles iluminação pontual. O ideal é que os módulos comecem 70 cm acima da bancada (para não bater a cabeça neles) e 1,5 metro acima do piso da cozinha, com média de  35 cm de profundidade.

 Soltos abaixo do teto os armários facilitam o manuseio no dia a dia, sem recorrer a escadas.

 

- As cubas na cozinha continuam fixas, embutidas para facilitar a limpeza.

 

 - Sancas ajudam a modernizar a iluminação da cozinha. Acima do balcão de integração não se recomendam armários, para não bloquear a visão da sala.

 

 - Uma tendência é subir o rodamão em torno de 20 cm do mesmo material da bancada na parede, evitando molhá-la e permitindo aplicação de cores no ambiente.

 

 - Se não dá para ter o mesmo piso entre a cozinha e a sala, pelo menos na área de trabalho (pias) a recomendação é criar um tapete ilusório com o uso de pedras, que facilita a manutenção.

 

 Em determinados projetos há uma segunda cozinha na casa, uma vez que o modelo em U limita o uso de armários, organizando só o essencial.

 

 - Os cooktops em várias versões substituem os fogões tradicionais na cozinha em U.

 

Fonte de consulta: arquitetos Bruno Veras, Juliano Costa, Keila Pinho e designer de interiores José Marcos

Fotos: Terezinha Ferber e Nicole Labate

 

Fonte Magazine/ Jornal O Popular- Margareth Gomes

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