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DADÁ traz as delícias da cozinha baiana para a Casa Cor Goiás 2011

03/06/2011 

Nos dias 1º e 2 de junho, a Casa Cor Goiás se rendeu às delícias da Bahia e aos sabores tão particulares da culinária da região. Famosa por seus quitutes e por suas gostosas gargalhadas, a cozinheira baiana Aldaci dos Santos - ou simplesmente Dadá - ministrou um curso na mostra, no qual ensinou receitas de entradas, pratos principais e sobremesas de uma culinária famosa por suas influências africana, indígena e européia, que juntas resultaram na composição de pratos saborosos e perfumados com o azeite-de-dendê, como a Casquinha da Dadá e o Bobó de Camarão da Dadá. Enquanto revelava os segredos de sua culinária e preparava os quitutes que fizeram dela um ícone da cultura e da gastronomia baiana, Dadá revelou detalhes de sua rica história de vida e de como se transformou de uma menina simples do interior para uma mulher forte, de sucesso, muitos amigos e um talento culinário reconhecido internacionalmente.

 

Dadá é dessas baianas que dá gosto de ver. Tem um sorriso largo, franco. Parece até que nasceu rindo. Aldaci dos Santos veio de Sítio do Conde, uma cidade baiana quase na divisa com Sergipe. Seu talento foi forjado na marra, na necessidade de ajudar a família, depois que uma cheia levou tudo o que eles tinham. A mãe levou os dois filhos (Dadá e Renato) para a vizinha Alagoinhas, que era mais desenvolvida. Enquanto a mãe trabalhava, Dadá fritava e vendia sardinhas em frente ao mercado. A garota foi tomando gosto pela cozinha, aprendendo com as mestras baianas, e se aventurando a modificar e criar receitas.

 

Com 16 anos foi para São Paulo trabalhar e, ali, conheceu novos temperos e revelou seus dotes culinários. Tomou gosto pela coisa e cada dia inventava um prato diferente. Mas o destino acabou levando Dadá de volta a Salvador, onde montou uma sociedade com o filho de uma patroa. Passou a fazer marmitas e, aos poucos, formou freguesia fixa. O negócio era um sucesso e o trabalho enorme. Duas mortes na família – o irmão e a mãe – abalaram a estrutura toda, mas Dadá não fugiu à luta. Passou a trabalhar em dois restaurantes e passou a fazer jantares em casas de particulares e em empresas.

 

Com muita economia, Dadá conseguiu reformar uma casinha e transformá-la em restaurante, o Tempero da Dadá – Comida Baiana e Francesa. Os amigos ajudaram na propaganda e, em pouco tempo, o local passou a ser muito freqüentado. Apesar disso, a clientela ainda era insuficiente para pagar todas as despesas, e o jeito foi apelar para o prato feito. Quando a alta sociedade descobriu que o PF da Dadá era delicioso, o restaurante engrenou. A comida, como diziam os amigos, parecia ter magia. O perfume do azeite-de-dendê e do coentro conquistou até famosos como Marília Gabriela, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Zélia Gatai e Jorge Amado, que viraram clientes assíduos. Logo Dadá e Paulo instalaram outro restaurante no Pelourinho, muito freqüentado pelos turistas. E assim a dona dos temperos conquistou fama, notoriedade grande clientela e muitos amigos, aos quais chama carinhosamente de “negão” ou “negona”. Hoje, Dadá tem três restaurantes em Salvador, sendo que os mais famosos deles são o Sorriso da Dadá, no Pelourinho, e o Dadá Restaurante, no bairro Patamares, na orla da cidade.

 Crédito das fotos: Ricardo Lima

Confira as receitas:

- Bobó de Camarão da Dadá
- Casquinha da Dadá

DORIS COSTA – TAYSA LARA –
E-mail: casacorgoias2011@gmail.com

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