As tendências que regerão a casa e ou escritório, neste próximo milênio, apontam para a qualidade de vida, contemplando de forma ímpar o indivíduo e seus anseios, dando ares de que é possível materializar sonhos e personalizar o próprio universo.

O mercado de decoração e design movimentou 4,8 bilhões de reais em 99 e está em franco desenvolvimento confirmando que o brasileiro está descobrindo que investir em sua casa é um dos itens importantes para o bem viver e para criar o equilíbrio necessário para o stress nosso de cada dia, que começa ao colocarmos os pés para fora da nossa "ilha de paz e conforto".

No dimensionamento dos espaços, presenciamo-los diminuírem a olhos vistos e isso requer habilidade para colocarmos dentro deles o essencial e tudo o que vá nos proporcionar um ambiente que reflita o tão almejado conforto, deleite estético e desfrute de tudo o que a tecnologia pode nos oferecer.

O design tornou-se item obrigatório para se adequar corretamente o móvel ao seu contexto, congregar todos os equipamentos e ainda criar uma atmosfera específica.

Por isso, o móvel se transformou em peças sobre rodízios, para ter mobilidade, reduziu sua altura para ser mais acessível e, como sinalizou a Feira do Móvel em Milão, com todo o colorido que tem direito, lembrando que a cor nos traz conteúdos emocionais.

O século XXI será tingido de cores quentes, como o vermelho, amarelo, laranja e ainda lilás, azul e verde.

Já os materiais são sintéticos e as formas são deliciosamente arrojadas e bem humoradas convidando ao lúdico e ao ócio.

E os tecidos têm toque, textura e trama que evocam o prazer tátil como chenilles, linho, micro fibra. Também há espaço para o brilho metálico que nos remeterá para um clima futurista.

O hippie chic representa o aspecto oriental, a fibra natural e o artesanal, tendência sempre em voga pois nos remete às nossas raízes e cria muito conforto psicológico.

Novo contexto

A casa ou escritório também ganhou um novo contexto na vivência humana, pois no século XX era a máquina de morar ou trabalhar (Le Corbusier) e atualmente está sendo promovida a organismo vivo que possui energia própria e deve ser harmonizada para promover o bem viver.

Esta metamorfose pode parecer algo saído de filmes de ficção, mas a verdade é que estamos recontextualizando o Cartesianismo-Newtoniano, colocando- o como um item do modo de ver holístico e que, para compreendermos seu alcance, devemos verificar sua origem que vem do grego "holos" e significa todo.

Nesta abrangência, vemos como fica fácil incluir conhecimentos milenares como o Feng-Shui, a geometria sagrada, que era usada para se eregir catedrais e templos, e os conhecimentos que a psicologia de Jung nos acrescentou, com seus arquétipos e o inconsciente.

O modo de ver holístico, que nada tem a ver com o místico, vem para enriquecer nossa experiência humana, colocando todos os conhecimentos e percepções para dialogar, criando assim um universo que reconcilia paradoxos e vê a mesma substância na parte e no todo.

Um espetacular conhecimento milenar que muito nos ajudará é o Feng Shui, que saindo destas receitinhas prontas como colocar espelhinhos... tem uma fundamentação na busca pela harmonia, no poder da intenção, que intensifica o nosso propósito e sobretudo integrar a energia do Céu e da Terra. No I Ching, encontramos o doador e o receptor, criando no homem o respeito pela natureza e a busca pela harmonia, para que possamos ser mais plenos e felizes absorvendo a poesia existente na interação amorosa do ser e seus ambientes, sejam eles casa, escritório, a mãe- terra ou finalmente si mesmo.