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Discos de vinil retornam à moda em forma de acessórios

Há um bom tempo eles não exercem mais as sonoras 33 rotações por minuto para as quais foram criados. Mas, nem por isso, as pilhas de discos de vinil espalhadas pela casa da artesã Adriana Vieira, na Zona Sul de São Paulo, ficaram sem utilidade. "Eu vejo disco de vinil de manhã, de tarde e de noite.

Até sonho com eles", brinca a ex-lojista que, há dois anos, decidiu fechar a loja que mantinha na Zona Oeste da capital paulista para se dedicar à produção de relógios de parede feitos com os LPs que foram sucesso nos toca-discos até o final da década de 80. "Meu marido trabalha com brinde e a gente começou fazendo uns relógios para uma empresa.

Colocamos uns na loja que eu tinha, onde eu também vendia uns relógios feitos com vidro. Observamos que todo mundo perguntava se os de vidro também eram feitos com vinil porque tinham umas imagens coladas. Então decidimos fazer tudo de vinil e foi o maior sucesso", conta Adriana. Segundo ela, além do vinil ser mais barato e mais leve que o vidro, ele desperta uma simpatia imediata entre os clientes. "A gente percebeu que as pessoas gostavam da história do vinil, se identificavam." Para aumentar ainda mais a simpatia pelo universo "retro", a artesã usou adesivos de figuras como Elvis, Marilyn Monroe e Beatles sobrepostos às ranhuras do vinil. "Hoje a gente já tem mais de 200 imagens em relógios de vinil, fora as que as pessoas encomendam.

Também personalizamos", fala. E o do disco de vinil vem conquistando os paulistanos não apenas em adereços para a casa, mas também como acessórios femininos. Artesã de bolsas feitas dos mais variados materiais, há dois anos, Valéria Brandão redescobriu o vinil. "Meu marido coleciona discos de vinil e tiveram alguns discos que ele foi jogando fora porque estavam muito riscados. Aí, como eu já trabalhava com bolsas, decidi fazer algo com aquele material.

Pensei: vamos ver se dá certo. E deu", lembra Valéria. Depois de testar diferentes cortes e materiais, ela descobriu na combinação de tecido, couro, cola, zíper e LPs a bolsa que se tornaria carro chefe das suas vendas nos últimos tempos. "Vendo uma média de 50 bolsas por mês. Disso, 80% são de bolsas feita com disco de vinil." São bolsas de mão, tiracolo e mochilas feitas com os clássicos LPs ou os singles, que têm menor diâmetro. Cada bolsa demora entre 30 e 60 minutos para ficar pronta nas mãos da artesã e podem custar até R$ 60.

Para quem compra, o preço vale pelo resgate de lembranças. "Tem bastante gente que compra porque acha na bolsa um disco que ouvia no passado", conta a empresária Anna Karina Querida, de 36 anos, que há um ano comprou uma bolsa. "Achei bacana e ainda personalizei. Dei a capa de um CD do Ramones e pedi para colocá-la redondinha na parte do meio do vinil."

Para que aqueles fãs do vinil que ainda rodam a "bolacha" na vitrola não achem que as artesãs estão cometendo um crime contra a música, Adriana Vieira dispara: "a gente usa aquele vinil que não serve mais. Não usamos títulos novos ou em boas condições. É material arranhado. Alguns completamente riscados. Não dá mais para rodar na radiola".

Fonte - G1/Goiasnet.com

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