Esqueça os ambientes com pisos clean, paredes clarinhas. Um figurino novo promete revestir com mais estilo os cenários de uma residência que passam a apresentar superfícies inspiradas no concreto rústico, na madeira, em telhas, pedras, em tecidos coloridos, micrografismos, geometrias, em texturas que remetem ao meio ambiente. É como se as pessoas estivessem trazendo a natureza para dentro de casa, diz a arquiteta Dandrea Michelon Baiocchi.

A proposta ousada insere-se no mercado dos revestimentos como uma guinada no conceito atual na aplicação de pisos, porcelanatos, cerâmicas, papéis de parede, tintas. No cenário se desenha um painel eclético que mostra ousadia e um jeito mais sedutor no uso de acabamentos.

“Na disposição de novos ângulos, curvas, tais revestimentos jogam com as medidas matemáticas ou com a ilusão de ótica, construindo um efeito surreal nas ambientações”, explica Márcia Simonsem, diretora de uma empresa do ramo. Tais materiais conseguem forrar com graça paredes, chão e tetos e harmonizar-se com o mobiliário, que tanto pode ter uma linguagem clássica ou contemporânea, quanto minimalista ou repleta de memórias. Dá vontade de tocá-los, explorar suas texturas, tramas, relevos e ranhuras. Respiram aconchego.

As superfícies voltam a receber pitadas de cor, inspirações temáticas e étnicas que rejuvenescem a decoração. Às vezes, uma mesma ambientação traz misturas de três tipos de revestimentos em paredes, tetos e pisos, onde se respira equilíbrio, sem extravagâncias que cansam o olhar.

Releituras
Essa moda de colorir a casa já teve dias de celebridade com os ladrilhos hidráulicos e azulejos florais. Agora, essa linguagem retorna numa leitura supermoderna. A designer Ruth Fingerhut crê na aposentadoria das madeiras naturais (em nome da preservação do ecossistema) e de outros tipos de revestimentos que não ofereçam o atrativo de melhor resistência e de uma estética personalizada.

Produtos com identidade vão conquistar mais espaço a cada ano, fugindo das típicas imitações de materiais orgânicos. “São materiais que consomem pouca energia e água na fabricação, não vão à queima e usam 45% de material reciclável”, observa Márcia Simonsen. Também entram em evidência os revestimentos customizados e em tamanhos exagerados. Acima de tudo conjugam qualidade de vida e praticidade na manutenção diária.

Para revestir paredes de salas e quartos, a seleção recai sobre produtos que reproduzem sensação de conforto. Uma linha que recorre a cores quentes como chocolate, grafites, lilás, verdes, prata. Acabou a época do banheiro totalmente branquinho. Num país tropical, cheio de cores, é sim um pecado não abusar dos tons mais quentes para cobrir as paredes e mesmo pisos.

Quem tem receio de se cansar da decoração pode brincar com a cor num detalhe, valorizando uma parede. É vital um bom projeto para não desandar. A dica para acertar na escolha é buscar uma boa combinação de cortinas, colchas, acessórios importantes que se casam com os revestimentos, aconselha Fátima Dieguez Giaffredo, empresária do ramo de papéis de paredes. O revestimento define a atmosfera de uma casa a roubar a cena para si ou passar quase despercebido. O efeito é sempre surpreendente.

ESCOLHAS CERTAS

* Os formatos cresceram. Os revestimentos estão em versões maiores de 80cm x 80cm, 1 metro x 1 metro, 45cm x 90cm, 60cm x 1,2 metro. Para salas e quartos, de medidas menos generosas, um formato interessante é o 60cm x 60 cm.

* O porcelanato é uma das melhores coberturas para pisos. É mais resistente. Os mais brilhantes são os mais desejados, porém não são muito adequados para lugares de fluxo intenso nem para quem gosta de movimentar muito o mobiliário. A superfície brilhante fica arranhada facilmente.

* Mosaicos (cimentícios, madeira, mármore, em pedras e cerâmica artesanal) também ganham força e aparecem em versões teladas em placas de 20cmx 20cm e 30cmx30cm, para facilitar a instalação, com preços de R$ 60 a R$ 600 o metro quadrado. São perfeitos para modelar uma parede, dão um diferencial.

* As pastilhas aparecem coloridas, transparentes, com desenhos, a oferecer isolamento térmico, sem absorção de calor, menores ou em tamanho maior.

* Os papéis de parede são apaixonantes. Em versões de rolos, custam de R$ 180 a R$ 1 mil. O rolo liso vem com medidas de 5 metros quadrados que cobrem superfícies de 2,5 metros de pé-direito. Já os estampados, geométricos, listrados e florais cobrem em média 3,5 metros quadrados em 2,5 metros de pé-direito.

* No caso do papel de parede, a instalação é rápida. Eles são fixados diretamente com cola em parede lisas, secas e sem infiltrações. 

* O sucesso de um revestimento está na escolha da mão-de-obra especializada. É o modo de não ter um piso maravilhoso, caro, mal assentado, com prejuízos. Ou uma parede com os mosaicos ou papel de parede descolando. Ou uma pintura equivocada.