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Ambientes ganham sofisticação e ousadia com o uso do preto

Ambientes ganham sofisticação e ousadia com o uso do preto

05/09/2009

Contemporâneo com ar de eterno

 

Ambientes ganham sofisticação e ousadia com o uso do preto. Regras devem ser observadas para não criar excessos

A moda considera o preto uma cor curinga, atemporal, versátil, eternizada por Coco Chanel. É raro uma mulher que não tenha no armário o tradicional pretinho básico. A decoração, que sempre anda ligada à moda, segue essa máxima e explora a cor nas propostas de modernidade em ambientes sóbrios.

Em ambos os casos, o preto fica bem a qualquer hora, em qualquer lugar. Na decoração de interiores, qualquer ambiente pode receber o preto, que é sinônimo de ousadia e senso estético: da cozinha e área de serviço a salas e quartos. Salas de jantar, living e home cinema são os lugares em que o tom se sai melhor.

Como cita o arquiteto Alexandre Perini, “o preto é bem-vindo, pois traz um elemento indispensável para o ambiente: a novidade”. Ele acredita que o uso recente do preto na decoração representou uma quebra de paradigmas, uma mudança nos costumes.

“O preto sempre esteve ligado ao luto e à sisudez. Os avanços tecnológicos dos equipamentos domésticos como som e vídeo parecem ter facilitado esta mudança na percepção do preto. E a orientalização da decoração provocada pelo estilo zen chique nos fez aceitar melhor uma cor que para a cultura oriental tem outro significado”, explica.

Sofisticação
O preto pode oferecer sofisticação, camuflar alguma imperfeição e conferir um toque clássico e moderno aos ambientes, lembram os arquitetos Tânia Franco e William Hanna. “Há quem diga que o preto chega a pesar nos ambientes, mas basta equilibrar, usando outras cores claras”, definem.

Para criar o estilo desejado, o preto surge em sofás, estantes, pisos, cortinas, tapetes, paredes, vasos, molduras, objetos de arte, que ganham destaque sobre fundos com cores contrastantes. A arquiteta Ana Paula Castro adianta que o preto valoriza o contorno dos objetos e, quando usado corretamente, amplia os ambientes, funcionando como fundo infinito.

Além disso, é uma cor sofisticada que deixa qualquer ambiente mais elegante. “Não há limites para o uso do preto, pois é chique, atemporal e sofisticado”, afirma Tânia Franco.

Na medida certa
O uso correto da cor evita excessos e não deixa que o ambiente fique carregado ou formal demais. “Não há regras, mas gosto de usar o preto como fundo para cores contrastantes como branco ou amarelo, que criam pontos de luz, por serem cores iluminadas naturalmente”, ensina Ana Paula Castro.

Há elementos que formam combinações interessantes nos ambientes. Para Ana Paula Castro, uma boa alternativa é conjugar o preto com materiais naturais, como madeira de demolição e fibras como palhas e juncos, que causam um efeito surpreendente. A laca, o vidro, o espelho, podem ser agenciados de forma harmônica, completam Tânia Franco e William Hanna. E para Alexandre Perini, bons parceiros são as madeiras com veios e desenhos, em tons médios e brilhantes, e os papéis de parede com alternância de texturas e brilhos. “Um tom cítrico ali, uma transparência acolá também ficam bem”, diz.

 

Equilíbrio na mistura de cores

O jogo de preto e branco é sempre um clássico, mas também tem suas limitações. Alexandre Perini aponta que a dupla pode ser usada em ambientes amplos, iluminados. A sugestão de Ana Paula Castro é não compor as duas cores numa proporção igual. “A predominância de uma das cores sempre é mais interessante”, atesta.

“O segredo da cor preta está em proporcionar um ambiente menos cansativo, e isso se consegue no equilíbrio e na inserção de um ou outro elemento para quebrar a regularidade e a força do tom”, justifica William Hanna. “O mais importante é o equilíbrio proporcional, ou seja, um dos tons tem de predominar. Em ambientes pequenos, deve-se valorizar o branco, já em espaços com pouca permanência de pessoas, pode-se carregar mais no preto ”, alerta.

O grande segredo, aconselha Tânia Franco, é não perder a luz, mesmo que a predominância seja o preto. Paredes brancas e móveis em preto e branco pedem boa iluminação e ela precisa ser aconchegante para aquecer o ambiente.

Já o uso alternado do preto e branco nem sempre é o mais indicado. “Objetos pretos em cima de uma mesa preta podem render bom resultado, no entanto, essa alternância deve ser sutil e não deve ser percebida facilmente. Assim, nada de usar esquemas do tipo ‘tapete preto faz par com sofá branco’. É recomendada a mescla dos dois tons de forma elaborada e criativa”, frisa Tânia Franco.

Sutileza
Na mistura com outras cores também há orientações para um melhor resultado. Os clássicos branco, bege e cinza e o moderno amarelo são as dicas de Ana Paula Castro. “Pode-se garantir um toque sutil com uma única peça colorida. Outro recurso para dar vida à composição é o uso de espelho, os de cristal com bordas simples são bem-vindos, no entanto, os com acabamento em bisotê são mais sofisticados”, orienta William Hanna.

“Gosto de usar o preto para apimentar ou tornar surpreendentes alguns triângulos de cores consideradas até de mau gosto. Perceba este conjunto: preto, prata, branco, verde e rosa. Ou: preto, azul profundo, grafite e vermelho-cereja”, indica Alexandre Perini.

Perini indica ainda que, nas salas de jantar, o contraste de um sofisticado lustre de cristal ao lado de uma parede em preto fosco oferece um surpreendente efeito. “O preto absorve grande parte da luz, permitindo a apreciação dos contornos do lustre e as nuances do brilho dos cristais, que em outra situação passariam despercebidos”, justifica.

 

Ana Cláudia Rocha e Margareth Gomes/O Popular.com

Foto: Nicola Labate No espaço multifuncional – sala de estar e mesa de jantar que pode ser usada como mesa de trabalho –, o mobiliário e as obras de arte são valorizados pelo papel de parede cinza-grafite. O tapete faz o equilíbrio e garante a luminosidade. A sofisticação é o contraponto. Ao fundo, a persiana de madeira deixa o ambiente mais caloroso e aconchegante. Proposta da arquiteta Ana Paula Castro

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