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DELEGADO ARCHIMEDES CONTRA O MATA SETE

DELEGADO ARCHIMEDES CONTRA O MATA SETE

16/07/2012


O escritor João de Sousa Lima, membro da ALPA – Academia de Letras de Paulo Afonso, membro da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, prefaciou o livro “Lampião Contra o Mata Sete”, de Archimedes Marques, lançado no último sábado, 02, em Aracajú, capital de Sergipe.

Eis o Prefácio:

“É preciso se separar o joio do trigo, as ervas daninhas devem ser desenraizadas para que as árvores frutíferas produzam seus frutos. Em todos os seguimentos da vida existem os bons e os maus. Há os que produzem com sabedoria e os tolos em sua essência. Assim caminha a humanidade, em toda parte se sobressaem os que buscam a perfeição e dela se aproximam, deixando seus legados como ensinamentos para outros que trafegam na estrada do conhecimento e da perpetuação histórica, sendo o fato aqui relacionado: A análise ajustada dos acontecimentos que permearam uma época que marcou profundamente as mentes e as vidas das pessoas do Nordeste brasileiro.

Há os que se aprofundam com seriedade, buscando os autênticos subsídios para registrar nos anais dos arquivos escritos suas apreciações honestas e responsáveis.

Também há os hipócritas, os insensatos, gente sem o mínimo de conhecimento de certos tópicos e que são ignorantes, que se apoderam de um assunto e sem o devido cuidado produzem verdadeiros absurdos.

Nesse caso estou falando da incapacidade de Pedro de Morais com seu livro “Lampião, o Mata Sete” e a maestria de Archimedes Marques com o seu apurado revide “Lampião Contra o Mata Sete”.

A leitura eu recomendo sobre o trabalho de Archimedes Marques, sem que seja necessário conhecer as inverdades do péssimo livro de Pedro de Morais, o Mata Sete.

Archimedes nos brinda com respostas ajustadas e um trabalho digno de ser adquirido e de constar nos acervos das pessoas cordatas que estudam a história do Brasil.

O simples argumento de ter sido em sua vida pública um homem da lei, que julga seus preceitos e sobre as falhas condena os responsáveis não credita a pessoa e nem pode ser aceita qualquer obra que tenha como suporte apenas o contexto de “vir de um magistrado”. Não é esse o argumento válido para se escrever qualquer obra literária, o teor histórico de um povo, de uma nação, merece o mínimo respeito. Devemos preservar os fatos, desvendar os acontecidos, checar às informações, analisar seus episódios, confrontar seus subsídios e tentar se aproximar o máximo da verdade. Esse é o caminho do verdadeiro historiador e pesquisador.

O tempo do coronelismo já passou, não devemos ficar expostos a uma lei que na realidade foi feita para beneficiar os homens de boa índole e não nos colocar amedrontados diante da Toga de um magistrado. Não nos calemos diante dos fatos injustos.

Archimedes Marques, com esse seu livro “Lampião Contra o Mata Sete”, entra para o grupo das pessoas que produzem com seriedade, com discernimento que demonstra coragem, qualidade indispensável aos homens que merecem nosso respeito e nossa admiração.

Pode-se apostar no sucesso nesse primeiro trabalho de Archimedes, ele vem pesquisando o tema cangaço há algum tempo e encontrou o rumo certo rebatendo uma obra que vem talhada de informações sem fundamentos legais que possam comprovar seus textos difamatórios. Diante da apresentação de fatos tão mentirosos levantados pelo fraco autor “Lampião, O Mata Sete”, Archimedes é a bandeira que se levanta contra tais inverdades, um acerto ajuizado contra os pensamentos embaraçados de um escritor sem as qualidades essenciais para uma produção que se explica não por “querer” e sim por “existir”, fatos concretos que justificam novos olhares, novas apreciações, porém com a honestidade e responsabilidade que as ocorrências históricas devem atrair, tendo por legado reparar as lacunas que ficaram adormecidas e que se juntam para agregar valores ao contexto de uma história que se reescreve a cada tempo, porém contada e acrescida em sua profundeza autêntica, ajustada em suas fontes primordiais sendo salvas nas memórias literárias que formadas com outras fontes direcionam a verdadeira historiografia do mundo.

É preciso se separar o joio do trigo, devemos desenraizar as ervas daninhas para que colhamos os frutos bons, nesse caso devemos receber o livro de Archimedes Marques “Lampião Contra o Mata Sete, com a devida grandeza que ele tem, pois ele é uma bandeira hasteada contra a mentira, contra a insensatez, contra a erva daninha que é esse livro de Pedro de Morais.

Paulo Afonso, 23 de fevereiro de 2012
João de Sousa Lima


LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE  possui 552 páginas. O livro,  custa R$ 50,00 (já incluso as despesas dos Correios). Contato e aquisição pelo  e-mail
archimedes-marques@bol.com.br

 *Archimedes Marques- Delegado de Policia. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe 

 

DELEGADO ARCHIMEDES CONTRA O MATA SETE (Crônica)
Por: Rangel Alves da Costa*

                                       
Dia 02 de junho de 2012, estive participando do lançamento do livro “Lampião Contra o Mata Sete”, do delegado Archimedes Marques, na capital sergipana.

Evento bastante esperado, acabou confirmando as melhores expectativas pelo grande número de afeiçoados pelas coisas nordestinas, as lides cangaceiras de outros tempos, que ali compareceram para prestigiar o autor. E também saborear comidas típicas do ciclo junino.

Voltei com o belo exemplar debaixo do braço e muito agradecido pelo que pude presenciar. Numa roda à parte dos convidados estava a nata pesquisadora, entusiasta e escritora sobre a saga do cangaço. Pessoas que acompanham eventos cangacistas onde eles ocorram.

Mesmo adoentado, Alcino Alves Costa, escritor sertanejo de renome nacional, proseava com o também escritor João de Sousa Lima, um pauloafonsino que leva a vida nos passos de Maria Bonita e do Capitão. E para surpresa maior ali também estava o verdadeiro mecenas da literatura nordestina, o Francisco Pereira Lima, mais conhecido como Prof. Pereira.

Aliás, diz o cartão de visitas do Prof. Pereira que o mesmo é especialista em livros do cangaço, movimentos messiânicos, coronelismo e temas afins. Mas é muito mais, pois responsável pela publicação e reedição de importantes obras sobre tais temas, e que somente através dele puderam chegar ao conhecimento dos pesquisadores e novos leitores.

Pois bem, enquanto Alcino, João de Sousa Lima e Prof. Pereira proseavam sobre as trilhas lampeônicas e outras trilhas da história, o delegado e escritor Archimedes Marques autografava livros mais adiante. Aproximei-me com exemplar à mão e logo o mesmo repetia sobre o meu nome também estar constando nas referências bibliográficas, através de artigos e crônicas que subsidiaram a obra.

Contudo, a par da gratidão pelo reconhecimento, o que ouvi ao pé do ouvido só vinha confirmar algo que eu já havia pensado desde o dia que o pesquisador falou-me sobre o lançamento do livro. E confessou-me Archimedes que chegou ao local temendo que um oficial de justiça aparecesse a qualquer instante com uma ordem judicial suspendendo o lançamento da obra.

 

Tinha fundamento a preocupação do escritor, pois o seu livro é praticamente uma contestação, um contraponto a outro livro proibido pela justiça de ser lançado em Sergipe. De autoria do advogado e juiz aposentado Pedro de Morais, o livro “Lampião, o Mata Sete”, até hoje continua sendo objeto de apreciação recursal, vez que um juiz de primeiro grau impediu o seu lançamento.

Acatando ação promovida por familiares de Lampião e Maria Bonita, o livro “Lampião, o Mata Sete” foi proibido de ser lançado. O magistrado de primeiro grau proibiu que o seu teor chegasse ao conhecimento do público por ferir a honra, a imagem, a dignidade, enfim, os direitos da personalidade de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.

E tudo porque o livro proibido insinua e tenta provar que o Rei do Cangaço era gay, homossexual. E também que o mesmo não podia gerar filhos e que Maria Bonita o traía com um cangaceiro do próprio bando. E este mesmo seria também o amante de Lampião. Luís Pedro, eis o nome do cangaceiro. Enfim, a história estaria desandada e a família Ferreira desfigurada.

Logicamente que os cangaceirólogos, os pesquisadores do cangaço e grande parte da população nordestina ficaram revoltados com as aleivosias gratuitas, as calúnias e difamações levadas a efeito, sem qualquer fundamento de verdade, contra um dos símbolos maiores da história nordestina e brasileira. Ferir simplesmente por ferir a honra pessoal e familiar daqueles dois, com único objetivo de atrair holofotes, seria algo inaceitável diante da seriedade em que se assenta a história do cangaço.

E lembro como hoje o instante que um amigo de Archimedes chegava ao meu escritório, em nome dele, para xerocar o livro proibido. O autor, amigo do meu pai Alcino Alves Costa, dedicou-lhe o livro antes mesmo de ocorrer a sanção judicial. E o livro estava comigo. E a partir daquele instante Archimedes começou a traçar as linhas da resposta que daria ao embusteiro e mentiroso sobre a vida do rei dos cangaceiros.

Daí ter nascido o “Lampião Contra o Mata Sete”, como confrontação e contestação a tudo aquilo que levianamente fora exposto no “Lampião, o Mata Sete”. E as respostas são apresentadas como se fossem teses derrubando os argumentos apresentados no livro proibido. Quer dizer, as presunções e suposições mentirosas dão lugar a fatos com força de veracidade e fere de morte o invencionismo maldoso e leviano.

E tais teses, apresentadas em capítulos, são: A Origem do Mata Sete e a resposta de Lampião; O porquê da luta de Lampião Contra o Mata Sete; Uma “Malaca” nas orelhas do Mata Sete; Oleone como coiteiro do Mata Sete; O Mata Sete insulta a História, ultrapassa direitos e indigna muita gente; O Mata Sete contra a família Ferreira; O Mata Sete e o “Menino Sapeca”; O Mata Sete e o “Lampião Apaixonado”; O Mata Sete e o suposto “Lampião Eunuco”; O Mata Sete contra os supostos “homossexuais” Virgulino E Zé Saturnino;  O Mata Sete apela ao cangaceiro Volta Seca: O Mata Sete e a misteriosa Tese da Universidade de Sorbonne; O Mata Sete e os seus “armados e amados” policiais volantes; O Mata Sete em proteção às autoridades sergipanas; O Mata Sete e “as travessuras de Maria do Capitão”; A guerreira Maria Bonita transforma paradigmas  e muda o cangaço construindo eterno amor por Lampião; O cabra-macho Lampião se livrando da máscara do Mata Sete; As demais trapalhadas do Mata Sete; Será o fim do mata Sete?

Noutra oportunidade certamente faremos uma análise mais aprofundada sobre o conteúdo e as teses apresentadas pelo delegado Archimedes, autoridade da história que doravante pode se reconhecido como aquele que desmascarou de vez a mentira e jogou-a nos porões do esquecimento.


Poeta e cronista
e-mail: rac3478@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com
 

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