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Fraude nas Redes Sociais: Um tiro no pé. Waleska Farias

Fraude nas Redes Sociais: Um tiro no pé. Waleska Farias

14/09/2012    
 
O conceito de fraude normalmente está associado a um amplo sentido, mas tem como referência ser “... um esquema deliberadamente ilícito com intuito de enganar outros para obter ganhos pessoais. Uma ideia apresentada enganosamente para esconder conhecidas fraquezas lógicas. Fraudes podem ser cometidas através de muitos métodos, incluindo fraude por meio de internet.” (Wikipédia).


As redes sociais hoje representam uma das mais poderosas plataformas de comunicação: segundo pesquisa realizada com 800 responsáveis pela área de recursos humanos de empresas dos Estados Unidos, 89% das empresas nos EUA usam as redes sociais para contratar profissionais e como fonte de informação (Jobvite – 07/2011). Estudo feito pela Robert Half confirma que 63% das empresas brasileiras consultam perfis de candidatos nas redes sociais.


Como sustentar essa conquista se as pessoas no uso do seu “livre arbítrio” declaram-se no direito de falsear informações em benefício próprio?


O assombro de profissionais da área RH com os despropósitos cometidos nas redes sociais é crescente. Recentemente tomei conhecimento de três casos em um processo de seleção de uma grande empresa do segmento farmacêutico, no processo de contratação de três profissionais para o cargo de representante comercial. O perfil da vaga requeria: nível superior, experiência anterior em área comercial, inglês fluente, disponibilidade para viagens, automóvel próprio, base de conhecimento técnico com autonomia para construção de carteira de cliente.


Dentre nove perfis de candidatos, três eram fraudulentos:
Uma candidata apresentou currículo com especificação de inglês fluente, espanhol e francês intermediário. Quando da entrevista, diante de uma introdução em inglês fracassada, confessou que falava, mas com certa limitação, pois estava “sem prática”. Detalhe, havia um registro de vivência internacional de oito meses na Austrália. Quanto aos outros idiomas? O conhecimento, de fato, era pautado nos filmes estrangeiros que assistia.


Outro candidato afirmou ter carro, o qual, inclusive, aparecia várias vezes no seu perfil do facebook.
Quando questionado a respeito das viagens que faria com as diversas caixas de amostras e folhetos para cobertura de área comercial em outras localidades, confessou que na verdade não poderia viajar todos os dias, pois o carro (da foto) era do seu cunhado e comentou que as fotos do carro importado atraia o interesse das mulheres...


E como tiro de misericórdia o terceiro candidato estruturou seu perfil nas redes sociais com experiência de trabalho em duas empresas no exterior e registro de um curso de extensão em técnicas de venda no mesmo período. Quando questionado a respeito, ressaltou que por um triste incidente havia perdido o registro do curso e quanto às empresas, ambas haviam falido diante das últimas crises, onde na verdade nenhuma delas jamais existiu.


Quando o mau uso, mesmo que de um excelente recurso, compromete a ética das relações interpessoais justifica subtraí-lo até que as pessoas compreendam o sentido de ser ético e exerçam o respeito mútuo no entendimento de que enganar os outros para obter privilégios pessoais é desonesto. Seu direito acaba, quando começa o do outro. E se vale a ressalva, a semente plantada direciona a colheita.

Waleska Farias - Coaching, Gestão de Carreira & Imagem
Waleska Farias - http://www.waleskafarias.com.br/


Mirella San Martini - msanmartini@uol.com.br

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