Impactos do turismo sobre o meio antrópico por Dr. Roberto Naime
16/09/2009
A dimensão antrópica do meio ambiente engloba fatores econômicos, sociais e culturais. Existem com certeza mais impactos positivos sobre o meio ambiente do que negativos, embora muitas simplificações imaginem que não seja assim.
O primeiro impacto positivo decorre da criação de planos e programas de conservação e preservação de áreas naturais, sítios arqueológicos ou monumentos históricos e arquitetônicos. Ocorrem em geral algum tipo de investimento em medidas preservacionistas, a fim de manter a qualidade e atratividade dos recursos naturais e sócio-culturais.
A própria renda decorrente da atividade turística proporciona as condições financeiras necessárias para a implantação de equipamentos de infra-estrutura ou outras medidas preservacionistas. Com freqüência os diversos tipos de empresa interessados na atividade se cotizam e adotam programas comuns de preservação e valorização.
O turismo opera grandes descobertas. Com freqüência certos aspectos naturais em regiões que antes não eram valorizadas passam a ser em função do interesse turístico.
O turismo possibilita a interação cultural e o aumento da compreensão entre os povos. Na medida que os usos e costumes das comunidades são conhecidos e compreendidos, a conseqüência direta é um avanço no entendimento.
A utilização mais racional dos espaços e a valorização do convívio direto com a natureza são itens de relevância e que devem ser ressaltados. A recuperação psicofísica dos indivíduos, resultante do descanso, das atividades de entretenimento e do distanciamento temporário do cotidiano profissional e social, encerram os importantes tópicos de impactos positivos da atividade turística sobre o meio antrópico.
Os impactos negativos do turismo nesta mesma dimensão são bem mais limitados. A existência de barreiras sócio-psicológicas entre as comunidades receptoras e os turistas certamente é um dos impactos negativos que mais merece atenção.
Muitas vezes, os recursos da atividade turística circulam de modo restrito, privilegiando a organização do núcleo receptor, enquanto a população como um todo não é beneficiada pela atividade, ficando com uma parcela menor dos recursos.
Também ocorre a ocupação e destruição de áreas naturais, que se tornam urbanizadas ou antropomorfizadas de uma forma desordenada, gerando poluição por ausência de saneamento básico, ausência de infra-estrutura para tráfego de veículos e até mesmo de pessoas.
Este último item é muito comum nas praias do litoral brasileiro, desde o sul até o nordeste, onde o uso e ocupação desordenados do solo produz situações de difícil reparação e danos ambientais relevantes e muitas vezes irreversíveis.
Roberto Naime - Mestre em Qualidade Ambiental
FEEVALE
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