Mundo Mulher

Sergipe

15/06/2009

Cidade ainda preserva um ar interiorano em meio à expansão urbana e oferece ótimas opções de passeio

Quem esteve em Aracaju há alguns anos e retorna agora, nota como a cidade prosperou. São condomínios horizontais na expansão da orla, novos edifícios e equipamentos públicos. Vê-se também, nos pontos turísticos, uma cidade limpa, bem cuidada, com áreas verdes e manguezais preservados. Outra vantagem: com pouco mais de 500 mil habitantes (cerca de 700 mil em toda a região metropolitana), não sofre os problemas do trânsito caótico dos grandes centros.

Como nada é perfeito, mesmo dispondo de tudo isso, Aracaju ainda sofre com as comparações inevitáveis entre suas praias e outras mais belas no Nordeste.

Mas há todo um esforço para superar essa imagem com a oferta de bons serviços e atrações originais, como o forró e as animadas festas juninas. Portanto, junho é uma boa hora para visitar a cidade, porque é quando se celebra com quadrilhas Santo Antônio, São Pedro e São João.

Quem entra um pouquinho na dança, mesmo fora de época, sente a alegria genuína, a força que a tradição tem para os sergipanos. E que tem sido usada, com sucesso, em programas sociais de inclusão de crianças e adolescentes: ao invés de ficarem vagando pelas ruas, sob risco de envolvimento com drogas e outras contravenções, se reúnem para aprender a tocar e a executar com perfeição os passos sob a marcação atenta de um orientador. “Olha o túnel”, “o formigueiro”, “meia volta”, “caminho da roça”, diversão certa, contagiante.

Por essas e outras é que dizem por lá que quem vai uma vez, volta. Se ainda pairam dúvidas, o cordel de Chiquinho do Além Mar esclarece:

“Temos a mais bela orla a Passarela do Caranguejo
Mais tudo que se procura pra saciar seu desejo
Tem até mulher bonita pra gente roubar um beijo...
Nossa orla tem esportes quase em todo o calçadão tem uma pista de kart, tem futebol de salão.”

E tem mesmo, na orla de Atalaia, onde ficam a Passarela do Caranguejo, com bares e restaurantes, o Oceanário, a Praça de Eventos, o Centro de Arte e Cultura e parques infantis. Para se hospedar, não faltam opções, desde instalações voltadas ao turismo de negócios ao estilo integrado à natureza, mais aconchegante e rústico.

Depois de Atalaia, seguindo pela Rodovia José Sarney – onde os aracajuanos dizem ficar a “Praia do Sarney” –, tem as Praias dos Náufragos, Refúgio, Mosqueiro, Aruanã. Os nativos costumam frequentar, nesta última, a barraca Parati. Caranguejo no cardápio, claro, que sem ele a praia não tem o mesmo sabor em Sergipe.

Ordenamento urbano
Aracaju foi planejada com ruas em quadriláteros, como um tabuleiros de xadrez, e preserva em seus 154 anos a preocupação com o ordenamento urbano. Sem barrar a inevitável expansão, visível em empreendimentos como a Ponte Construtor João Alves, sobre o Rio Sergipe, ligando a capital à Barra dos Coqueiros e ao litoral norte, nova opção de praias e hotéis de luxo.

Persiste um ar interiorano, que se sente ao andar pelo Centro Histórico ou apreciar a vista da cidade ao chegar à colina de Santo Antônio, onde a fé transparece nos pedidos ao santo casamenteiro. Para adquirir artesanato, castanha de caju, doces e frutas típicas, além de ter a chance de conversar com donos de bancas e saber um pouco mais dos costumes do lugar, o roteiro deve incluir os Mercados Antônio Franco e Thales Ferraz. Vale dedicar algum tempo para conhecer as cidades históricas de São Cristóvão e Laranjeiras, a apenas 20 e 23 quilômetros da capital, respectivamente. O rico acervo de arte sacra e de objetos e documentos do cangaço em museus já justificam a visita.

O Popular/Karla Jaime Morais
De Aracaju

 

Foto 3 : Arco da orla de Atalaia: boa infraestrutura inclui oceanário, centro cultural, parques infantis e as tradicionais barracas de praia - Wellington Barreto

Dunas no litoral sul

Um passeio para curtir belas praias próximas a Aracaju é em direção à Costa das Dunas e Manguezais. Saindo de Aracaju, são 75 quilômetros pela BR-101 até o município de Estância e de lá mais 30 quilômetros pela Rodovia Humberto Mandarino até o Porto N’Angola (há a opção de cortar boa parte do percurso seguindo de balsa). O porto é de onde se embarca em escuna ou catamarã para a Ilha da Sogra, a Praia do Saco e Mangue Seco.

Estamos no extremo sul sergipano, e os manguezais marcam o itinerário do passeio. Pausa na Ilha da Sogra, que só dá o ar da graça quando a maré está baixa. Mergulhos seguidos de degustação de uma mariscada, um vigoroso caldo com camarão, aratu, sururu, em mesinhas flutuantes que são a mais perfeita tradução de mordomia. Delícia, assim como camarões ao alho e azeite, e a cerveja gelada... sim, você merece!

Depois dessa parada mais do que estratégica, tem a Praia de São Pedro do Portal, a poucos quilômetros da sede do município de Indiaroba, ainda em Sergipe, passagem para Mangue Seco, já na Bahia. São 30 quilômetros de praias, imensas dunas, percorridas de bugue, com direito a fortes emoções a quem desejar. Fazer esqui de areia é um desafio: no mínimo, as risadas são garantidas com o tombo já nos primeiros metros da descida.

 

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