Mundo Mulher

Praga e suas várias faces

Praga e suas várias faces

28/08/2011

A bela capital da República Checa oferece uma viagem histórica e cultural aos seus visitantes

 Passeios a pé pela capital checa são obrigatórios, para descobrir seus inúmeros segredos 
 
 
O turista brasileiro na Europa, encorajado por um real cada vez mais forte em relação ao euro, não deve se contentar apenas com os roteiros óbvios no Velho Continente. Após conhecer os destinos mais populares, ou se houver interesse de saída por algo diferente, uma ótima opção é a República Checa e sua gloriosa capital, Praga.

Poucas cidades no mundo podem oferecer maravilhas iguais a Praga, e mesmo assim ela é menos conhecida por aqui que outras capitais europeias, tais como Paris e Roma. Mas quem a visita pode ficar tranquilo: ela não perde nada em relação a suas irmãs mais famosas, seja na parte histórica, seja na parte cultural.

 

Praga é uma festa para os olhos. De saída, fica-se boquiaberto pelo conjunto arquitetônico e urbanístico de seu centro histórico. A quantidade de construções belíssimas e ambientes fascinantes desnorteia quem percorre o labirinto de suas ruas e praças antigas. As diferentes épocas históricas parecem brigar entre si para ver quem chama mais atenção, mas o que primeiro se repara são as fabulosas construções medievais e renascentistas.

A praça central da Cidade Velha, a Staromestské Námesti, é sombreada por torres góticas em estilo flamboyant, que de tão pitorescas parecem ter saído de um filme de Walt Disney. De lá, pode-se seguir pelas ruas carregadas de história, mas também apinhadas de turistas, até a magnífica Ponte de Carlos IV, com suas torres de guarda, erguidas pelo rei da Boêmia, que no século 14 fez de Praga uma das mais esplendorosas metrópoles europeias.

A ponte se estende sobre o Rio Moldava, ou Vltava, como o chamam os checos, e dela se veem as demais pontes da cidade, cujos arcos majestosos são um espetáculo em si. Na outra margem, ergue-se no topo dum monte o Castelo de Praga, o Prazcky Hrad, que ostenta o título de maior castelo do mundo em área construída. Só para se ter uma ideia de sua monumentalidade: dentro das dependências do castelo, em sua praça central, abriga-se a enorme Catedral de São Vito, cuja torre é alcançada escalando-se seus 287 degraus. Quem tiver fôlego para chegar ao alto será recompensado com uma vista esplêndida dos arredores.

Passeios a pé

Mas Praga tem muito mais a oferecer. Um bom conselho é levar um par de calçados confortáveis e descobrir os roteiros a pé, andando pela cidade até não poder mais. Tente fugir do epicentro turístico das partes centrais e enverede-se por ruas tranquilas e pátios internos que os séculos parecem ter esquecido. Pois além de medieval e renascentista, Praga também foi bela nas épocas seguintes.

Há que se admirar, por exemplo, suas igrejas barrocas, testemunhas do catolicismo da antiga casa real dos Habsburgos, cujo império austro-húngaro tinha em Praga uma de suas mais importantes sedes. Ou visite os teatros e salões do classicismo setecentista, onde Mozart estreou uma de suas mais importantes óperas, Don Giovanni , que até hoje é frequentemente apresentado na cidade.

A relação do compositor com a cidade, aliás, permanece estreita até nossos dias. Quando o diretor checo Milos Forman filmou a vida do compositor austríaco, em Amadeus , não foi em Viena, mas sim em Praga que ele encontrou as locações mais preservadas e características do século iluminista.

Há também a Praga burguesa do século 19, cujos prédios e bairros dão mostra de uma então vibrante elite afrancesada. O antigo prédio de convenções da cidade, o Obecni Dum, é uma das mais belas construções art noveau do mundo e não pode deixar de ser visitada. Além de concertos e exposições, ele abriga um restaurante de inspiração francesa, que serve elegantes pratos por preços bem menores dos que os de Goiânia.

Na mesma parte da cidade, há também o bairro judeu, que abriga a mais velha sinagoga em atividade da Europa. Ali vivia uma numerosa comunidade judia, até as perseguições nazistas dos anos 30 e 40 do século passado. Perto, há o Museu Franz Kafka, dedicado ao escritor que disse ser Praga uma "gaiola à procura de seus pássaros", ao mesmo tempo abrigo e prisão. No museu, ademais, pode-se compreender a dimensão por vezes trágica da história entre os três principais grupos étnicos da cidade: checos, germânicos e judeus.

Por fim, há a Praga moderna, que, saída do antigo bloco socialista, realizou a chamada Revolução de Veludo em 1989, rompendo de maneira não violenta as últimas amarras dos totalitarismos do século 20. Plenamente integrada à Europa de hoje, a cidade tem uma vibrante cena urbana, de avenidas com lojas de grife, restaurantes, bares e casas noturnas para todos os gostos, com preços em geral muito mais baixos do que seus congêneres no resto da Europa. Ou no Brasil, diga-se de passagem. Jornal O Popular: Leon Rabelo

Mundo Mulher
Mundo Mulher
Mundo Mulher
box_veja