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Trem das nuvens - Argentina

29/04/2012

 

O Trem das Nuvens: estrutura da viagem oferece conforto e segurança para os passageiros
 

 
Desfiladeiros e vegetação exótica: atrativos aos turistas

 
Cenários exuberantes e acidentes geográficos podem ser apreciadas ao longo da viagem

 
Parada ao final da viagem: turistas observam a paisagem

 
Viaduto La Polvorilla: um dos mais altos do mundo feito em estrutura metálica com arcos

Para quem gosta de aventura com conforto e segurança, uma boa dica seria uma viagem no Trem nas Nuvens, no noroeste da Argentina, na província de Salta, próximo à fronteira entre a Argentina e Bolívia. Ali um trem desafia os acidentes geográficos e percorre a Cordilheira dos Andes por entre desfiladeiros, atravessando vários túneis, muitas pontes e ainda um trecho em zigue-zague, em meio a uma paisagem deslumbrante até atingir os mais de 4 mil quilômetros de altitude, através da Cordilheira dos Andes.


Para uma viagem de um dia inteiro, partindo bem cedo da estação Belgrano da cidade de Salta e com retorno previsto para as 23 horas, o trem oferece serviços de carro restaurante, um vagão panorâmico, espetáculos folclóricos e guias bilíngues.


Em algumas estações no trecho percorrido pelo trem, os habitantes dos povoados apresentam artesanatos locais, vestimenta e alguns produtos regionais para os turistas, tudo, claro mediante, uma pechincha.


Ao final da viagem, após percorrer mais de 217 km e de ter subido os 4.220 metros de altitude, chega-se ao viaduto La Polvorilla, um dos mais altos do mundo no gênero, todo construído em estrutura metálica e em forma de arcos.


O viaduto liga duas extremidades da Cordilheira dos Andes em meio a uma extraordinária paisagem, um vale seco a mais de 4 mil metros de altitude. Já se sente um pouco o ar rarefeito e seco naquelas altitudes. Para evitar desconforto o trem conta com aparelhos de oxigênio em todos os vagões e ainda uma equipe médica com ambulância acompanha o trem durante todo o trajeto, desde o início da viagem na estação da cidade de Salta.


Embora o trem ofereça assistência médica durante todo o percurso, vale a pena ressaltar que pessoas com problemas respiratórios ou pulmonares deveriam procurar um médico antes de se aventurarem no Trem nas Nuvens.


Para delírio dos turistas, o trem para na ponte por alguns minutos, em seguida desloca-se por alguns metros e faz uma parada estratégica. É o momento dos turistas apreciarem a bela e exuberante paisagem. Lá, o vento sopra forte e, a quase meio-dia, o trem se prepara para o retorno a Salta, todos a bordo e com certeza satisfeitos com o percurso até as nuvens.

Filme


O chamado “Tren a las Nubes” é um dos mais altos percursos do mundo e tem esse nome, segundo algumas versões, em virtude de um filme rodado na década de 1960 quando ainda se operava uma máquina a vapor. Os cineastas pediram ao maquinista que quando chegasse no viaduto La Polvorilla a máquina realizasse uma descarga lateral de vapor de forma que eles pudessem filmar desde as janelas aos vagões esse belo efeito. Nesse sentido, com a baixa temperatura da altitude e o vapor quente, formaram-se nuvens ao redor do viaduto, compondo este cenário em que ficou a imagem do trem nas nuvens.


Perfeito para a linguagem cinematográfica e posteriormente também para uma viagem turística. Obviamente, sabe-se que não se viaja mais em uma máquina a vapor como nos anos 1960.


A ideia desta modalidade de viagem turística surgiu em 1971 por iniciativa da empresa Ferrocarril General Belgrano, quando este decidiu realizar uma viagem experimental com funcionários e jornalistas. No ano seguinte, 1972, ocorria a primeira viagem propriamente turística. Porém, desde 1991, a empresa encontra-se nas mãos da iniciativa privada.

Ycarim Melgaço Barbosa é fotógrafo e pesquisador em Turismo, doutor em Geografia (USP) e professor na PUC Goiás


Ycarim Melgaço Barbosa, da Argentina, - Especial para O POPULAR

Fotos: Ycarim Melgaço

 


 

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