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Palácio de Versalhes

Palácio de Versalhes

19/05/2012

Monumento ao luxo

O Palácio de Versalhes é um lugar deslumbrante e histórico. Sua beleza e grandiosidade ajudam a explicar por que o povo resolveu degolar o rei na Revolução Francesa


Jardins do Palácio de Versalhes, projetado pelo célebre paisagista francês André Le Nôtre: não é necessário pagar ingresso para passear no local

 
 
O eco de um disparo é ouvido ao longe. Seria caça a faisões ou gente treinando a pontaria naqueles discos de louça lançados para o alto? O ruído poderia ser insignificante não fosse o lugar em que ele se dá. Alguém produz o estalo nas imediações do Palácio de Versalhes, uma das joias de ostentação da realeza francesa até o final do século 18, quando o lugar foi um dos palcos principais da Revolução Francesa. Esse tipo de estampido era muito comum naquelas bandas mais de 200 anos atrás, quando os integrantes da monarquia e seus amigos usavam os extensos jardins e as intermináveis alamedas para seus divertimentos frugais.


Em 1789, também houve muito barulho por lá, quando turbas de miseráveis invadiram a propriedade clamando por comida diante de um Luís XVI já enfraquecido. O próprio palácio era uma prova irrefutável da absurda desigualdade que fomentou a revolta e afiou a lâmina da guilhotina que viria a ser usada em pescoços de sangue azul.


A 22 quilômetros de Paris, Versalhes é um dos lugares mais visitados da França. Só no ano passado, passaram pelo local cerca de 5,5 milhões de pessoas. A facilidade de acesso é uma das explicações de tamanha frequência de turistas. Chega-se à cidade que abriga a atração por meio de um trem semiurbano, que passa por grandes estações de metrô da capital francesa. São cerca de 50 minutos de viagem pelos subúrbios da cidade e pequenos vilarejos próximos.


Chegando a Versalhes, logo na frente da estação, há um local específico para comprar ingressos e obter material informativo. É possível comprar entradas para o palácio principal e também para o chamado Domínio de Maria Antonieta, a última rainha da França, decapitada durante a revolução. Ele fica próximo de duas outras estruturas, o Petit e o Grand Trianon, mais afastados da entrada principal do complexo, em grande parte erguido no século 17 a partir de doações de nobres e grandes proprietários da Europa.
ESTRUTURA COLOSSAL
Os guias aconselham a visitar primeiro o jardim e o parque. A entrada central de Versalhes causa grande impressão em razão de suas grades douradas, suas altas torres e sua estrutura colossal. O palácio, um dos maiores do mundo, tem mais de 2 mil janelas, 700 quartos e 67 escadarias.


Para ir aos jardins, projeto do grande paisagista francês André Le Nôtre (1613-1700), porém, não é necessário comprar ingresso. Chega-se à área por uma entrada lateral. Ao lado de uma das alas do palácio, um imenso canteiro de flores dá as boas-vindas aos visitantes. Em sua lateral, uma enorme plataforma fornece uma vista privilegiada a um conjunto de lagos e campos, além de um bosque que se estende por um território de cerca de 700 hectares.


Quando se chega à alameda central, que dá acesso à parte maior do jardim, aí a visão é de sonho. Lagos e fileiras de árvores constroem um paisagismo único que inspirou muitos outros palácios pelo mundo. O czar da Rússia Pedro, O Grande esteve em Versalhes buscando ideias para seus castelos.


Nas laterais dessa grande avenida arborizada, há um verdadeiro labirinto de cercas vivas que leva a outros bosques mais recônditos. Um deles é o Jardim do Rei, cantinho preferido de vários monarcas, onde podem ser encontradas árvores raras e sombras generosas. Na parte central dessa alameda, uma grande praça, com um lago no meio e estátuas de inspiração greco-romana, marcam a confluência com outra estrada quilométrica, no final da qual há um arco delimitando o início do Domínio de Maria Antonieta.


Além do Petit e do Grand Trianon, lá estão a Casa Suíça, mais jardins e a Vila da Rainha. Em todas as partes, pequenos animais compõem a paisagem, dividindo-a com uma estrutura muito bem montada de banheiros públicos, pequenos restaurantes, áreas para piquenique e pistas de caminhada. É fácil perder a noção do tempo quando se entra nesses redutos.
O Popular/ Texto e fotos: Rogério Borges - De Versalhes, França

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