Mundo Mulher

Cai proporção de jovens no Brasil

   14/10/2010

A população brasileira deve atingir seu pico em 2030, com cerca de 206,8 milhões de habitantes, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O dado foi divulgado nesta quarta-feira (13) e integra um estudo de análises sobre a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A projeção do Ipea foi feita com base nos resultados da fecundidade apresentados pela Pnad. Em 2009, a pesquisa apontou para a manutenção do valor da taxa de fecundidade total nos níveis observados em 2007 e 2008, que estão bem abaixo dos de reposição: 1,8 filho por mulher. Espera-se portanto, para 2040, de acordo com o Instituto, um contingente menor do que em 2030: 204,7 milhões de habitantes.

Essa tendência só não se confirmará, de acordo com o Ipea, se a fecundidade voltar a crescer. Comparado à experiência europeia, o movimento de passagem de um estágio de taxas de mortalidade e de fecundidade elevadas para um de mortalidade e fecundidade baixas estaria acontecendo no Brasil em velocidade acelerada.

O comunicado número 64 do Ipea avalia dados sobre a demografia do país. Os resultados confirmam a tendência demográfica em curso no país desde 1970, que compreende a desaceleração no ritmo de crescimento da população e mudanças expressivas em sua estrutura etária, no sentido de seu envelhecimento.

Cai proporção de jovens

O pico populacional e posterior redução de pessoas no Brasil deve levar, segundo o Ipea, a um superenvelhecimento da população, o que significa uma alteração na proporção do contingente dos diversos grupos etários no total da população.

Em 1940, a população idosa representava 4,1% da população total brasileira, mas passou a representar 11,4% em 2009. Em valores absolutos, o contingente passou de 1,7 milhão para cerca de 21,5 milhões no período. Por outro lado, diminuiu a proporção da população jovem em termos absolutos e relativos. Essa tendência, segundo o Ipea, deve se acentuar nas próximas décadas.

A população menor de 15 anos, responsável por 33,8% da população total em 1992, passou a constituir 24% desta população, em 2009. Por outro lado, a população idosa, que respondia por 7,9% da população brasileira, passou a responder por 11,4%.

Segundo o Ipea, além do envelhecimento da população total, a proporção da população “mais idosa”, de 80 anos e mais, está aumentando, ou seja, a população idosa também envelheceu. A sua participação na população brasileira passou de 0,9% para 1,6%, entre 1992 e 2009.

Mudanças populacionais após 2030

O estudo do Ipea aponta que, a partir de 2030, os únicos grupos populacionais que deverão apresentar crescimento positivo serão os com idade superior a 45 anos. A tendência é que a População com Idade Ativa (PIA) - aqueles com 15 anos e mais - cresça até 2030 e, a partir daí, comece a diminuir. A participação do grupo jovem (de 15 a 29 anos) atingiu seu pico em 2000 e espera-se que decline a partir de 2010.

A participação relativa da PIA adulta (população de 30 a 44 anos) deve permanecer estável até 2040, mas com acréscimo em valores absolutos. Já a PIA madura e idosa, segundo o Instituto, deverá crescer tanto em valores absolutos quanto em sua participação no total do segmento.

O Ipea avalia que as mudanças populacionais trarão também mudanças no mercado de trabalho. Os novos empregos  deverão se concentrar na população com mais de 45 anos - faixa etária que deverá ser responsável por cerca de 56,3% da futura População em Idade Ativa a partir de 2030.

O envelhecimento da população em idade ativa, aliado às pressões no sistema previdenciário, deverá levar à necessidade de manter o trabalhador ativo o maior tempo possível. Para isso, o Ipea considera que será necessária uma política de saúde ocupacional, para diminuir as saídas do mercado de trabalho; a redução de preconceitos com relação ao trabalho dos idosos; e capacitação, para que eles possam acompanhar as mudanças tecnológicas.

Goiasnet.com/G1

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