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Novas recomendações para reduzir a mortalidade por câncer de mama no país.

Novas recomendações para reduzir a mortalidade por câncer de mama no país.

16/10/2010 

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou nesta sexta-feira (15) novas recomendações para reduzir a mortalidade por câncer de mama no país. Entre as novas estratégias, a entidade sugere que toda mulher com nódulo no seio tenha direito a receber diagnóstico no prazo máximo de 60 dias. Hoje em dia não existe tempo de espera definido para o resultado.

“Estamos seguros de que o que está sendo recomendado pode ser realizado. Depende da sociedade aderir e dos incentivos que serão feitos”, disse Luis Antonio Santini, diretor do Inca.

O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil. Segundo o Inca, isso acontece porque a doença é confirmada quando já está em estágio avançado.

No país, são 11 mil mortes causadas por câncer de mama por ano. Entre as mulheres, a doença representa cerca de 2,5% de todos os óbitos, segundo o Inca. No entanto, em mortes por câncer, o câncer de mama é o principal causador de mortes.

Por isso, o Inca recomenda que mulheres entre 50 e 69 anos de idade devem fazer mamografia a cada dois anos.

Este rastreamento mamográfico para mulheres nessa faixa etária é parte importante da estratégia recomendada pelo Ministério da Saúde para o controle do câncer de mama.

Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%. Para países desenvolvidos essa sobrevida aumenta para 73% e já nos países em desenvolvimento fica em 57%.

Rede pública possui 412 mamógrafos

Existem 3.315 mamógrafos em todo o país e 1.650 deles estão disponíveis à rede do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, apenas 412 (25%) pertencem exclusivamente às unidades públicas de saúde.

De acordo com o Inca, cerca de 70% das mulheres entre 50 a 69 anos possuem acesso à mamografia, incluindo a rede pública e a privada. Em 2010, a meta é cumprir 1,8 milhão mamografias para mulheres desta faixa etária. O Brasil pagou 1,8 milhão de mamografias pelo SUS. Dessas, 50 % foram feitas de em mulheres de 50 a 69 anos.

O instituto chama atenção ainda para a possibilidade de qualquer mulher, independente da faixa etária, realizar o exame. Para as mulheres de grupos populacionais considerados de risco elevado para câncer de mama, ou seja, que possuam histórico familiar em parentes de primeiro grau, são recomendados o exame clínico da mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35 anos.

Rio de Janeiro tem maior incidência

De acordo com o Inca, o estado com maior incidência de câncer de mama é o Rio, com 88,3 casos para cada 100 mil mulheres. No estado, a cada 100 mil mulheres, 16 morrem por causa do câncer de mama. Em segundo lugar, o Rio Grande do Sul aparece com 81,57 casos para cada 100 mil mulheres e em terceiro lugar está São Paulo, com 68,04 casos para cada 100 mil mulheres.

“O principal fator de risco é o envelhecimento. No Rio, no RS e em SP, essa é uma característica da população. Por isso existe uma maior incidência”, afirmou, Ana Ramalho, coordenadora do Inca.

O instituto não estimula o autoexame das mamas como método isolado de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo. Segundo o Inca, o exame das mamas feito pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde qualificado.

Novas recomendações

1. Toda mulher tenha amplo acesso à informação com base científica e de fácil compreensão sobre o câncer de mama.
2. Toda mulher fique alerta para os primeiros sinais e sintomas do câncer de mama e procure avaliação médica.
3. Toda mulher com nódulo palpável na mama e outras alterações suspeitas tenha direito a receber diagnóstico no prazo máximo de 60 dias.
4. Toda mulher de 50 a 69 anos faça mamografia a cada dois anos.
5. Todo serviço de mamografia participe de programa de qualidade em mamografia. A qualificação, quando obtida, deve ser exibida em local visível às usuárias.
6. As mulheres saibam que o controle do peso corporal e da ingestão de álcool, além da amamentação e da prática de atividades físicas, são formas de prevenir o câncer de mama.
7. A terapia de reposição hormonal, quando indicada na pós-menopausa, seja feita sob rigoroso acompanhamento médico, pois aumenta o risco de câncer de mama.

Goiasnet.com/G1

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