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Montadoras já preveem queda nos preços

21/05/2012

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, festejou os novos incentivos ao setor automotivo anunciados na segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Belini disse que a demanda do setor foi atendida, confirmou que os preços dos carros populares vão cair em torno de 10%, como previu Mantega, e completou que os veículos de mil a duas mil cilindradas ficarão cerca de 7% mais baratos se forem bicombustíveis (movidos a álcool e a gasolina):

— As medidas vão destravar o crédito — disse.

Até recentemente, o representante do setor automotivo era um dos maiores críticos da política do governo voltada à redução dos juros bancários, sob o argumento de que nada do que foi feito havia originado melhorias nas vendas de automóveis. Segundo Belini, os consumidores poderão comprar veículos mais baratos, com prestações que não extrapolem seu orçamento, assim que as medidas, em especial a queda do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), entrarem em vigor.

— As prestações vão caber no bolso do consumidor com a redução do IPI, do IOF e com a liberação do compulsório— afirmou.

De acordo com o presidente da Anfavea, um dos grandes problemas enfrentados pelo setor automotivo hoje é a dificuldade para renovar estoques, o que atualmente acontece em 45 dias, enquanto o período usual é de 30 a 35 dias. Existiam até ontem 360 mil veículos nos pátios, disse um técnico da associação.

Belini enfatizou que, com a perda de clientes no mercado internacional, principalmente por causa da crise que atingiu em cheio a Europa, a saída é investir no mercado interno. Para ele, as medidas põem as montadoras nacionais em iguais condições de competitividade com as de outros países, que são beneficiadas pelo câmbio e pelos baixos custos da mão de obra e do crédito. Nem as montadoras que ainda resistem a se habilitar ao regime automotivo brasileiro poderiam se queixar do regime diferenciado, defende Bellini:

— O setor automotivo representa 23% do Produto Interno Bruto industrial e emprega 1,5 milhão de pessoas. E o mercado interno brasileiro tem um grande potencial. No Brasil, a cada sete pessoas, uma tem um automóvel, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, a proporção é de um para 1,5.

Mesmo empresas como a francesa Citroën, que não tem carros de mil cilindradas no mercado brasileiro, enxergam a medida de forma positiva:

— Todas as marcas se beneficiarão. Com certeza, vai gerar um movimento grande de mercado — afirmou Francesco Abbrozzesi, diretor geral da Citroën do Brasil.

No lançamento do DS3, um modelo compacto, importado e de luxo da marca, em São Paulo, as novas medidas já podiam ser sentidas. O valor do carro, que era de R$ 88 mil, com as novas regras do IPI, caiu para R$ 79.900.

Dados da Anfavea mostram que as vendas de automóveis caíram 13,82% no mês passado, em relação a março, e 12,27% ante abril de 2011. No quatro primeiros meses do ano, houve retração de 3,4% do faturamento do setor. Goiasnet.com/O Globo


 

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