Ginástica não possui incentivo Brasil
10/08/2012
Apesar do ouro de Zanetti, modalidade ainda sofre com a falta de investimentos
A importância de incentivar os esportes no país. Presidente da federação de Ginástica Artística do Rio de Janeiro, Andrea João, explica que muitos talentos ficam para trás por falta de verba.
Nada combina mais com a realeza do que o ouro, e essa foi a combinação perfeita entre o ginasta carinhosamente chamado de “REI ARTHUR ZANETTI” e sua gloriosa medalha de ouro nas argolas da Ginástica Artística. Porém, sem dinheiro da Confederação Brasileira de Ginástica, do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) ou de patrocinadores particulares, ele iniciou desde os sete anos com argolas feitas pelo pai, até chegar a Seleção Brasileira.
A imagem não podia ser mais bonita, quando ele finalizou a saída após uma apresentação impecável, e abriu o largo sorriso de campeão. A emoção foi total quando saiu a nota e confirmou que Arthur Nabarrete Zanetti se tornava, naquele momento, o detentor da primeira medalha olímpica da Ginástica Brasileira. Arthur não só conquistou a medalha, como foi o primeiro ginasta da América Latina a ganhar um ouro olímpico e também mais um que superou os principais problemas do esporte, a falta de investimento.
Convidada pelo Sportv a ocupar uma cadeira de comentarista da Ginástica, em Londres, a Presidente da Federação de Ginástica Artística do Estado do Rio de Janeiro, Professora Andrea João, se emocionou com a conquista do atleta e lamentou sobre as dificuldades que o esporte atravessa para sobreviver no Brasil. “A falta de investimentos no esporte de base, a falta de reconhecimento pelo trabalho do professor de educação física e a modalidade ser quase inexistente nas escolas, além dos baixos salários dos treinadores sendo que os colaboradores de Federações e Confederações acabam trabalhando voluntariamente , são alguns dos inúmeros obstáculos que dificultam o desenvolvimento do esporte no Brasil”, apontou Andréa João, afirmando que o esporte conta com o esforço e investimento pessoal dos atletas, familiares e treinadores.
Arthur Zanetti é um exemplo de superação. No início de sua carreira, por não ter dinheiro da Confederação Brasileira de Ginástica, do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) ou de patrocinadores particulares, durante a sua formação, treinava com argolas feitas pelo pai, e só há poucos meses passou a receber um suporte mais forte dessas entidades. "Tinha um professor de educação física na minha escola em São Caetano do Sul chamado Sérgio. Ele viu que eu era mais baixo e mais rápido que os outros alunos quando brincava de pega-pega, então indicou o clube Serc Santa Maria. Conversou com a minha mãe e fui fazer um teste. Passei e hoje estou aqui, com esta medalha no peito", lembrou Zanetti, que ainda paga R$ 25 de mensalidade para treinar no local.
Segundo Andrea João, desta forma os novatos que não tem condições de se manter treinando, até conquistar algum resultado expressivo, ficam pelo meio do caminho e assim muitos talentos são desperdiçados. “Isso acontece porque nunca tivemos verba aplicada no esporte de base e os investimentos ainda são voltados para o alto rendimento. Pouco se faz pela formação de novos esportistas. Penso que o ouro do Arthur tem um gostinho de superação misturado com muita determinação e é claro com o talento dele e do seu treinador Marcos Goto”, conta Andrea que teve a honra de comentar a prova de argolas de Arthur Zanetti, em Londres, de forma emocionada.
Medalha de Artur Zanetti pode mudar ginástica no Brasil
Comentarista do SporTV, Andrea Joao, crê que a conquista inédita do ginasta brasileiro pode dar mais incentivo e fazer com que a prática esportiva no país torne-se maior.
O ginasta Arthur Zanetti colocou o seu nome na história do esporte brasileiro ao conquistar o primeiro ouro do país na ginástica artística. Segundo a ex-atleta e Presidente da Federação de Ginástica do Rio de Janeiro, Andrea João, que foi convidada a ser comentarista do SporTv, em Londres, mais do que elevar o patamar brasileiro na modalidade, a medalha conquistada por Zanetti passa a ser uma ferramenta de difusão da pratica esportiva no Brasil.
- Temos que trabalhar para que a medalha tenha repercussão, que a gente consiga melhorar o esporte e fazer com que ela seja uma ferramenta para melhorar a vida das pessoas - destacou Andrea.
Para a especialista na modalidade, a medalha conquistada por Zanetti não pode ser considerada o fim de um ciclo. Mas, sim, o início de uma transformação no esporte e da vida das pessoas que o praticam.
- Ela é uma forma de melhorar as pessoas, a educação, a qualidade de vida. Trabalhamos para que isto seja um instrumento de motivação. Acho que a partir da medalha, podemos conquistar isto - complementou.
Pensando nos Jogos Olímpicos de 2016, a comentarista mostrou confiança na presença de Zanetti, já que ele estará com 26 anos, uma idade boa para um ginasta.
Viviane Temperine - dmc21@dmc21.com.br
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