Mundo Mulher

Aos 104 anos, morre Oscar Niemeyer

06/12/2012Foto

 

O arquiteto Oscar Niemeyer morreu na noite desta quarta-feira (5), aos 104 anos. Durante a tarde, um boletim médico informou que o estado de saúde do arquiteto havia piorado e era considerado grave. Niemeyer completaria 105 no dia 15 de zembro.   O arquiteto foi internado três vezes ao longo deste ano. Ele ficou no hospital durante dez dias em outubro e, em maio, já tinha passado 16 dias no local para ser tratado de uma pneumonia.    Nascido em 15 de dezembro de 1907, Oscar Niemeyer é a maior referência da Arquitetura Moderna no Brasil. Uma das características mais fortes de seus projetos era a exploração do concreto armado, o que lhe rendeu grande fama nacional e internacional desde a década de 1940.   Premiado internacionalmente com o Pritzker, em 1988, Niemeyer é o projetista de Brasília, do edifício Copan, em São Paulo, Complexo Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, e idealizador do prédio sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. No ano em que completou o centésimo aniversário, em 2007, foi agraciado com a mais alta condecoração do governo francês pelo conjunto de sua obra: o título de Comendador da Ordem Nacional da Legião de Honra.   Em Goiânia, assinou o projeto do centro cultural que leva seu nome, localizado no trevo da GO-020 (saída para Bela Vista) com a BR-153, que liga Goiânia a Aparecida. Inaugurado em março de 2006, o complexo Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON) é composto pela Esplanada da Cultura Juscelino Kubitschek, praça de 26 mil metros quadrados, destinada a exposições, apresentações artísticas, eventos e shows, e pelos prédios da Biblioteca, Museu de Arte Contemporânea (MAC), Palácio da Música Música Belkiss Spenziere e Monumento aos Direitos Humanos. Este último, caracterizado pelo grande  triângulo vermelho, que, nas palavras de Niemeyer, “confere ao projeto a importância desejada”.   Biografia   Filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida, teve uma infância e juventude tranquila no Rio de Janeiro, sua cidade natal. Em 1928, aos 21 anos, casou-se com Anita Baldo, 18 anos, com quem viveu até 2004, quando ficou viúvo. Eles tiveram uma única filha, Anna Maria Niemeyer. Sua descendência hoje em dia somam 5 netos, 13 bisnetos e 4 tataranetos.   O casamento representou uma grande mudança em sua vida. Muito boêmio, percebeu que teria que trabalhar para sustentar a família. Decidiu ingressar na oficina tipográfica do pai e fazer o vestibular para a Escola Nacional de Belas Artes. Mesmo enfrentando problemas financeiros, aceitou trabalhar de graça no escritório de Lúcio Costa e Carlos Leão, acreditando que isso lhe daria experiência. Em algum tempo, conseguiu demonstrar seu talento e passou a assinar trabalhos.   Em novembro de 2006, casou-se com sua secretária, Vera Lúcia Cabreira, de 60 anos. Para ela, a paixão pelo trabalho era o segredo da longevidade do arquiteto. Apesar da idade avançada, o arquiteto compareceu diariamente em seu escritório em Copacabana até 2009, quando foi internado, passando em seguida por duas cirurgias, para retirada da vesícula e de um tumor do cólon.   O ativismo político também marcou sua vida e obra. Em 1945, já um arquiteto conhecido, conheceu Luís Carlos Prestes e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Durante o período da ditadura militar do Brasil, foi para o exílio na França. Ano passado, durante a comemoração de seus 104 anos, se disse feliz pelos avanços do País.“A arquitetura me ocupou a vida inteira, mas o (tempo) que sobrou eu procurei atuar na parte da política brasileira, para fazer um país mais progressista”, disse.   Brasília    Em 1939, acompanhou Lúcio Costa no projeto do Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova York. Lá, conheceram Juscelino Kubitschek, na época prefeito de Belo Horizonte (MG). Impressionado com as ideias de Niemeyer, JK o contratou para projetar uma série de prédios numa em Pampulha, na capital mineira. Na época, Niemeyer tinha 33 anos e este foi o seu primeiro e importante trabalho individual.   Eleito presidente do Brasil em 1956, JK ofereceu a Niemeyer a direção da Novacap, que cuidaria da mudança da capital para o Centro do País. Quem ganhou a concorrência para realizar o plano urbanístico de Brasília fora Lúcio Costa, enquanto que Niemeyer realizaria os projetos dos prédios e Lúcio Costa, o plano da cidade.   Enfrentando dificuldades e críticas, mas com total apoio de JK, os dois levantaram uma cidade que hoje é um exemplo do modernismo arquitetônico em todo o mundo. Goiasnet.com/O Popular
Mundo Mulher
Mundo Mulher
Mundo Mulher
box_veja